terça-feira, 13 de outubro de 2009

Tempinho sem postar nada...




"A paixão mais arrebatadora da minha vida durou um samba. Entre o primeiro e o último batuque, consegui nascer e morrer do lado de dentro. Em silêncio."


http://marinamelz.wordpress.com/

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Tamba Trio - 1963



Tamba Trio - Avanço (1963)

Standards da bossa nova orquestrados de forma absolutamente harmônica, com muitos números instrumentais e arranjos delicados e brilhantes. Clássico.

Luiz Eca
(piano, arranjos, diretor musical)
Bebeto
(contra-baixo, sax tenor, sax baritono, flauta)
Helcio Milito
(percussão, bateria)

Paticipação:
Durval Ferreira
(violão)

Um pouco de história...

(http://pt.wikipedia.org/wiki/Tamba_Trio_)

O Tamba Trio foi um conjunto musical formado na década de 1960. Formado originalmente por Luiz Eça (piano, vocal e arranjos), Bebeto Castilho (contrabaixo, flauta, sax e vocal) e Helcio Milito (bateria, percussão e vocal), o Tamba Trio começou a tomar forma ainda acompanhando a cantora Maysa e depois a cantora Leny Andrade em uma temporada na boate Manhattan, atuando ao lado de Luiz Carlos Vinhas (piano) e Roberto Menescal (violão). A partir de 1967, com a entrada do baixista Dório Ferreira, Bebeto passaria a atuar apenas como flautista, transformando assim o trio no quarteto Tamba 4. Dois anos depois, com a saída de Luiz Eça, que formaria o seu grupo "A Sagrada Família", o pianista Laércio de Freitas entra em seu lugar. O quarteto duraria até 1970. Só em 1972, o Tamba Trio retorna com os três integrantes originais, gravando dois discos pela gravadora RCA. Em 1976, mais um intervalo, