quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Foi realmente uma falta de respeito o que aquele jornalista iraquiano fez com George Bush. Onde já se viu atirar um sapato na cara do presidente dos Estados Unidos? É ultrajante. Por que não atirou uma torta de chantilly, uma cobra de brinquedo ou um punhado de pulgas? Depois o bobalhão arremessou tão mal que deu tempo para o Bush desviar. Todo mundo viu quando o “coiso” se abaixou por trás do microfone – um movimento bem gingado, convenhamos – e logo voltou para a posição inicial com o sorriso de quem diz “ahá, seu otário, você errou!” Perder a oportunidade de nocautear um canalha desse quilate não tem outro nome: é uma bruta e injustificada falta de respeito com a comunidade mundial.

Para evitar que se repitam decepções do tipo, sugiro que de agora em diante os cursos de jornalismo incluam no currículo alguma disciplina que prepare os profissionais para arremessos mais precisos. Além dos aspectos físicos, será necessário um intenso condicionamento psicológico. Na frente de anti-cristos, bestas-feras e cancros da humanidade, tendemos a sentir medo e fraquejar, a oferecer ao alvo instantes de hesitação suficientes para que possa se esquivar e continuar rindo às nossas custas.

Modéstia à parte, nós escritores possuímos uma psiquê mais propícia a enfrentamentos do gênero. Como prova do que digo, cito o autor de livros infantis Yves Hublet e as bengaladas que aplicou no então deputado José Dirceu. Verdade que o ataque saiu meio torto; apesar da ponta de ferro, a bengala quase não causou estragos na cabeça do mensaleiro. Mesmo assim, foram golpes mais felizes que aquele sapato voando pelos ares.

Acho que todo governo em fim de mandato deveria passar por avaliação semelhante. Um presidente, um governador ou um prefeito se posicionariam diante de felizardos que poderiam optar entre dois arremessos iraquianos ou duas bengaladas hubletianas. Engana-se quem pensa num espetáculo de crueldade. O político ficaria livre para pular de um lado para outro e, a cada esquiva bem sucedida, teria o direito de imitar Bush e rir na cara do agressor. Em contrapartida, seria obrigado a agüentar tantas lambadas quantas fosse capaz de resistir em pé. Em caso de desmaio, o vice o substituiria até o fim da avaliação.

Só tem um detalhe: caso os sapatos ou as bengalas se percam no vazio, devemos evitar que o arremessador seja punido pelos pares. No caso do jornalista iraquiano, os próprios colegas o encheram de sopapos!

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008




Nação Brasileira Apresenta:

MALUNGO.

GAIA.

PROJETO MACUMBA.

TRIBUS DA LUA.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Em uma carta a um conselheiro do império, datada de 30 de abril de 1856, Hermann Blumenau, o fundador da cidade hoje novamente devastada pelo força das águas, fala de uma grande enchente ocorrida em novembro de 1855 no Rio Itajaí-Açu (com o nível do rio subindo 15 metros em um dia e meio). A descrição da destruição e dos prejuízos causados pela cheia de meados do século 19 guarda muitas semelhanças com a tragédia ora em curso na região. O relato, publicado no livro Imigrantes 1748–1900: Viagens que Descobriram Santa Catarina, de Mariléa e Raimundo Caruso, publicado pela Editora da Unisul em 2007, impressiona:

“(...) No ano passado, reinava nestas paragens um tempo tão ruim, que apenas se tem lembrança de outro ano tão desventuroso desde que vieram para cá os homens brancos. A colheita do feijão em maio e das batatas inglesas em junho perderam-se inteiramente. Cheguei em julho no Desterro e em vez de uma viagem de seis dias, em tempos regulares, gastei um mês inteiro para chegar a esta colônia.

Este mau tempo continuou até meados de dezembro, havendo uma vez onze dias consecutivos, que não apareceu nem um só raio de sol. O prejuízo foi grande, tanto aos colonos como à minha pessoa, que me obrigou a coadjuvá-los com adiantamentos muito maiores do que podia calcular. Mas ainda tive que conservar o ânimo e a coragem perante os colonos, que às vezes queriam se desesperar (...).

(...) Menos de 36 horas foram suficientes para encher o rio (...), que alagou quase todos os seus barrancos e as casas neles estabelecidas, causando inúmeros males e prejuízos diretos, tanto na colônia quanto em todo o seu território habitado. Não se pode avaliar os prejuízos em menos de 60 até 80 contos de réis, antes mais do que menos. Das plantações de milho, feijão e batatas em todo o rio não ficou senão apenas 30% (...). Mandioca e cana-de-açúcar ficaram afogadas e apodreceram (...). A situação foi tristíssima em toda a parte, os mantimentos subiram a um preço enorme e para não ver os colonos perecerem de fome e perderem inteiramente o fruto de anos de trabalho (...), não houve remédio senão sustentá-los de novo com fortes adiantamentos.

Pessoalmente tive a lastimar ainda muitas outras perdas diretas: minha casa, em que moravam o meu guarda-livros e o jardineiro, construída numa bela ponta de terra, foi carregada pelo furor das águas, levando todo o seu conteúdo de livros, instrumentos, mercadorias e outras coisas de valor pecuniário, como muitos objetos de lembrança e recordação, que me foram muito caros e não serão restituídos. (...) Todos os meus títulos de terras se foram.

O meu guarda-livros por causa do domingo fora passear rio abaixo, para ver a sua prometida “Brant”, e o jardineiro fora se divertir, e ambos não voltaram por causa da chuva e tempestade incessante, senão depois da catástrofe, e também perderam quase todas as suas roupas e pertences. O jardim que cingia minha casa desapareceu quase completamente e com ele meu único recreio, ao qual me havia permitido.

Embora não sendo característica de meu temperamento, não pude deixar de chorar como uma criança, vendo a cena de destruição em toda a parte, no momento de minha chegada. Desde o meu retorno da Alemanha havia gastado bastante dinheiro e trabalho com imensa paciência e pena, para trazer a este sertão tudo o que podia alcançar de útil, interessante e belo do reino vegetal, tanto da Europa quanto do Rio e de Santa Catarina.

E, depois de muitas experiências perdidas, tinha conseguido enfim aclimatar aqui muitas plantas exóticas, árvores frutíferas e os mais belos arbustos de ornamento. O jardim foi belo e florescente com as mais belas rosas etc. Refugiava-me nele, quando me sentia cansado, triste e oprimido – e quando voltei, tudo estava desaparecido, havia apenas barrancos dilacerados e uma praia de areia.

Além dessas perdas maiores, sofri ainda diversas perdas de alcance menor. A morte de gado, destruição de ranchos e casas de abrigo para os colonos recém-chegados, mantimentos e indiretamente a necessidade de perdoar a quase todos os meus colonos os juros de suas dívidas etc., somando-se assim os meus prejuízos em 3 e meio a 4 contos de réis, antes mais do que menos.”


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Diz a lenda que quando Sr. Otto chegou a Blumenau os índios que por aqui abitavam riam da cara dele, pois ele estava construindo a beira do rio. E os alemães ainda tinham coragem de chamar os índios de burros.

Agora quem é o burro?

Homem branco?

ou

Indios?

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Zeitgeist - O Espírito do Tempo.


Não sei se todos tiveram acesso ao filme Zeitgeist (o conheci por indicação de uma amigo), considero uma outra visão sobre a nossa sociedade. Acredito que muitos dos que passam por aqui, de alguma forma, já pesquisou sobre "teoria da conspiração" sendo ela qual for. Este filme é mais "uma" destas.

Tirando alguns pontos que não considero relevantes ou então tendenciosos ou de uma criatividade imensa, vários pensamentos são válidos e de alguma forma remete a uma nova visão. E ISSO QUE FAZ A DIFERENÇA.


Fuçando na net, achei está página, tem um "resumão do filme", vale apena ler até o final.

http://reinehr.org/sociedade/saude-da-sociedade/zeitgeist-o-espirito-do-tempo


Segue link do filme:
http://video.google.com/videoplay?docid=-2282183016528882906


Para dar um gostinho do que está por vir, vou colocar aqui os pensamentos que retirei do texto / filme que escrevi no meu caderninho de anotações:



"...Serviu para afastar os seres humanos do seu meio natural, e da mesma maneira, uns dos outros. Sustenta a submissão cega do ser humano à autoridade. Reduz a responsabilidade humana sob a premissa de que “Deus” controla tudo, e que por sua vez os crimes mais terríveis podem ser justificados em nome da perseguição divina. E o mais importante, dá poder àqueles que sabem a verdade e usam o mito para manipular e controlar sociedades. O mito religioso é o mais poderoso dispositivo jamais criado, e serve como base psicológica para que outros Mitos floresçam."

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"Toda classe governativa americana acaba por ver o terrorismo como o meio preferido, aliás o único meio para fornecer coesão social, para se fornecer à sociedade a imagem de um inimigo, para mantê-la unida. De acordo com a teoria neo-conservadora de Carl Schmitt, é preciso ter a imagem de um inimigo para se ter uma sociedade. Uma coisa muito perigosa porque agora significa que toda ordem social, os partidos políticos, a vida intelectual, a política em geral estão todas baseadas em um mito monstruoso.

Webster Tarpley, historiador."

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"Podes perguntar a ti próprio a razão pela qual uma cultura inteira está atulhada de entretenimento de massa por todos os lados, enquanto o sistema educacional americano continua a estupidificar a camada jovem desde que os EUA decidiram tomar conta e subsidiar as escolas públicas. (...)Eles não querem que as nossas crianças sejam educadas. Eles não querem que pensemos muito. Esta é a razão pela qual o nosso mundo se tornou tão cheio de entretenimento, mídia de massa, programas de televisão, parques de diversão, drogas, álcool e todo tipo de entretenimento que serve para manter o ser humano ocupado. Para que não se metam no caminho das pessoas importantes ao pensar muito. É melhor acordar e perceber que há pessoas que tomam decisões que influenciam a sua vida e que você nem o sabe."

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"Network, 1976:
Nós estamos com um grande problema. Porque vocês e 62 milhões de americanos estão a ver-me neste momento. Porque menos de 3% de vocês lê livros. Porque menos de 15% de vocês lê jornais. A única verdade que conheces é aquela que vem nesta caixa. Agora existe toda uma geração que nunca soube nada, que nunca saiu da caixa. Esta caixa é a verdade absoluta, a última revelação. Esta caixa pode construir ou destruir presidentes, papas, primeiro-ministros... Esta caixa é a força mais incrivelmente poderosa deste mundo e ai de nós se algum dia cair nas mãos erradas. E quando a maior empresa do mundo controlar a maior e mais perfeita máquina de propaganda jamais criada neste mundo, quem saberá que lixo ainda virá por aí nesta rede! Portanto, vocês aí, prestem atenção, prestem atenção: a Televisão não é a verdade. A Televisão é uma porra de um parque de diversões. A Televisão é um circo, um carnaval, uma parada de acrobacias, contadores de histórias, dançarinos, cantores, malabaristas, domadores de leões e e jogadores de futebol. Estamos no negócio da matança do aborrecimento! Mas vocês ficam aí sentados dia após dia, noite após noite, todas as idades, cores, credos... Nós somos tudo aqulo que vocês sabem. Vocês começam a acreditar nas ilusões que apresentamos aqui, estão começando a acreditar que a caixa é a realidade e que as vossas próprias vidas não são reais. Vocês fazem tudo o que a caixa manda. Vocês vestem-se e comem como vêem nesta caixa, criam as crianças como vêem na tela e até pensam como a caixa... Isso é loucura em massa, seus dementes. Pelo amor de deus, vocês são reais! Nós somos a ilusão!"

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"Dividir para conquistar é o lema, e enquanto as pessoas continuarem a se ver separadas de todo o resto, estão a se entregar completamente à escravatura. Os homens por detrás da cortina sabem, e sabem também que se as pessoas descobrirem a sua verdadeira relação com a Natureza, e a verdadeira dimensão do seu poder pessoal, o Zeitgeist que nos está sendo preparado desmoronará como um castelo de cartas."

“Todo o sistema em que vivemos, leva-nos a acreditar que somos impotentes, fracos, que a sociedade é horrível, cheia de crime e aí por diante. E isso tudo é uma grande mentira. Nós somos poderosos, lindos e extraordinários. Não há razão para não percebermos quem somos na realidade e para onde vamos. Não há nenhuma razão para qualquer indivíduo não ser realmente forte. Nós somos seres extraordinários.”

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“Na nossa cultura fomos treinados para nos diferenciarmos de todos. Se olhares para cada pessoa, a tua reação é inseri-la em um modelo: esperto, burro, velho, novo, rico, pobre... e fazemos todas estas distinções dimensionais, pomo-las em categorias e tratamo-las dessa maneira. Aí concluimos que só vemos os outros separados de nós do modo em que eles estão afastados. E uma das características mais dramáticas da experiência é estar com outra pessoa e repentinamente reparar que em certos aspectos vocês são exatamente iguais, não são diferentes, e experimentam o fato de que a essência que há em vocês e a essência que há em mim são, no fundo, uma só. A compreensão que não há um outro. Somos todos Um."

terça-feira, 18 de novembro de 2008






"Somente escrevo o que sinto, falo a verdade e não minto, culpada é a minha inspiração. Não adianta eu forçar a minha natureza, se o melhor do samba é a sua pureza e eu forçando seria o meu fim."

Argemiro do Patrocinio.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008


Postei esta foto pelo seu simbolismo, sintese e em homenagem a Obaluaê.

Candomblé não é Umbanda.


Elucidar de uma forma definitiva a diferença entre Candomblé e Umbanda, é um dos meus grandes objetivos com esta obra, pois a frase mais comum que ouvimos como candomblecista, após uma explanação mesmo que resumida é que: eu achava que tudo era a mesma "coisa". O que primeiro respondo quando me perguntam sobre a diferença entre Candomblé e Umbanda, é que: não há semelhança, esta eu considero a melhor resposta, pois é o fato, não há a menor semelhança. A começar pelas origens, o Candomblé é uma religião africana que existe desde os tempos mais remotos daquele continente, que é o berço da terra, de forma que se funde sua origem com os primeiros contatos de pessoas que lá chegaram, existem citações na teologia africana que Odudúwa era Nimrod, o conquistador caldeu primo de Abraão e neto de Caim, que foi designado por Olodumarè para levar a remissão e a palavra de Olurún (Deus) aos filhos de Caim que, amaldiçoados, viviam na África. Este fato data de 1850 A.C., sendo que Caim pode ter vivido entre 2100 a 2300 A.C. - Oranian , neto de Odudúwa , viveu em 1500 e seu filho Xangô por volta de 1400. As coincidências existentes nos rituais africanos, como a Kaballah hebraica, são imensas, e vem provar a tese da estreita ligação entre Abraão, pai dos semitas, e Odudúwa, (Nimrod) pai dos africanos. Isso pode ser constatado no relacionamento existente entre o símbolo de um elemental africano chamado Dan a serpente, e uma das 12 tribos de Israel, cujo nome é Dan, e seu símbolo, a serpente telúrica. Citação que faremos adiante na Teologia Yorubana que fala da criação da terra. De uma forma básica, no Candomblé não existem "incorporações" de espíritos, pois os orixás, de quem sentimos força e vibrações, são energias puras da natureza, que não passaram pela vida, ou seja não são "entidades", mas elementais puros da natureza, criados por Olorún. No Candomblé a consulta é feita através da leitura esotérico/divinatória do jogo de búzios (no Brasil), forma de leitura exclusiva do povo candomblecista, que trataremos em capítulo próprio, e o tratamento para cada caso, é feito com elementos da natureza, oriundos dos reinos vegetal, animal e mineral, através e ebós, oferendas, Orôs (rezas) e rituais africanos. A Umbanda por sua vez, sem qualquer demérito a quem a pratica, pois se levada de uma forma séria e consciente tem seu mérito, valor e aplicação, é uma religião brasileira, que advém do sincretismo católico-feitichista, necessário em uma época de grande repressão das religiões africanas, em que era proibido o culto dos orixás na sua forma de origem, e esta adaptação se fez necessária, a partir desta premissa, a Umbanda começou tomar corpo, com algum conhecimento de alguns africanos no trato com seus ancestrais, que era comum a "incorporação" de algum ente falecido, por um elégún (aquele que é montado por) por motivos familiares. É muito comum nos dias de hoje, Ilês que praticam Candomblé e Umbanda, porém em dias, horários e formas diferenciados, mas é uma atitude não compactuada, bem como a utilização do sincretismo com os santos católicos, pelas tradicionais Casas de Candomblé cujas raízes foram plantadas no Nordeste do país, mais precisamente em Pernambuco e na Bahia. A Umbanda por sua vez, a consulta é feita através de um médium "incorporado" , e os "trabalhos" pelo espírito ali incorporado com seus elementos rituais.


A verdade a qualquer custo - Doa a quem doer

Umbanda é deste século, e utiliza os orixás do Candomblé, sob outra forma e outro aspecto, em especial, vou me ater a figura de Exú. Na sua qualidade de ser ambivalente, positivo e negativo, bem e mal, de uma forma definitiva, esta situação de bem e mal, também está associado à todos os seres humanos, e nem por isso, somos o diabo, ninguém é totalmente bom, 24 horas por dia, 360 dias por ano, a sua vinda inteira; o inverso também é verdadeiro, convivemos com o bem e o mal, porém Exú, na sua condição, só fará alguma coisa, se e somente se, for mandado, portanto quem faz o mal na realidade é quem pede, e que pela própria lei da natureza, pagará, pois segundo a lei mais certa que existe, a lei do retorno - "Toda ação gera uma reação, com a mesma intensidade, em sentido contrário", quer dizer, tudo que vai, volta, a experiência nos comprova isto, e geralmente, da forma que mais dói, no bolso ou na saúde (tarda mas não falha); isso posto, em quem está a maldade? Sem mandante, ela simplesmente não existiria, e, mais uma vez EXÚ PAGA O PATO. Em mais de vinte anos de pesquisa, e não foi pouca, as maiores e melhores obras, dos maiores e melhores autores, sobre religiões africanas, sejam brasileiros, ingleses, franceses, africanos, babalorixás, antropólogos, babalaôs, nunca li nada que se referisse à exú mulher, ao contrário, sua forma é fálica (forma de pênis), sempre no sentido de elemento fecundador, fertilizador e nunca elemento fecundado, nunca houve qualquer simbolismo ou ligação com uma "vagina", em sua ambivalência, assume situações duplas, mas nunca, macho e fêmea. Tudo se inicia, com a palavra bombogira, que é o nome dado à Exú macho por excelência na nação de Angola, uma corruptela desta palavra, utilizada somente pela Umbanda, gerou a expressão "pombogira", como forma de um exú mulher, em cuja manifestação, a pessoa, seja homem (homem?) ou mulher, assume uma atitude sensual, atrevida e em alguns lugares, sob esta manifestação, a prática do ato sexual em si; é muito comum, se a mulher tem vontade, libido forte ou até mesmo por necessidade (a prostituição), é porque uma pombagira está "encostada", o que seria uma situação normal, natural; A POMBA GIRA PAGA O PATO. Qualquer incorporação, deste gênero, que se fale com as pessoas, beba ou fume em público, não é Candomblé, é umbanda; a única manifestação "semelhante" no Candomblé, é a figura do Erè, que, assim como o orixá, é um elemental da natureza, com uma conduta infantilizada, e que nunca passou pela vida, portanto não é um egun (espírito de morto), tem função específica, uma delas, se comunicar pelo orixá, justamente pelo fato de que ele não fala, que nos referimos como "estado de erê", tal pessoa está com, ou de, erê. A incorporação, eu imagino, vem de necessidade do ser humano (que é incrédulo por natureza), de crer e confiar, para crer, tem que "ver" algo, no caso o espírito manifestado, falar com ele, ouvir coisas que confirmem ser real ( o que muitas vezes acontece), e para confiar, o consultor não poderá se "lembrar" do que ouviu, como confidência, ou segredo, pois em várias situações, estão envolvidos, conversas e pedidos escusos, se utilizando assim da "inconsciência" relatada nas religiões africanas, a qual também a coloco, em outro capítulo da forma como a vejo e sinto. Falo muita propriedade e experiência, pela vivência de muitos anos no meio, o objetivo não é em momento algum, desmascarar quem quer que seja, muito menos denegrir, desmerecer ou tirar o valor da Umbanda, pelo contrário, bem praticada e bem conduzida, tem enorme valor e função social na comunidade, quer seja: na solução de problemas de saúde, família, trabalho, amor... Existe forte vibração de uma energia, no ato da "incorporação", variando muito de pessoa para pessoa, em muitos casos, com real valor e força, porém, a inconsciência total ... o único objetivo é a realidade, que é benéfica para todos nós, a medida em que nada temos que esconder.

http://translenza.com.br/orixa/lnk_topicos.php?id=15

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

"Ele é bonito, jovem e além de tudo bronzeado". Em menos de oitenta segundos a frase do presidente do conselho de ministros italiano Silvio Berlusconi, comentando a eleição de Barack Obama, deu a volta ao mundo. Provocando risadas meio forçadas entre os que presenciavam à entrevista coletiva no Krêmlin, e vergonha e indignação de muitos italianos, que continuam a pedir desculpas na mídia.

Tem até um banner para ser inserido nos sites, que reza "I'm Italian and prime minister Silvio Berlusconi is not speaking in my name", (sou italiano e o primeiro ministro Silvio Berlusconi não está falando em meu nome). (Eu teria escolhido uma frase menos formal, tipo "desculpem, ele está gagá.")

Um leitor italiano escreveu ao New York Times frisando: "não somos todos iguais a ele". Um outro explicou: "Berlusconi é só um reflexo do racismo que se respira na Itália". Para reconquistar um mínimo da simpatia internacional, o chefe do governo italiano aproveitou a visita oficial do presidente Lula à Itália para esbanjar simpatia: no jantar em que se encontrou com Lula, chegou rodeado pelos jogadores brasileiros do seu time, o Milan. Elogiou Lula e declarou que tem inveja dele como defensor dos pobres: uma frase que, dita por um dos homens mais ricos do mundo, não tem muita credibilidade.

Voltando à gracinha sobre Barack Obama, Berlusconi, desta vez, não desmentiu suas próprias palavras como costuma fazer. Nem pediu desculpas. Preferiu optar por um ataque direto a jornalistas e políticos que deram realce à falta de graça e de diplomacia da sua frase: "Esses aí que me criticam não sabem o que é senso de humor; são uns imbecis e uns coglioni".

"Coglione" é um dos adjetivos prediletos do primeiro ministro italiano, que usou e abusou dele para definir seus adversários políticos e os eleitores de esquerda. É o modo mais grosseiro e chulo que a língua italiana oferece para dizer "cretino".

Voltando de Moscou, numa coletiva em Bruxelas, perdeu a calma quando Steve Scherer, jornalista americano da agência Bloomberg, lhe perguntou se havia pedido desculpas a Obama. Berlusconi respondeu com agressividade: "Você também está nesse grupo (de imbecis e coglioni). Peça desculpas à Itália". Só faltou acusar o Steve de ser um perigoso comunista.

Berlusconi começou mal com o novo presidente dos Estados Unidos, mas o Vaticano também já deu sinais de que não está gostando do homem mais amado do planeta. As recentes declarações do cardeal Javier Lozano Barragan, o ministro da saúde da Santa Sé, provaram que Bento XVI deve ter rezado muito pela vitória de John McCain. O cardeal se declarou preocupado pela atitude de Barack Obama a propósito da suspensão da proibição de pesquisas médicas com células embrionárias.

O novo presidente dos EUA defende a vigente lei do aborto em seu país e as pesquisas com todos os tipos de células-tronco, e nos dois casos se choca com a doutrina católica da bioética. Bento XVI apreciava muito as posições do protestante George W. Bush a respeito dessas questões. Mas a diplomacia vaticana já sentiu que vai ter que mudar de alianças e de política internacional, na nova fase aberta pela eleição de Barack Obama.

terça-feira, 11 de novembro de 2008



Os mais antigos textos da literatura portuguesa datam do século XII, época em que algumas pessoas costumavam escrever poesias conjugadas com a música. Surgiram então as cantigas, um tipo de produção literária que basicamente enaltecia o amor ou criticava comportamentos da sociedade daquela época. Eram as cantigas de amor, amizade, escárnio e maldizer. Todas escritas pelos chamados trovadores. Mas por que estamos dizendo tudo isso? Porque oito séculos depois do Trovadorismo, nascia no Rio de Janeiro um dos maiores compositores da música brasileira de todos os tempos. Cartola, como ficaria conhecido, era um homem simples que ao longo de mais de cinco décadas construiu um dos legados musicais mais importantes do cancioneiro nacional. Ele compôs e cantou o amor como ninguém. Seu ritmo era o samba... Cartola pode ser considerado o nosso trovador do século XX, por ter composto as mais lindas cantigas de amor. Angenor de Oliveira, vulgo Cartola, é o trovador do samba.

"Quem gosta de homenagem póstuma é estátua. Eu quero continuar vivo e brigando pela nossa música. Sinceramente, eu não acreditava que ainda viveria esse tempo de grande justiça que o povo brasileiro – apesar dos pesares - faz à música brasileira" (Cartola, Revista Manchete, 03.12.1977).
Ao longo de seus 72 anos de vida, Cartola compôs, sozinho ou em parcerias, cerca de quinhentas canções. Seus principais parceiros: Elton Medeiros, Carlos Cachaça, Noel Rosa e Dalmo Castello. Até hoje essas músicas são regravadas por vários intérpretes, tamanha é a grandeza de seus versos e melodias. "O Sol Nascerá" (uma composição do início dos anos 60), por exemplo, já teve mais de seiscentas regravações até o momento.
Entre algumas antológicas gravações das músicas de Cartola estão "Alvorada no Morro" (de Cartola, Carlos Cachaça e Hermínio Bello de Carvalho) na voz de Carlos Cachaça; "Garças Pardas" (parceria dos anos trinta de Cartola e Zé da Zilda), na voz de Clementina de Jesus; "Soldado do Amor" (de Cartola e Nuno Veloso) com Maria Creuza, e "Não Posso Viver Sem Ela" (de Cartola e Bide), com Paulinho da Viola.

A vida de Cartola
(da infância até o reencontro com Dona Zica)
Angenor de Oliveira, o Cartola, nasceu no dia 11 de outubro de 1908, no Rio de Janeiro - mais precisamente no bairro do Catete. Por erro de um escrivão, seu prenome foi grafado Angenor. Era o quarto filho - de um total de sete - do casal Sebastião Joaquim de Oliveira e Aída Gomes de Oliveira. Aos 8 anos de idade, já desfilava em blocos carnavalescos de rua. Aos 11, por problemas financeiros, foi morar com a família no morro de Mangueira. Começou a trabalhar muito cedo. Foi tipógrafo e pedreiro. Aliás, foi na época em que trabalhava em obras que surgiu seu apelido – por causa do chapeu coco que usava durante o serviço para evitar que seu cabelo ficasse sujo de cimento.

Cartola aos 11 anos
Dona Aída morreu prematuramente. Seu Sebastião era muito severo e chegou a expulsar Cartola de casa aos 17 anos de idade. Sozinho, o jovem Angenor envolveu-se com várias mulheres, adoeceu e deixou de trabalhar. Recuperado, juntou-se a mais seis amigos para criar a primeira escola de samba do subúrbio carioca – a Estação Primeira de Mangueira. Em 28 de abril de 1928, reunidos na casa do Euclides da Joana Velha, na favela da Mangueira, sete homens fundaram a Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira: seu Euclides, Saturnino Gonçalves (o Satur), Marcelino José Claudino (o Massu), Pedro Caim (o Pedro Paquetá), Abelardo da Bolinha, Cartola e Zé Espinguela. Cartola tornou-se diretor de harmonia da Escola. Passou a se dedicar à composição e aos poucos foi construindo um enorme repertório.

"Um dia apareceu lá no morro o Mário Reis, querendo comprar uma música. Estava com outro rapaz, que veio falar comigo. 'O Mário Reis está aí e quer comprar um samba teu'. Fiquei surpreso: 'O quê? Querendo comprar samba, você está maluco? Não vendo coisa nenhuma'. No dia seguinte ele voltou e me levou até o Mário Reis. Ele confirmou. 'É, Cartola, quero gravar um samba seu. Fique tranqüilo, seu nome vai aparecer direitinho. Quanto você quer por ele?' Pensei em pedir uns 50 mil réis. O outro rapaz falou baixinho: 'Pede uns 500 mil'. Eu disse: 'Você está louco, o homem não vai dar tudo isso'. Com muito medo, pedi os 500 mil. Em 1932, era muito dinheiro. O Mário Reis respondeu: 'Então eu dou 300 mil réis, está bom para você?'. Bom, ele comprou o samba mas não gravou. Quem acabou gravando foi o Chico Alves."
Depoimento de Cartola sobre o samba "Que infeliz sorte", ao programa MPB Especial (direção de Fernando Faro) - TV Cultura, 1973

Nos anos 40, sua vida entraria numa fase negativa. Ficou viúvo, contraiu meningite e trocou o morro da Mangueira pela Baixada Fluminense. Curado, voltou a viver no morro e começou a namorar dona Euzébia Silva do Nascimento, a famosa dona Zica - irmã da mulher do compadre Carlos Cachaça.

Dona Zica e Mangueira: duas paixões

Dona Zica nasceu em 1913. Conheceu Cartola ainda na infância, nos desfiles dos blocos carnavalescos de rua. Cartola pertencia aos Arrepiados, enquanto dona Zica era do Bloco do Seu Júlio. Foram se reencontrar depois de muitos anos, em 1952. Casaram-se depois de 12 anos juntos, em 1964. Passaram por dificuldades financeiras, abriram com mais dois sócios um restaurante chamado Zicartola (cartaz promocional no destaque) e desfrutaram juntos momentos inesquecíveis. Dona Zica foi fundamental na vida e na carreira de Cartola. Na época em que moravam juntos, Cartola compôs "As Rosas Não Falam", "Nós Dois" (feita dias antes do casamento de Cartola e Dona Zica) e "O sol Nascerá" (parceria com Elton Medeiros que se tornou um grande sucesso na voz de Nara Leão).

"Cartola e eu nos conhecíamos desde crianças, vivíamos ali no morro. Ele saía num bloco e eu em outro. Depois ele fundou a Mangueira e eu comecei a sair nela. Cartola casou-se com uma moça e eu também casei com outro rapaz. Saí do morro e ficamos muito tempo longe um do outro. Mais tarde eu fiquei viúva, ele também. Um dia nos reencontramos na casa da minha irmã. Ele jogou aquele papinho dele, eu também estava à toa, e daí estamos juntos até hoje".
Depoimento de dona Zica ao programa MBP Especial (direção de Fernando Faro) - TV Cultura, 1973

A outra paixão: o Grêmio Recreativo Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira. O mestre de Mangueira, durante os dez primeiros anos, foi o compositor oficial dos sambas enredo da escola. É de sua autoria o primeiro samba escolhido para a escola desfilar, "Chega de Demanda". Alguns deles tornaram-se imortais, como "Vale do São Francisco" e "Tempos Idos". Cartola, no entanto, nem sempre se relacionou bem com a Mangueira. Durante os anos de 1949 e 1977, ele sequer desfilou. Os motivos eram sempre os mesmos: divergências com os diretores da Escola, que em várias ocasiões teriam transformado a escola num reduto eleitoreiro.

Mestre Cartola: seus discos, os últimos dias de vida e as homenagens póstumas
Cartola morreu de câncer em 30 de novembro de 1980, deixando vários orfãos na música. Seus parceiros, amigos e todos aqueles que desfrutaram de sua convivência até hoje sentem enorme saudade do grande e "divino" mestre de Mangueira.

Cartola só conseguiu realizar seu sonho de gravar um disco em 1974, aos 65 anos de idade. Sua vida conturbada e a falta de oportunidades fizeram com que sua obra só fosse conhecida oficialmente num disco lançado pelo produtor Marcus Pereira. Apesar de ter sido famoso nos anos trinta, reconhecido nos anos setenta e muito querido por todos (em destaque com o maestro Radamés Gnattali), Cartola nunca recebeu consideração à altura de sua obra. Nas duas últimas décadas, muitas foram as homenagens póstumas prestadas a ele por artistas como Beth Carvalho, Alcione, Paulinho da Viola, Chico Buarque, Leny Andrade, Cazuza e Marisa Monte. Exemplos disso são o LP "Bate Outra Vez" de 1988, o CD de Leny Andrade, lançado em 1994, e a homenagem prestada por Chico Buarque num CD gravado em 1997 (Chico Buarque de Mangueira) feito em companhia dos integrantes da Estação Primeira de Mangueira.

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Algo errado no ar.

Um leitor me perguntou se eu estava dormindo durante os desdobramentos do Caso Eloá:

– Qualé, Maicon!? Ficas aí contando piadinhas bestas e comentando livros que ninguém lê enquanto o maior assunto do momento passa batido?

Respondi ao leitor em particular – como respondo agora aos leitores em geral – que prefiro escrever sobre a mais inútil das banalidades a ficar fazendo fita com a desgraça alheia. Podem me chamar de hipócrita se quiserem, mas a verdade é que essa hiperexposição do caso tornou-se nociva a todos, não apenas ao pai de Eloá.

Não nego que o assunto seja cativante. A expectativa sobre o que aconteceria às duas adolescentes e ao próprio Lindemberg representa nosso inalienável interesse nos destinos e desatinos da humanidade. A partir de um determinado ponto, porém, a coisa degringolou e, como praxe, transformou-se em espetáculo circense, em show de horrores, em Big Brother com direito a paredão e armas de verdade.

As televisões disputaram nossa audiência como se tudo não passasse de uma corrida de cães em Las Vegas. Mordemos a isca, infelizmente, fascinados que estávamos com a demora do cativeiro e com o Gate agindo como se estivesse numa comédia do Jerry Lewis.

Como saber quando a cobertura de uma notícia dessa natureza ultrapassou os limites? Tenho três dicas:

1) quando o noticiário insiste por muito tempo no mesmo tema e, como um seqüestrador armado e ciumento, nos obriga a lhe dar atenção;

2) quando a notícia passa a integrar a programação de atrações que não são necessariamente jornalísticas, como programas de auditório e shows de variedades;

3) quando apresentadores e “repórteres” apelam para os instintos e as lágrimas dos envolvidos.

Nada disso é informação, mas telenovela. Indício de que está na hora de mudar o canal. Sim, mudar de canal, ou então dar um off na TV, porque não adianta criticar a mídia enquanto comemos pipoca diante dos abusos. Na época do caso Isabella, comparei as televisões a um bando de urubus que trazem a podridão para as nossas boquinhas abertas e piacentas. Simplificando: enquanto pedirmos carniça, sempre haverá alguém para nos alimentar.

É por isso que hoje vou terminar pelo seguinte:

– Qualé, moçada?! Enquanto vocês ficam entretidos com o maior assunto do momento, as piadinhas bestas e os livros que ninguém lê passam batidos, batidos...




Maicon Tenfen.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008




Grupo Capivara Arte Rítmica - Apresenta: Ritmos Afro Brasileiro.
Com participação especial de convidados.


Coco, Ciranda, Maracatu, Boi do Maranhã e etc...


Bora povo!?



Ahhh saimos hj no jornal Folha de Blumenau.



Sustenta!!!


www.grupocapivara.multuply.com

terça-feira, 28 de outubro de 2008




Por: Claudio Leal

Especialista em cenários políticos, o sociólogo e consultor Antônio Lavareda avalia que a vitória de Gilberto Kassab (DEM), em São Paulo, "hierarquizou" a disputa interna no PSDB para a sucessão presidencial de 2010. O governador paulista José Serra levaria vantagem sobre o mineiro Aécio Neves na queda-de-braço pela candidatura.

Em Belo Horizonte, o candidato de Aécio e do PT, Marcio Lacerda (PSB), venceu com 59% dos votos válidos, no segundo turno. Mas não houve a esperada facilidade. Em São Paulo, Kassab angariou 60% dos votos, o que representa uma vitória pessoal de Serra, que havia rifado a candidatura tucana de Geraldo Alckmin, no primeiro turno. Lavareda ressalva que o resultado em Minas reabilitou Aécio. Entretanto, indica um vencedor:

- Se você tiver que apontar o grande vitorioso do PSDB, é consensual a identificação do governador Serra como o grande beneficiário - diz Lavareda.

Em entrevista a Terra Magazine, o sociólogo analisa o crescimento do PMDB e a relação da popularidade de Lula com o pleito municipal.

Leia a conversa:

- O senhor concorda com a tese de que o presidente Lula não transferiu votos, apesar da alta popularidade, e se torna mais difícil fazer o sucessor, em 2010?
Antonio Lavareda - A despeito de ele ter 80% de aprovação, segundo as pesquisas, os candidatos apoiados por Lula não foram expressivamente beneficiados. Ou seja, os levantamentos nas grandes capitais no segundo turno mostraram que os desempenhos dos candidatos, entre os que aprovavam o governo de Lula e os que não aprovavam, eram extremamente semelhantes. O apoio de Lula não foi um diferencial importante para a decisão do voto no segundo turno.

Isso seria uma característica das eleições municipais?
O fato de ser eleição municipal, é verdade, mas também mostra que, a despeito da elevada popularidade dele, não se dá, automaticamente, uma transferência desse prestígio para o volume das intenções de voto.

Como pode ser avaliado o crescimento do PMDB? Ele cresce, mas é um partido fragmentado.
Acho importante o crescimento do PMDB porque vai levar o partido a demandar uma fatia do governo federal maior do que a que já detém hoje, os cinco ministérios. O crescimento é também importante porque vai, inevitavelmente, levar ao aumento da bancada do partido nas eleições federais, estaduais, em 2010. Porque os prefeitos e vereadores são os maiores cabos eleitorais de candidatos a deputado federal e estadual. Então, é provável que o PMDB venha a fazer uma grande bancada, em 2010. Isso desde logo o habilita, independentemente do governo que venha a ser eleito, a ser um fator imprescindível para o próximo governo federal.

E o PT?
O PT cresceu nos médios municípios, embora tenha recuado nas capitais. Cresceu no conjunto do País e nos médios municípios. O problema do PT é que a expectativa despertada em relação ao desempenho do partido se mostrou extremamente descolada da realização nas urnas.

Não é estranho esse recuo do PT em grandes cidades?
Mas cresceu nos médios. Não teve um desempenho satisfatório nas capitais. Não fez nenhum prefeito no Sul do País, no Sudeste. Os prefeitos eleitos foram, basicamente, no Norte/Nordeste.

No PSDB, a disputa antecipada entre Aécio Neves e José Serra...
Pela eleição municipal, essa disputa hierarquizou um pouco, saiu um pouquinho hierarquizada, beneficiando, no primeiro momento, o governador de São Paulo, José Serra.

Mas, com o resultado de Belo Horizonte, Aécio também não se enfraquece.
O resultado de Minas o reabilitou, em certa medida. Mas, de qualquer forma, se você tiver que apontar o grande vitorioso do PSDB, é consensual a identificação do governador Serra como o grande beneficiário.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Oktôba

Ai, ai... Gomo o meu gapeça tói! Tepois de tanto tempo de gasato, de tantos anos xuntos, só acora fui tescoprir gomo o meu Frida tem um mon pesata e gomo é mais pior tormir xunto gom as mareco que eu cósto de criar pra tepois gomer gom uma pratinho de rebolho e rapanete.

Ontem eu tafa ton ponitinha no meu zová e no vrente do meu televison! Por quéque o Frida tefe que xecar tota prafa assim do xeito dela e me mantar gomprar aquela maltita gaixinha de fófi uma veiz?

Non me lempro gomo, zó me lempro que fui parar lá no Rua XV, perto do icrêcha, zertinha na puteco do Tunca e ainda por zima pem no meio do Oktôba. Aí xá fiu, né? Pepi um xelatinha aqui, outro xeladinha ali, taqui a pouco um chope de crátis, outro chope paco pelos meus amicas de Zan Baulo que fiz rapitinha e quando fi xá tafa egzpichado no volia.

De repente me lemprei de egzpiar o meu relóxio e atifinhe zó que horas eram: quase zinco do matrucata. Aí benzei: o Frida xá tefe de tá firada num xaquatirica de ton zancata. Fui corendo pro meu gasa e quando xequei – ai, ai, ai! – foi aquela calamitate.

– Zeu félho sem-ferconha! – critou o Frida. – Onde é que tu tafa uma veiz?

Tentei egzplicar, mas non tefe xeito. O Frida me xocou a chinelo, a bau de macaron, e até o cuarta-loiça. Quando ela xecou para a lado do faqueiro, peti um trécua e caí egzausto no meu zovazinha félha de querra. Taí o Frida me chamou de noxento, de cachora e de vacapunto. Até de vacapunto, xá penzou?

Despois ela ficou um pouco mais galma, mas taí zenti um refertério aqui no meu pariga e eu tife de lefantar o meu punta do zová e zoltar um peitinho de alífio que non era nata comparato com aqueles peitões que eu gostuma zoltar tepaixo dos copertas. Ô Mein Gott! O Frida ficou um arrarra:

– Félho porcalhon! Vedorento duma fica!

Mas o cota d’áqua mesmo feio no que ela percuntou da gaixinha de fófi e eu resbondi que tinha egzquecito de comprar. Enton ela xogou tuto te nofo pra zima do meu gapeça. Pra tentar acratar o Frida, acora fou de nofo gomprar o gaixinha de fófi. Zó que non fou no mercato do fizinho. Turante a Oktôba, o único lucar de Plumenau que tem fófi pom é o puteco do Tunca...

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

O texto que segue foi escrito para uma formatura, por Nizan Guanaes,paraninfo de uma turma na Faap. Olhe só o que este publicitário escreveu. Deve ser por isso que é um dos melhores redatores do mundo e dono da Agência DM9 (aquela dos bichinhos da Parmalat).
“Dizem que conselho só se dá a quem pede. E, se vocês me convidaram para paraninfo, estou tentado a acreditar que tenho sua licença para dar alguns.

Portanto, apesar da minha pouca autoridade para dar conselhos a quem quer que seja, aqui vão alguns, que julgo valiosos.

Não paute sua vida, nem sua carreira, pelo dinheiro. Ame seu ofício com todo o coração. Persiga fazer o melhor. Seja fascinado pelo realizar, que o dinheiro virá como conseqüência. Quem pensa só em dinheiro não consegue sequer ser nem um grande bandido, nem um grande canalha.

Napoleão não invadiu a Europa por dinheiro. Hitler não matou 6 milhões de judeus por dinheiro. Michelangelo não passou 16 anos pintando a Capela Sistina por dinheiro. E, geralmente, os que só pensam nele não o ganham. Porque são incapazes de sonhar.

E tudo que fica pronto na vida foi construído antes, na alma. A propósito disso, lembro-me de uma passagem extraordinária, que descreve o diálogo entre uma freira americana cuidando de leprosos no Pacífico e um milionário texano. O milionário, vendo-a tratar daqueles leprosos, disse: “Freira, eu não faria isso por dinheiro nenhum no mundo” E ela responde: “Eu também não, meu filho”.

Não estou fazendo com isso nenhuma apologia à pobreza, muito pelo contrário.

Digo apenas que pensar e realizar, tem trazido mais fortuna do que pensar em fortuna.

Meu segundo conselho.

Pense no seu País. Porque, principalmente hoje, pensar em todos é a melhor maneira de pensar em si. Afinal é difícil viver numa nação onde a maioria morre de fome e a minoria morre de medo.

O caos político gera uma queda de padrão de vida generalizada. Os pobres vivem como bichos, e uma elite brega, sem cultura e sem refinamento, não chega a viver como homens. Roubam, mas vivem uma vida digna de Odorico
Paraguassu.

Meu terceiro conselho vem diretamente da Bíblia: “Seja quente ou seja frio,não seja morno que eu te vomito”. É exatamente isso que está escrito na carta de Laudicéia: seja quente ou seja frio, não seja morno que eu te vomito: É preferível o erro à omissão. O fracasso, ao tédio. O escândalo, ao vazio. Porque já vi grandes livros e filmes sobre a tristeza, a tragédia, o fracasso. Mas ninguém narra o ócio, a acomodação, o não fazer,
o remanso.

Colabore com seu biógrafo. Faça, erre, tente, falhe, lute. Mas, por favor,não jogue fora, se acomodando, a extraordinária oportunidade de ter vivido.

Tendo consciência de que, cada homem foi feito para fazer história. Que todo homem é um milagre e traz em si uma revolução. Que é mais do que sexo ou dinheiro.

Você foi criado, para construir pirâmides e versos, descobrir continentes e mundos, e caminhar sempre, com um saco de interrogações na mão e uma caixa de possibilidades na outra. Não use Rider, não dê férias a seus pés. Não se sente e passe a ser analista da vida alheia, espectador do mundo, comentarista do cotidiano, dessas pessoas que vivem a dizer: eu não disse!,eu sabia! Toda família tem um tio batalhador e bem de vida.

E, durante o almoço de domingo, tem que agüentar aquele outro tio muito inteligente e fracassado contar tudo que ele faria, se fizesse alguma coisa.

Chega dos poetas não publicados. Empresários de mesa de bar. Pessoas que fazem coisas fantásticas toda sexta de noite, todo sábado e domingo, mas que na segunda não sabem concretizar o que falam.

Porque não sabem ansiar, não sabem perder a pose, porque não sabem recomeçar. Porque não sabem trabalhar.

Eu digo: trabalhem, trabalhem, trabalhem. De 8 às 12, de 12 às 8 e mais se for preciso.

Trabalho não mata. Ocupa o tempo. Evita o ócio, que é a morada do demônio, e constrói prodígios. O Brasil, este país de malandros e espertos, da vantagem em tudo, tem muito que aprender com aqueles trouxas dos japoneses. Porque aqueles trouxas japoneses que trabalham de sol a sol construíram, em menos de 50 anos, a 2ª maior megapotência do planeta. Enquanto nós, os espertos, construímos uma das maiores impotências do trabalho. Trabalhe!
Muitos de seus colegas dirão que você está perdendo sua vida, porque você vai trabalhar enquanto eles veraneiam. Porque você vai trabalhar, enquanto eles vão ao mesmo bar da semana anterior, conversar as mesmas conversas,
mas o tempo, que é mesmo o senhor da razão, vai bendizer o fruto do seu
esforço, e só o trabalho lhe leva a conhecer pessoas e mundos que os
acomodados não conhecerão. E isso se chama sucesso.”

“TRABALHE EM ALGO QUE VOCÊ REALMENTE GOSTE, E VOCÊ NUNCA PRECISARÁ TRABALHAR NA VIDA”

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Para quem acompanhou o Maximídia, e viu a lamentável disccusão, estou postando o comentário sobre que Eloy Simões fez!



São todos culpados - Eloy Simões

13/10/08

1. Um amigo nosso, comandante da VASP, conta-me a estranha mensagem recebida por um piloto americano durante uma aterrissagem.

O avião da companhia norte-americana sobrevoava a Bahia, a caminho do Rio, quando um defeito no motor obrigou o piloto a providenciar uma aterrissagem no aeroporto mais próximo possível.

Na Bahia, justamente na pequena cidade de Barreiras, existe uma pista de emergência (se é que se pode chamar aquilo de pista) para os aviões das linhas internacionais. Raramente é usada, mas era a mais próxima da rota do avião. Assim, o piloto não teve dúvidas. A situação dele estava muito mais pra urubu do que pra colibri. O negócio era mesmo se mandar para Barreiras.

Pediu pouso durante certo tempo, dirigindo-se à Rádio local em inglês. A resposta demorou um pouco, mas acabou vindo. Alguém, com forte sotaque nordestino, falando um inglês arrevesado e misturado com palavras em português, respondia que estava ouvindo e aconselhava o comandante a procurar outro local para aterrissagem.

Há dias estava chovendo em Barreiras e a pista se achava em péssimo estado.

O piloto, sem outra alternativa, insistiu em pousar assim mesmo, e tornou a pedir instruções, ouvindo-se lá a dizer que estava bem, mas que não se responsabilizava pelo que desse e viesse.

Acontece porém que isso foi dito com outras palavras, ainda num misto de português e inglês. Assim:

— Ok. You land. But se der bode, I’il take my body out. (de Stanilw Ponte Preta, ou Sérgio Porto, para os menos íntimos. O texto consta do livro 10 em Humor, da Editora Expressão e Cultura)

2. Infelizmente não me foi possível assistir ao MaxiMídia. Fico, assim, com o relato feito por este Acontecendoaqui sobre a lamentável, mas esclarecedora discussão entre Nizan Guanaes e Fábio Fernandes (íntegra aqui). Transcrevo o que foi noticiado pelo portal:
“A discussão teve início logo após um discurso que Nizan Guanaes trouxe preparado sobre sua interpretação para a atual crise, na qual traçou um cenário bastante pessimista e sobre como as empresas do grupo ABC estão tomando precauções. Fernandes pediu a palavra para criticar o discurso de Nizan, afirmando que o painel deveria ser um debate sobre o momento e não um espaço para discursos. O presidente te da F\Nazca S&S também criticou a visão pessimista de Nizan e seu modelo de atuação no mercado publicitário. “Você é responsável em grande parte pelo que está acontecendo”, acusou, atiçando os ânimos do painel.

2. Não, Nizan não é o único culpado. Fábio Fernandes, também é. Aliás, toda a geração de publicitários que se projetou na década de oitenta é culpadíssima.

3. Nizan, Fábio Fernandes, Washington Olivetto, Cláudio Carillo, Eduardo Fischer, Luís Grotera, Silvio Matos, Dorian Taterka, Roberto Justus, Celso Loduca, Marcelo Serpa, Alexandre Gama, só para citar alguns. Uma geração com raro talento e um faro especial para os negócios. Craques em ganhar dinheiro. Donos de trabalhos invejáveis. No entanto, incapazes de preservar as conquistas das gerações que as precedeu, porque nada deu de volta à profissão que lhe permitiu fazer isso.

Nada, absolutamente nada.

Desse mato não saiu um só coelho disposto a contribuir com o amadurecimento do setor. Um dia, quando algum pesquisador descrever a história recente da publicidade, eles serão registrados como grandes fazedores de negócio pessoal, que se aproveitaram da publicidade para satisfazer sua vaidade pessoal e fazer sua fortuna, sem oferecer nada de volta.

4. Narcisos da publicidade, passaram o tempo olhando seus reflexos no espelho das vaidades, desfilando na passarela de Cannes, exibindo seus leões no Brasil.

Distraídos, não perceberam – ou se perceberam acharam nada importantes diante do seu fascínio pessoal – que no entorno do trono onde se sentam, as coisas azedavam. Dividiam o tempo entre o espelho, o próprio umbigo e o puxa saquismo dos bobos da corte.
E os anunciantes se rebelaram. A sociedade pressionava. No Congresso e nos governos. os políticos deitaram e rolaram. Mas eles não ouviam. As águas do lado, onde eles, quando não estavam na frente do espelho, iam admirar a própria beleza, já estavam turvas, mas a vaidade já os havia cegado.

5. Foram necessários trinta anos para que percebessem que era preciso reunir a categoria. Mesmo assim, essa percepção não partiu deles. De nenhum deles.

Agora, com a água poluída lhes batendo na bunda, se acusam. Já é alguma coisa. Quem sabe, o Fábio Fernandes tenha dado o primeiro grito capaz de acordá-los e fazer com que eles aterrisem no mundo real. Tomara que não seja tarde demais.

But, se der bode, I’il take my body out.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Ipea: diferença de renda entre raças pode acabar só em 2029
Marina Mello
Direto de Brasília

De acordo com uma estimativa "otimista" do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), somente daqui 21 anos o Brasil poderá acabar com a diferença de renda domiciliar entre famílias brancas e negras.


Dados do órgão mostram que a renda das famílias brancas é atualmente, em média, 2,06 vezes maior que o rendimento das famílias negras.

Se o atual ritmo de redução for mantido, o pesquisador do Ipea, Mário Thedoro, estimou que somente daqui 21 anos o País conseguirá atingir a igualdade racial na renda familiar.

"Temos uma projeção otimista de que se isso (essa queda) virar uma tendência, daqui a 21 anos teremos igualdade", avalia.

Segundo ele, as políticas sociais de inclusão do negro já surtiram efeito nos dados atuais, que mostram uma queda na diferença entre negros e brancos.

Mas, o pesquisador alertou que este prazo poderia ser reduzido se surgissem outras políticas de inclusão voltadas especificamente para os negros e não apenas generalizando a população negra junto da população de baixa renda.

"Percebemos uma redução da desigualdade justamente ocasionada pelo acesso que as famílias negras tiveram aos programas sociais. (...) Porém, essa velocidade na diminuição da desigualdade tende a ser menor, já que esse efeito já foi percebido, a não ser que outros programas sejam elaborados pelo governo, o que até o momento não aconteceu", explicou.



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Sem cometários!


Silencio do Rum no Reino do AIUKA de Mae Filhinha de Iemanjaogunte.




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Axé!

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Acabei de ler, interessante.

Aulas de Cambridge e Oxford serão oferecidas no iTunes


As universidades de Oxford e Cambridge, na Grã-Bretanha, vão oferecer palestras de importantes acadêmicos no iTunes, o serviço de disponibilização de áudio pela internet.

Cambridge disse que vai colocar o trabalho de seus prêmios Nobel ao alcance do grande público e Oxford anunciou que vai oferecer 150 horas de vídeo e áudio dos "grandes pensadores do mundo".

Outras universidades britânicas já vinham oferecendo palestras e aulas pela internet. Agora, Cambridge e Oxford, universidades de elite do país, decidiram seguir o exemplo e vão oferecer conteúdo educacional gratuitamente pelo iTunes.

Uma porta-voz da Universidade de Cambridge disse que a idéia é "levantar o véu" que cobre a universidade, usando iTunes para colocar palestras e aulas de seus especialistas em domínio público.

Biblioteca Online
Segundo a porta-voz, o usuário poderá acessar, por exemplo, uma palestra do historiador David Starkey, música do coral do St John's College e aulas de físicos que vão "destrinchar a ciência" até as suas bases.

A Universidade de Oxford vai usar o iTunes para divulgar pesquisas e permitir que o público ouça os grandes pensadores do mundo falando sobre assuntos atuais, informou a instituição.

Entre as contribuições da universidade estarão o economista Joseph Stiglitz discutindo a crise financeira no mundo e o geneticista Craig Venter falando sobre genoma.

Também serão disponibilizadas informações sobre a universidade para estudantes em potencial.

Várias universidades da Grã-Bretanha instalaram serviços para baixar áudio de graça dentro da área de educação do iTunes (iTunes U, lançado pela Apple há um ano), entre elas, a University College London e a Open University.

O programa permite que as universidades criem uma biblioteca de palestras que podem ser ouvidas em computadores e iPods.

Cambridge já colocava material na internet, mas a universidade diz que agora, pela primeira vez, os arquivos estarão disponíveis em um lugar só, permitindo que as pessoas façam buscas "por todo o catálogo".


http://educacao.uol.com.br/ultnot/bbc/2008/10/07/ult3278u84.jhtm
Perguntei a um sábio,
a diferença que havia
entre amor e amizade,
ele me disse essa verdade...
O Amor é mais sensível,
a Amizade mais segura.
O Amor nos dá asas,
a Amizade o chão.
No Amor há mais carinho,
na Amizade compreensão.
O Amor é plantado
e com carinho cultivado,
a Amizade vem faceira,
e com troca de alegria e tristeza,
torna-se uma grande e querida
companheira.
Mas quando o Amor é sincero
ele vem com um grande amigo,
e quando a Amizade é concreta,
ela é cheia de amor e carinho.
Quando se tem um amigo
ou uma grande paixão,
ambos sentimentos coexistem
dentro do seu coração.

William Shakespeare



Retirado do Blog:
www.ovopoche.blogspot.com

sexta-feira, 26 de setembro de 2008



http://www.flickr.com/photos/claudiaeggert


Sexta Feira.
Ontem Jazz, muito bom!

E pra iniciar o final de semana...

SE EU FOSSE...

Se eu fosse uma palavra expressaria
O quanto há no mundo de uma vez
E ao som daria toda a maciez
Da voz de uma manhã, saudando o dia.

Quis Deus que eu falasse o português,
Este idioma raro da poesia,
Que nem a mais completa harmonia
Dos cânticos se iguala em altivez.

Da língua aprendi: melancolia,
Crepúsculo, esperança e nostalgia,
Primavera, candeia e liberdade...

Nenhuma sobre a outra é mais bonita,
Mas a que eu quero ser e não foi dita
É simplesmente a que traduz saudade.

Erigutemberg Meneses.


Imagem: Claudia Eggert.
http://www.flickr.com/photos/claudiaeggert

quinta-feira, 25 de setembro de 2008



Um pouco do mundo...

O vice-presidente do Congresso Nacional Africano (CNA), Kgalema Motlanthe, foi designado hoje como novo presidente da África do Sul pelo Parlamento do país, na Cidade do Cabo.

Motlanthe, que recebeu 269 votos, é o terceiro presidente negro da África do Sul, depois da queda definitiva do regime segregacionista do "apartheid".

O partido opositor Aliança Democrática, o único que apresentou outro candidato, Joe Seremane, recebeu 50 votos e houve 41 votos nulos, do total de 360 parlamentares presentes à sessão.

O novo presidente substitui Thabo Mbeki, forçado a deixar a Chefia do Estado depois da exigência do próprio partido do então presidente no sábado passado.

A votação, dirigida pelo presidente da Corte Suprema de Justiça, juiz Pius Langa, ocorreu pouco depois das 12h (7h de Brasília) na sede do Parlamento na Cidade do Cabo, a capital legislativa do país.

Esta tarde, o novo presidente da África do Sul deve tomar posse e nomear um novo vice-presidente e onze ministros para substituir os que renunciaram junto com Mbeki.

Motlanthe é conhecido entre os membros de seu partido como "o ancião", por causa de sua "sabedoria e temperança", segundo comentaristas locais.

O Congresso Nacional Africano espera que Motlanthe "devolva a estabilidade e a tranqüilidade" à política sul-africana após esta crise de Governo, que evidenciou uma divisão interna dentro desse partido.

O CNA governa na África do Sul com maioria absoluta desde 1994, quando Nelson Mandela foi eleito o primeiro presidente negro do país.

Jacob Zuma, o atual presidente do CNA e rival político de Mbeki, é o candidato favorito para ganhar as eleições gerais previstas na África do Sul em abril de 2009 e, se isso se confirmar, substituirá Motlanthe na Chefia do Estado.


Fonte; Terra.

terça-feira, 23 de setembro de 2008



Dia Sem Carro

Quem quiser que atire a primeira pedra: não aderi ao Dia Sem Carro de ontem. Rotina intermitente, horários apertados, minhas tristes experiências com o transporte público de Blumenau e até mesmo comodismo, eis as razões que me levaram a negligenciar o movimento. Aplaudo a ação dos manifestantes - quem não aplaudiria? Na prática, porém, confesso que fraquejei. Quando outras pessoas dependem de você ou cobram sua pontualidade, é quase uma loucura confiar nos ônibus-circulares da região.

Pelo visto, parece que muita gente passaria pelas mesmas dificuldades se deixasse o carro na garagem. Não sei se você percebeu, mas ontem o trânsito se comportou como em qualquer outra segunda-feira de setembro. De manhã, por exemplo, enfrentei um engarrafamento mais pesado que o usual, e à tarde, nas proximidades da universidade, vi um camarada com a camiseta do Dia Sem Carro entrar num automóvel e sair tranqüilamente pela avenida.

Não estou julgando ninguém - quem sou eu para fazer isso? - , mas apenas lembrando que, no momento, é absurda a nossa dependência aos veículos particulares. Apenas a conscientização e a boa vontade não resolverão o problema. Além de caro, o transporte coletivo é desrespeitoso com o usuário. Embora motoristas e passageiros de veículos menores sejam obrigados por lei a usar cintos de segurança, ninguém se preocupa quando as pessoas ficam em pé dentro de um ônibus lotado que, no mais das vezes, corre furioso pelas ruas dos bairros e do próprio centro da cidade.

Em vez de implementar uma ação corajosa e dar condições para as pessoas deixarem seus automóveis em casa, o poder público prefere se desmanchar em desculpas esfarrapadas. De acordo com o Sr. Rudolf Clebsh, presidente do Seterb, "o transporte coletivo está adequado para atender a demanda da população (...) O que ocorre é que todos querem entrar no primeiro ônibus que aparece, mesmo sabendo que logo em seguida já vem outro. Assim, o veículo vai lotado e 10 minutos depois sobra espaço no próximo".

Ah, bom, deixe-me ver se entendi direito: há ônibus à vontade, pena que os usuários, sempre afoitos e um tanto desmiolados, não sabem utilizar o sistema com civilidade. Conta outra, vai. Botar a culpa nas pessoas que são obrigadas a enfrentar a hora do rush não resolve nada. Que tal ampliar o número de ônibus em circulação? Que tal criar novas linhas e horários para realmente atender a demanda? Que tal implementar uma política para diminuir o custo da passagem? Que tal criar mais ciclovias e incentivar o uso prático (e não apenas recreativo) da bicicleta? Ciclovias... Bem, esse tema merece uma crônica à parte.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008




Fala-se tanto no Baião, então segue um pouquinho da história desse genero, tão brasileiro!

Segundo informa Câmara Cascudo, foi gênero de dança popular bastante comum durante o século XIX.
Em 1928 Rodrigues de Carvalho registrou que "...o baião, que é o mais comum entre a canalha, e toma diversas modalidades coreográficas".
Câmara Cascudo registra ainda a sua popularização no país, a partir de 1946, com Luiz Gonzaga, em forma modificada pela "inconsciente influência local do samba e das congas cubanas" - sendo o ritmo de sucesso vencendo o espaço então dominado pelo bolero.
Sua execução original era com sanfonas, que com a popularização passou a anexar o orquestramento.[2]
O primeiro sucesso veio com a música homônima - Baião - de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, cuja letra diz: "Eu vou mostrar pra vocês / Como se dança o baião / E quem quiser aprender / É favor prestar atenção." [4] e "(...) o baião tem um quê / Que as outras dancas não têm".
Gonzaga logo passou a dominar o gosto popular com outros sucessos no estilo do baião, a ponto de jornais da época registrarem que o ritmo tornara-se a "coqueluche nacional de 1949" (Radar) e era decisiva sua influência "na predileção do povo" (Diário Carioca).
A partir da década de 50, o gênero passou a ser gravados por diversos outros artistas, dentre os quais Marlene, Emilinha Borba, Ivon Curi, Carolina Cardoso de Meneses, Carmem Miranda, Isaura Garcia, Ademilde Fonseca, Dircinha Batista, Jamelão, dentre outros. Se Gonzaga era o "Rei do Baião", Carmélia Alves era tida como a Rainha, Claudete Soares a princesa e Luiz Vieira o príncipe. Após um período de relativo esquecimento, durante a década de 60 e a seguinte, no anos 70 ressurgiu com Dominguinhos, Zito Borborema, João do Vale, Quinteto Violado, Jorge de Altinho.
O ritmo influenciou ainda o tropicalismo de Gilberto Gil e o rock'n roll de outro baiano - Raul Seixas. Este último fundiu os dois ritmos, criando o Baioque"

O Baião é uma dança cantada. Criação nordestina, resultante da fusão da dança africana com as danças dos nossos indígenas e a dos portugueses colonizadores, refletindo na sua composição o caldeamento destas três raças.
O Baião, anteriormente conhecido como Baiano, por influência do verbo “baiar”, forma popular de bailar, baiar, baio (baile), na opinião do mestre Joaquim Ribeiro, sempre foi apreciado e praticado no Nordeste; depois foi-se difundindo por outras plagas e por fim atravessou com sucesso as fronteiras do País. A natureza do Baião não sofreu nenhuma transformação em sua
peregrinação para outras regiões. Apenas foi alterado em sua forma na migração para o Sul do País, visto que: após a execução do Baião, o dançarino convida outra pessoa para o substituir com uma umbigada, enquanto no Sul o convite ao substituto é assinalado com um estalar de dedos, à guisa de castanholas, em direção ao escolhido.

O Baião é formado dos seguintes passos: balanceios; passos de calcanhar; passo de ajoelhar; rodopio.
O Baião é dançado em pares.

Indumentária: Damas - vestido de chita ordinária com babados na saia, amplo decote e mangas curtas; sandálias coloridas.
Cavalheiros – calça de brim claro; camisa comum; sandálias de couro cru.

Instrumentos musicais: agogô, triangulo e sanfona.

Coreografia: os dançarinos e dançarinas formam-se em círculos, sentados ou em pé. Dançam aos pares no centro da roda. A dança consiste em movimento do ventre e sapateado, e a umbigada constitui a principal marcação do folguedo. A coreografia do Baião é individual e composta de dança cantada. A dança é executada com balanceios lascivos, rodopios, estalar de dedos e movimentos dos braços.
O ventre e os pés desempenham relevante papel na coreografia do Baião. O remelexo é executado com movimento do ventre, com sapateado típico, enquanto os braços se conservam abertos. Outra posição consiste em ficar o dançarino com o calcanhar para frente e a ponta dos pés para cima.

Passos mais conhecidos:

Balanceio: passo à frente com perna esquerda, flexionando-a ligeiramente sem apoiar o pé; o mesmo procedimento com a perna direita, mudando o peso do corpo para a perna que fica atrás.
Em cada mudança faz um balanceio, ficando as pernas semi-flexionadas e o tronco acompanhando o movimento. Reinicia-se o passo levando a perna de trás para frente. O cavalheiro executa esse passo segurando com a mão direita o punho esquerdo atrás do corpo, à altura da cintura. A dama coloca o braço esquerdo na perna e avança. A palma da mão para baixo. A outra mão apóia-se nos quadris. Olhar sempre à frente.

Passo de calcanhar: o calcanhar esquerdo apoiado obliquamente à frente; perna estendida; inclinando o tronco e a cabeça para a esquerda. Em seguida unir o pé direito ao esquerdo, levantando o tronco e a cabeça. Depois apoiar o calcanhar direito obliquamente à frente, unir o pé direito como foi dito, então, cruzar as pernas, a esquerda atrás da direita levemente flexionada, apoiando o pé pela ponta, inclinado o tronco e a cabeça para a direita. Um passo oblíquo à frente, com o pé esquerdo, unindo a perna direita à esquerda e voltando a posição normal.

Passo de ajoelhar: saltitando, caindo sobre a perna esquerda, flexionando e apoiando o pé lateralmente. Aproximam-se os punhos como a comprimi-los quando unem-se os pés, e colocando-os obliquamente para a frente, enquanto a perna direita fica estendida obliquamente para trás. Os braços ficam sempre levantados para frente. A seguir, sempre saltitando, coloca-se
a perna direita em diagonal à frente e a esquerda para trás, volvendo a perna direita junto com a cabeça para o lado esquerdo. Ao mesmo tempo ajoelha-se.

Rodopio: cruzando a perna direita na frente da esquerda, flexionando ao mesmo tempo que movimenta a cabeça e tronco, cruzando os braços pendidos na frente do corpo. Iniciar com um giro pela direita, elevando-se gradativamente o tronco, a cabeça e os braços, que abrem em forma de arco oblíquo para cima, enquanto as pernas se estendem. O giro é feito sobre o pé direito que se desloca, movimentando-se no lugar sobre a ponta, enquanto o esquerdo na fase final se coloca em afastamento lateral. Rodopio. Em seguida levar a perna direita para junto da esquerda, apoiando-se à ponta do pé e fazendo com ambas uma semi-flexão seguida de extensão. Balanceio com movimento dos quadris. Trejeito com pequeno afastamento para a frente apoiando o dorso das mãos nos quadris, cotovelos ligeiramente para frente balançando-se sobre as pernas e fazendo rotações com o corpo ora para a direita, ora para a esquerda. Depois, um pequeno afastamento para frente, flexionando lentamente as pernas com o cotovelo esquerdo na mão direita.
Ontem falei um pouco do Cristianismo (Católico).
Hj falaremos dos Gnosticos:

Os gnósticos através dos tempos:

Com a descoberta dos evangelhos apócrifos em Qumran (no Mar Morto – Palestina) e em Nagh-Hammadi (Alto Egito) podemos considerar que estamos vivendo momentos importantes para o redescobrimento da cristandade primitiva, tal como era vivida nos tempos de Jesus. Juntamente com os estudos da moderna Gnose do Mestre Samael Aun Weor, vamos formar uma base sólida a respeito dos acontecimentos que marcaram a passagem do Mestre Jesus na Terra, sua doutrina crística, sua missão e compreenderemos também um pouco mais a respeito da influência dos gnósticos para a formação do verdadeiro Cristianismo.

As Escolas de Mistérios Maiores sempre existiram no mundo e são representantes da Grande Fraternidade Branca na Terra. Essas escolas cumprem a missão, até os dias de hoje, de formar, ou melhor, iniciar devidamente os Instrutores do mundo de acordo com seu raio de trabalho, para a preconização do trabalho na Grande Obra do Pai.

Para não nos distanciarmos muito da questão da cristandade gnóstica, devemos citar apenas que desde a Atlântida estes ensinamentos gnósticos já vinham sendo ensinados e publicados pelas escolas mais antigas. Entre elas citamos os Naga-maias do Tibet, os maias, os incas, os muiscas (da Bolívia), os Egípcios etc... Todos eles herdaram seus conhecimentos dos atlantes.

O Paganismo, por volta do século 1° a.C., estava em plena fase de decadência. Por exemplo, os sacerdotes e os deuses greco-romanos já não eram mais respeitados e venerados pela população e nem por seus governantes, os quais se divertiam com peças teatrais que desmoralizavam as divindades correntes. O mestre Samael afirma que naquela época os artistas satirizavam em comédias os divinos rituais, imitavam o deus Baco através de uma mulher embriagada ou o caricaturavam como um bêbado pançudo montado em um burro. A deusa Vênus era representada como uma adúltera que andava à procura de prazeres orgiásticos. Nem o deus Marte, o poderoso Deus da Guerra, era respeitado, zombavam dele e o ironizavam. Tal era a decadência do paganismo. Na Europa Ocidental ocorria o mesmo, com a decadência dos ritos druídicos e nórdicos, os quais usavam indiscriminadamente sacrifícios humanos e orgias. Vemos essa mesma decadência também na Pérsia e, enfim, em todos os cantos do império romano.

A Cristandade antes de Jesus

Jesus sabia que havia uma nova necessidade religiosa para a época, como afirma o mestre Samael, e na região da Palestina, onde veio afirmar sua missão, já existiam algumas Escolas de Mistérios atuantes, mesmo que timidamente. Dentre essas Escolas algumas tomam maior destaque, como os Essênios, os Batistas (Ordem a qual pertencia João), os Nazarenos, etc...

Os textos apócrifos atestam a atividade de Jesus entre a casta dos Essênios, que levavam uma vida de restrições materiais. Tinham seus monastérios às margens do Mar Morto. Formavam uma comunidade humilde e esta era uma exigência fundamental para que o candidato fizesse parte da "grei". Entre os vários procedimentos que deveriam ser praticados pela comunidade, estavam os votos de Pobreza, Castidade e Silêncio, entre outros. No voto de pobreza era exigido que o neófito se despojasse de todos seus bens materiais compartilhando-os com a comunidade, pois, segundo as regras, tudo era de todos e não poderia haver o "meu" e o "teu". Quando o candidato queria entrar para a casta essênia lhe era exigido também viver decididamente o voto de silêncio. Para isto ficava afastado pelos menos algumas centenas de metros da comunidade, apenas observando de longe seus costumes e ritos diários. Dizem os historiadores e pesquisadores dos pergaminhos de Qumran que os essênios viviam de sua própria produção de alimentos, ou seja, não compravam nem vendiam, não tinham comércio de forma alguma com as cidades próximas. Vestiam-se muito simplesmente com túnicas de linho de algodão brancas – por isso também eram conhecidos como "os anjos do deserto". Havia também entre os essênios a prática da cura pela imposição das mãos. Entre outras práticas rituais, era comum entre as comunidades de Qumran "Exercícios com a Energia do Sol", a Eucaristia, a Santa Unção etc. Aqui não vamos nos aprofundar nestes detalhes, apenas fica a referência para que possamos compreender que os atos de Jesus no evangelho canônico não demonstram nada de novo, ou seja, as cerimônias, as festividades, os ritos crísticos, a eucaristia etc., não constituem uma invenção dos cristãos para a nova religião que se iniciava. Tudo isso, na verdade, é tão antigo quanto o mundo. Todos os povos da Terra em seus princípios religiosos de uma maneira ou outra sempre praticaram esta gnose iniciática. Por isso dizemos que a Gnose é o Tronco primordial de onde nasceram os múltiplos "galhos" das religiões de todos os tempos.

Apesar do voto de castidade, não era proibido o casamento entre os adeptos da mesma comunidade. A dedução lógica é que, se o Mestre Jesus foi membro ativo desta casta, então, a castidade a que se refere não significa ser o celibato repressor que exclui a mulher de sua vida sexual e sim a Castidade Científica, aquela que trabalha com as forças superiores da Magia Sexual, o Arcano AZF dos Alquimistas medievais.

Havia também os Batistas, casta gnóstica a qual pertenceu João Batista; os Nazarenos (cuja etimologia vem da palavra "naza", que significa "homem de nariz reto") Segundo o mestre Samael, Jesus tinha sangue celta por parte de pai e hebraico por parte de mãe. Daí a desconfiança dos sacerdotes judeus sobre a origem étnica de Jesus; e também a palavra "nazareno" significa "representantes do culto da serpente". A maioria das seitas gnósticas predica a sabedoria da serpente (Kundalini) e isto é o que diferencia a verdadeira gnose da falsa.

Diz um dos textos de Qumran que existiu um grande personagem, antes de Jesus, conhecido como o Mestre da Justiça, ou Mestre da Retidão. Esse personagem foi um grande divulgador da doutrina crística nos arredores da Terra Santa. Não sabemos qual sua origem e muito pouco temos de sua história. Acredita-se entre os gnósticos modernos que era uma das encarnações do próprio mestre Jesus, que estava ele mesmo preparando sua volta àquelas regiões.

A formação da Igreja Cristã pós-ressureição de Jesus

Muitos anos se passaram após a ressurreição do Cristo Jesus, e seus apóstolos se espalharam por todo o Oriente e também pelo Ocidente europeu. Levavam a Gnose do Cristo, a mensagem de redenção aos povos pagãos da Grécia, Ásia, Egito, Índia, etc...

Paulo e Pedro foram pregar na Grécia e em Roma; André foi chegou à Escócia; Tomé se dirigiu à Índia; Marcos ao Egito; Madalena chegou à França; Maria e José foram à Síria e Turquia; Santiago ficou em Jerusalém, etc...

Cada apóstolo viveu seu drama crístico particular nas regiões a que foi determinado espalhando sua "boa nova" (Evangelho). Foram perseguidos, humilhados, incompreendidos, presos, torturados e, na maioria dos casos, assassinados. Mas suas mensagens foram bem acolhidas por aqueles poucos fiéis, sedentos de sabedoria divina, e, assim, com o passar dos séculos, o Cristianismo gnóstico foi ganhando força e popularidade. Paralelamente a isto, também, entre os gnósticos foram crescendo gradualmente as correntes cristãs que, por um motivo ou outro, eram contrárias ao ensinamento original e já não concordavam entre si sobre a mesma Gnose. É aí que aparecem no cenário as primeiras divisões entre as seitas emergentes da época, já no decorrer do primeiro século.

Citamos aqui uns poucos exemplos para ilustrar melhor aquele período e percebermos a diferença radical entre as seitas cristãs (que viriam a ter o nome de Catolicismo) e os gnósticos:

Setianos: Rendiam culto à Sabedoria Divina representada pela Santa Trindade – Caim, a carne- Abel, o mediador- Set, o Deus-sabedoria – Set era considerado igual a Cristo. Os Setianos, segundo o Mestre Huiracocha, foram os primeiros Teósofos; este Mestre afirma que no sarcófago de Set foi achado o Livro dos Mortos e escondido pela Igreja Católica.

Naasenos: Conhecidos como ofitas (do grego Ophis) eram "adoradores" da serpente; versados em ciência, acreditavam (esta pode ter sido sua falha) que o líquido da serpente (em sua maior parte venenoso, segundo seus detratores que não conheciam o profundo significado da "serpente e seu veneno") poderia salvar a humanidade da escravidão do pecado; foram herdeiros dos conhecimentos de Tomé e do Evangelho dos Egípcios; eram astrólogos e tinham o cálice como seu símbolo. Profundos conhecedores da Alquimia.

Valentinianos: (São Valentim, morreu no ano 161 d.C.) foi expulso da Igreja por heresia; os Valentinianos mantinham contato constante com as congregações cristãs não-gnósticas da época, não eram bem-vistos pelos bispos da Igreja por "participarem das missas e homilias da Igreja e por trás interpretavam tudo diferentemente entre os seus". Isto é o que afirmava Irineu, o bispo de Lyon em suas ferozes críticas aos gnósticos; Valentim foi um grande matemático e a Cabala era sua filosofia de vida; sustentava que Jesus era gnóstico; seus ensinamentos sobre transmutação sexual eram semelhantes aos demais Mestres e escolas gnósticas.

Como se pode perceber, os conceitos entre os gnósticos e os "cristãos" eram divergentes. Os gnósticos tiveram um inimigo declarado que os perseguiu até o desaparecimento de quase todas as comunidades gnósticas: Irineu, conhecido como O Bispo de Lyon. Esse personagem, juntamente com Tertuliano, Policarpo, Justino, Inácio e Hipólito, são unânimes em declarar publicamente a "heresia" gnóstica.

Naquela época circulavam diversas Escrituras Sagradas provenientes das mais variadas regiões do Oriente. Muitos desses escritos, segundo historiadores contemporâneos, estavam saturados de elementos budistas, gregos, egípcios, hindus, etc. Isto se devia a que Alexandria, no Egito, era o centro da erudição filosófica. Ali se encontrava de tudo o que se referia ao que havia de mais atualizado no mundo da época. Além de capital comercial, a cidade de Alexandria recebia constantemente filósofos, místicos, membros de quase todas as religiões existentes em outros países, profetas (muitos deles, claro, puros charlatães), magos, visionários etc... Os sacerdotes judeus e também os cristãos faziam de tudo para evitar que os conceitos helenizados contaminassem seus templos dedicados ao Deus antropomórfico.

Entre os textos achados em Qumran destaca-se a obra Filósofo Fumena ou O Livro Secreto dos Gnósticos Egípcios, como o nomearam os pesquisadores. Nesse livro, Jesus pede permissão ao seu Pai (Interno) para descer desde o Absoluto até este mundo físico, passando pelos Eons (medidas iniciáticas), e pede para levar o conhecimento revelador através da Gnose. Fica, então, estabelecida a palavra Gnose como representação do Ensinamento Divino, puro, imaculado, sem manchas. Outro texto bastante interessante é o Papiro Nu ou Confissões Negativas, constituído de 42 pontos ou confissões que o neófito declara diante de sua divindade interna, seu "Kaom interior", seu juiz da consciência. Este é um trabalho psicológico idêntico ao que o mestre Samael Aun Weor nos ensina para compreendermos e aniquilarmos nossos defeitos psicológicos. Um pequeno exemplo desta confissão: "Hoje não roubei, não matei nenhum ser vivo, não maltratei meu servo, não falei palavras de ironia, não cobicei a mulher do próximo, não adulterei o peso da balança etc." Eis o trabalho de revolução da consciência ensinado por Samael.

Também circulava entre as comunidades gnósticas as palavras de Jesus, após sua ressurreição, no monte das oliveiras, quando ainda passou 11 anos instruindo seus discípulos mais próximos, sobre a Gnose. Esses diálogos foram compilados em uma Escritura Sagrada chamada Pistis Sophia, a bíblia dos gnósticos. Primeiro foi escrita em Copta e traduzida para o grego. Muito se tem especulado sobre seu verdadeiro significado, porém, (apesar de algumas traduções modernas de boa qualidade) apenas o mestre Samael conseguiu desvelar sua mensagem. Isso só foi possível através de suas "viagens espirituais" dentro do Mundo do Cristo Cósmico. Nessa região crística chegam apenas aqueles que encarnaram o Cristo em si mesmo. E nós, Cristãos Gnósticos, cremos que Samael Aun Weor é o Cristo desta Era Aquariana que veio nos entregar novamente a doutrina de salvação através da Gnose.

Segundo a Mestra Helena Blavatsky, fundadora da Sociedade Teosófica no século 19, "até o século 4° as igrejas não possuíam altares. Até então, o altar era uma mesa colocada no meio do templo para uso da comunhão ou repasto fraternal". E continua ela: "A Ceia, como missa, era, em sua origem, feita à noite". Com o passar dos séculos, as igrejas foram sendo adornadas com cópias de altares da Ara Máxima da Roma pagã. Devemos saber que os primeiros cristãos (gnósticos em sua essência) não adotavam altares ou imagens publicamente. Acreditamos que de acordo com o nível de consciência de seus líderes sacerdotes foi-se modificando este conceito. Isto passou a acontecer já por volta do século 2°.

Roma persegue os Cristãos

O Império Romano tinha seus deuses próprios e não sentiam simpatia com a nova religião que crescia sob seus olhos. Genius era o nome dado ao deus criado pelos sacerdotes romanos de acordo com a vontade do imperador, que era tido como um deus entre os cidadãos romanos. Para atender às mais diversas situações do povo romano, a cada um dos deuses (Apolo, Afrodite, Cibeles, Vesta, Vênus, etc.) lhe eram feitos festivais e adorações anuais, mensais, semanais etc. Percebe-se, aqui, a cópia das Igrejas Católica e Ortodoxa em suas festividades durante o ano com seus Santos venerados pelos fiéis. Obviamente, o Império Romano não admitiria uma ofensa sequer contra suas crenças e seus deuses pagãos vinda de comunidades judaicas helenizadas. A princípio, as comunidades cristãs eram formadas por judeus convertidos que aceitaram Jesus como seu Messias (Enviado). Com o decorrer do tempo, vários povos foram sendo evangelizados pelos discípulos dos apóstolos e aí foram se agregando à nova religião elementos de várias nacionalidades, inclusive romana e grega, que compartilhavam os mesmos deuses em suas crenças. Um exemplo dessas adaptações é a data 25 de dezembro, considerada até hoje como o dia em que Jesus nasceu na Terra Santa. Na verdade, ninguém sabe o dia correto em que Jesus nasceu. A absorção dessa data se deveu ao fato de que os pagãos de muitos rincões do Império Romano (tanto no Ocidente quanto no Oriente) rendiam culto ao Deus do Sol e do Fogo nessa data, considerada como o início em que o Sol começa sua viagem de volta à Terra para que Ele, o Deus Sol, nos traga novamente a vida, e a vida em abundância.

Com o número crescente de adeptos à nova religião em Roma, o império decidiu que os cristãos representavam um perigo maior para seu poder sobre as massas. Sob essa visão de desconfiança, todo aquele que se confessasse ser cristão era julgado e condenado à morte imediatamente. Irineu, o bispo de Roma, também conta que sofreu com as perseguições romanas. Assistiu a vários de seus "irmãos" cristãos ser queimados, torturados e mortos nas arenas do Império. Enquanto Roma perseguia cristãos, pois para o imperador parecia não haver distinção entre estes e os gnósticos (pois as duas linhas já estavam se separando cada vez com mais destaque), Irineu e seus sequazes perseguiam os gnósticos, num jogo de gato contra rato. Irineu e Tertuliano fizeram duros ataques aos gnósticos julgando-os hereges. Afirmavam que a cada dia eles apareciam com um novo evangelho; achavam também um absurdo o fato de as mulheres oficiarem em seus rituais, e que só os homens deveriam fazê-los. Para Irineu e Tertuliano, um grande filósofo da época, os gnósticos hereges deveriam desaparecer da cristandade.

Outra coisa que incomodava a Igreja predominante em Roma era o fato de os gnósticos sempre manterem uma postura neutra perante as perseguições que os cristãos sofriam. Essa "indiferença" adotada pelos gnósticos fazia com que Irineu odiasse cada vez mais seus conceitos filosóficos de vida. Entre os vários aspectos do gnosticismo primitivo, algumas escrituras mostram como seus conceitos sobre Deus e o Cristo diferiam daqueles apresentados pela Igreja Católica de Roma. Vejamos alguns exemplos:

No Evangelho de Tomé consta que Jesus disse: "Se manifestarem aquilo que têm em si, isso que manifestarem os salvará. Se não manifestarem o que têm em si, isso que não manifestarem os destruirá" . Este texto nos lembra um koan do Zen-budismo, não é?

Em outro texto achado em Nagh-Hammadi, intitulado Trovão, Mente Perfeita, lemos um poema extraordinário na voz da potência feminina de Deus:

"Pois eu sou a primeira e a última.
Eu sou a reverenciada e a escarnecida.
Sou a promíscua e a consagrada.
Sou a esposa e a virgem...
Sou a infecunda,
e muitos são os seus filhos...
Sou o silêncio que é incompreensível...
Sou a pronunciação do meu nome."

Entre os anos 140 e 160, Teódoto, um grande mestre gnóstico, escreveu na Ásia Menor que: "O gnóstico é aquele que chegou a compreender quem éramos e quem nos tornamos; onde estávamos... para onde nos precipitamos; do que estamos sendo libertos; o que é o nascimento, e o que é o renascimento".

Monoimus, outro mestre gnóstico, dizia: "Abandone a busca de Deus, a criação e outras questões similares. Busque-o tomando a si mesmo como o ponto de partida. Aprenda quem dentro de você assume tudo para si e diga: ‘Meus Deus, minha mente, meu pensamento, minha alma, meu corpo’. Descubra as origens da tristeza, da alegria, do amor, do ódio... Se investigar cuidadosamente essas questões, você o encontrará em si mesmo".

Até antes da descoberta dos manuscritos do Mar Morto e de Nagh-Hammadi, entre outras descobertas passadas, só tínhamos informações sobre os gnósticos através dos violentos ataques escritos por seus opositores. O bispo Irineu, que era responsável pela igreja de Lyon, por volta do ano 180, escreveu cinco volumes intitulados Destruiçào e Ruína Daquilo que Falsamente se Chama Conhecimento, onde começa prometendo "apresentar as opiniões daqueles que hoje ensinam heresias... e mostrar como suas afirmações são absurdas e incompatíveis com a verdade... Faço isso para que... vocês possam instar todos os seus conhecidos a evitarem esse abismo de loucura e blasfêmia contra Cristo".

Como diz o Mestre Huiracocha, bispo da Igreja Gnóstica Ortodoxa nos mundos superiores, que escreveu na sua obra La Iglesia Gnóstica, que os gnósticos não precisam de leis ou dogmas, e sim, de uma senda. E isso contraria as normas da seita católica quando afirma que o corpo de Cristo é formado pelos fiéis e a Igreja Católica espalhada mundo afora. Até o conceito de Criador é diferente entre as duas partes. A Igreja de Roma ainda adota o mesmo conceito dos judeus quando aceitam que Deus e a criatura são distintos entre si. Neste caso, Deus está lá em algum ponto do universo, observando suas criaturas, condenando uns ao Inferno e oferecendo o Paraíso a outros, lançando raios de ira em nossas cabeças, vingativo, caprichoso e cheio de manhas como uma criança enfadonha. Já os gnósticos concebiam, e ainda são assim, que Deus, o Incriado, o não-formado, o Incognoscível, está escondido dentro de sua própria criação, e que só conseguiremos realizá-lo dentro nós quando erradicarmos de nossa psique os elementos indesejáveis que carregamos e que adormecem nossa Consciência. Assim como predicavam os antigos gnósticos, temos de realizar a Gnose dentro e fora de nós. Aí, sim, poderemos conhecer Deus face a face sem morrer.

O martírio: a indústria da salvação e a fé em Jesus Cristo

As matanças de cristãos, nas arenas de Roma, viraram um verdadeiro festival semanal de carnificina para o público romano e seus governantes que se divertiam com o sofrimento dos "acusados de se recusarem a cultuar o deus Genius do Império Romano". Pertencer ao movimento cristão (seja ele católico seja gnóstico ortodoxo) era um perigo que todo fiel sabia. Elaine Pagels, em seu livro Os Evangelhos Gnósticos, cita a Tácito e Suetônio, o historiador da corte imperial (c. 115), que partilhavam, ambos, de desprezo absoluto pelos cristãos, e que ao narrar a vida de Nero, Suetônio menciona as coisas boas que o imperador fez com a "punição imposta aos cristãos, uma classe de pessoas dadas a uma nova e maléfica superstição". E ainda Tácito elaborou seus comentários sobre o incêndio de Roma:

"Em primeiro lugar, prenderam-se os que confessavam ser cristãos; depois, pelas denúncias destes, uma multidão inumerável – não tanto por terem participado do incêndio, mas por seu ódio ao gênero humano. O suplício desses miseráveis foi ainda acompanhado de insultos, porque ou os cobriram com peles de animais ferozes para ser devorados pelos cães (principalmente pelos ferozes mastins napolitanos), ou foram crucificados, os queimaram de noite para servirem como archotes e tochas ao público. Nero ofereceu seus jardins para esse espetáculo..."

Para Irineu, Tertuliano e outros líderes da nova igreja, o martírio, apesar da violência imposta, serviu para uma propaganda generalizada em torno da salvação pela fé em Jesus Cristo. Para atingir o sonho de formar uma igreja padronizada em todo o mundo, Irineu e os seus não mediram esforços para fazer com que a doutrina cristã se espalhasse mundo afora através da morte dos fiéis. Encorajavam a todos os cristãos para que tivessem coragem suficiente para expor sua fé, mesmo nas barras dos tribunais romanos. Justino, um filósofo que se converteu ao cristianismo entre os anos 150 e 155, encorajava e defendia, com cartas aos oficiais do império, que a matança dos cristãos e sua coragem de morrer confessando Cristo diante da morte certa era um incentivo àqueles que queriam conhecer esta nova doutrina de perto e saber o porquê de tantos morrerem em nome de Jesus. Exortava também que o martírio era a prova máxima para a redenção dos pecados e que desta maneira estariam, cada um, dentro das mesmas condições que Jesus passou para redimir o mundo. Com esses argumentos, Justino, Irineu, Tertuliano e outros bispos da igreja, encorajavam seus fiéis a serem martirizados por vontade própria.

Já os gnósticos mantinham sua neutralidade, mesmo sendo perseguidos e também sendo mortos. Acreditavam que o martírio físico não era o caminho para a salvação da alma. Esse martírio, como uma alegoria, tinha de ser dentro do indivíduo, para que se pudesse purificar seu espírito das vontades terrenas, do apego, do egoísmo etc. Logicamente muitos gnósticos foram mortos pelo poder de Roma, porém, segundo historiadores, os "cristãos" o foram em número muito maior.

Enfim, esta propaganda cristã serviu para recrutar em suas fileiras cada vez mais fiéis, que viam com bons olhos todo aquele sacrifício como algo "divino", digno de admiração. (Então, por que não se afiliar e ganhar o céu?)

A institucionalização da Igreja Católica

Por volta do ano 200, a Igreja Católica começa a tomar forma e sua institucionalização foi reforçada pela iniciativa de Irineu em padronizar seus dogmas, rituais, cerimônias, festividades, missas, etc. A idéia era unir todas as igrejas num só estatuto em que se poderia levar a igreja a ser a dona da "verdadeira" doutrina de Cristo. Irineu promoveu várias viagens aos mais longínquos lugares para propor as diretrizes que seriam adotadas por todas as igrejas espalhadas pelo mundo.

Dentro dessas propostas estava a canonização dos evangelhos dos apóstolos. Pedro foi o primeiro pontífice da igreja, conforme acreditava-se na época. Isso também o afirma o mestre Samael. Portanto, a igreja seria um meio para se chegar a Deus, passando por seus representantes que eram os bispos, os padres e os diáconos. Dever-se-ia, então, organizar legalmente a igreja, que seria Católica – universal – e, para que o povo ficasse sob as condições e vontades da Igreja, os evangelhos seriam escolhidos a dedo para que a heresia não predominasse dentro dos templos. Textos que exortavam a respeito da reencarnação foram deixados de lado por serem heréticos. Outros textos que fomentavam a adoração da feminilidade/maternidade de Deus também foram rechaçados pelos bispos. Era preciso trazer a multidão para dentro da Igreja e prendê-la psicologicamente aos dogmas, prometendo os céus aos convertidos e batizados e jogando aos infernos eternamente aqueles que escolhiam outras formas de adoração à Divindade que não fossem as impostas pela Igreja dominante.

Dentro desses dogmas eclesiásticos também estava claro que a mulher jamais participaria de qualquer ofício sacerdotal que fosse. Nesse caso, Tertuliano, o filósofo, ataca veementemente quando diz:

"Não é permitido a nenhuma mulher falar na igreja, nem é permitido que ensine, ou que batize, ou que ofereça a eucaristia, ou que pretenda para si uma parte de qualquer atribuição masculina – para não falar em qualquer função sacerdotal."

Em outro texto, continua a indignação de Tertuliano:

"Essas mulheres hereges – como são atrevidas! Carecem de modéstia, e têm a ousadia de ensinar, de discutir, de exorcizar, de curar e, talvez, até de batizar."

E era exatamente esta a participação das mulheres gnósticas em suas congregações (eclésias); participavam em praticamente todos os ofícios do templo. Os bispos católicos odiavam e acusavam de heresia esses procedimentos femininos. Para a Igreja, o que justificava seu conceito era o fato de acreditarem que Deus era masculino e seu filho, Jesus, também.

Em 1977 o papa Paulo VI, também chamado de Bispo de Roma, declarou que uma mulher não pode ser padre "porque nosso Senhor era homem!" Diante de tal declaração, não são necessários longos comentários para se dizer que a Igreja Católica continua com suas arcaicas e preconceituosas idéias. Portanto, os textos gnósticos ainda desafiam este preconceito da Igreja dominante.

Irineu encoraja seus fiéis na fé repousada na autoridade absoluta: as escrituras canônicas, o credo, os rituais da igreja e a hierarquia clerical. Esta medida ganha força com a conversão de Constantino, no século 4°. O imperador Constantino decreta o Cristianismo como religião oficial de Roma. E assim, os católicos ganham força total para a expansão de sua doutrina que, de acordo com certos pesquisadores da teologia cristã, poderíamos chamar de "paulinismo", porque a formação doutrinária e organização da Igreja começou basicamente com as viagens missionais do apóstolo Paulo a diversas regiões do Oriente e da Ásia Menor – Grécia, Galácia, Corinto, Éfeso etc. – e sabe-se hoje que seu ministério tem como origem a antiga Antióquia – hoje Turquia.

O Gnosticismo, em seus primórdios, teve também suas correntes involutivas. Duas delas são bem conhecidas por historiadores, as quais são denominadas: Marcionismo, de Marcion, e Cerdonistas, de Cérdon. Essas duas correntes gnósticas trilharam pela linha oposta dos gnósticos levando a mensagem do evangelho totalmente distorcida dos originais. A Igreja Católica acusava todas comunidades gnósticas de heresia e prática de paganismo, bruxaria, etc., por se basearem nas práticas involutivas destas correntes involutivas do gnosticismo primitivo.

Como exemplo de uma corrente involutiva na gnose contemporânea, citamos o relato de Fernando Salazar Bañol em sua palestra Os Gnósticos Através da História:

"Quando realizamos uma visita aos Estados Unidos da América do Norte para investigações e para atividades gnósticas, vimos acontecimentos estranhos. Entre eles, nos deparamos com uma Revista Gnóstica. Essa revista não pertence à linha do mestre Samael, e um fato que demonstra claramente que não está sob o comando de Samael é o ensinamento que entrega. Dentre esses ensinamentos está um que se o denomina Masturbation Tantra, ou seja, a masturbação tântrica. Esse é um ensinamento completamente oposto ao que entrega o mestre Samael. Sob a palavra Gnose, eles ensinam um conhecimento contrário à sua doutrina. Há outra linha que aparece nos Estados Unidos e que se chama "Igreja Gnóstica Católica". Ela não ensina a transmutação. Ao contrário, ensina a perda da energia criadora, além de ensinar também o vampirismo (homossexualismo tântrico). Trata-se de uma linha que não pertence às nossas instituições, não pertence ao corpo de ensinamentos de Samael. Por isso, em vários países, em certas ocasiões, a Igreja Católica e outras correntes doutrinárias não gostam dos gnósticos porque pensam que a linha da Gnose é como a linha dessas falsas correntes gnósticas".

Existe na Suíça, outra linha gnóstica, bastante degenerada, involutiva, como a dos antigos Marcionistas e Cerdonistas, ensinando que para se chegar ao nono grau de iniciação precisa-se ser homossexual.

Toda verdadeira instituição gnóstica caracteriza-se pela transmutação sexual e pela aniquilação do ego.

O Cristianismo, no decorrer dos séculos, sofreu diversas reformas internas e na doutrina. Os Concílios eram encontros de todos os sacerdotes e bispos de todo o Velho Continente onde se decidia o destino dos ensinamentos do Cristo Jesus e dos deixados pelos apóstolos. Muitos dos ensinamentos originais místicos – reencarnação, Deus-Mãe, trabalho de psicologia, os 7 corpos, iniciações, etc. – foram banidos para sempre dos preceitos da Igreja Católica. O Grande Concílio do ano 325 talvez tenha sido o mais importante da história do Cristianismo. Ali aconteceu definitivamente a ruptura dos gnósticos do seio da Igreja Católica (dominante) e também definiu-se um outro ramo da igreja: os Ortodoxos Gregos, que até hoje mantêm certas semelhanças com as práticas do catolicismo, porém não aceitam a autoridade dos papas.

Dessa separação drástica os gnósticos tiveram de se esconder das perseguições da Igreja Católica, que os condenava por heresia, taxando-os de criminosos por possuírem textos considerados apócrifos, ou seja, que não provam sua autenticidade. Muitos desxes textos foram queimados pela Igreja em sua inquisição bárbara. Os textos que até hoje sobreviveram é porque alguns monges ou monjas o guardaram em locais de difícil acesso para que no futuro alguém pudesse resgatá-los e os Mistérios Crísticos pudessem novamente iluminar o caminho daqueles que se rebelam contra o mundo.

O mundo esteve em trevas durante quase 2.000 anos porque prevaleceu sobre a mente do homem o egoísmo, a inveja, a violência, a ignorância, o orgulho da ciência materialista. O Sol havia se ocultado e era revelado apenas para alguns buscadores persistentes da verdadeira Igreja do Cristo. Graças aos Mestres da Santa Igreja Gnóstica dos mundos superiores, temos a oportunidade de ver o Cristo-Sol brilhar novamente para a nossa salvação.

O Cristo da Era Aquariana, Samael Aun Weor, Senhor de Marte e Buda Maitréia, nos entrega de forma totalmente desvelada os ensinamentos crísticos que o Grande Cabir Jesus havia deixado aos seus apóstolos para que entregassem à humanidade.

Os sinceros seguidores do Cristo Cósmico têm o dever de manter estes ensinamentos em sua pureza original, sem manchas, máculas e fantasias, até que chegue o momento de guardá-los novamente dos olhares profanos. E aí, ao povo se dará o leite (as parábolas) e aos iniciados se dará o manjar (os Mistérios Crísticos).

O mestre Samael deixou seu corpo terreno no ano de 1977. Mas está conosco em espírito. Portanto, temos de ser guardiães de seus ensinamentos gnósticos para nosso próprio bem e também da humanidade. Podemos até nos sentir como nos primeiros tempos de Jesus, em que seus discípulos e estudantes velavam pelas palavras deixadas pelo Cristo Jesus e pelo avatar da Era de Peixes (João Batista).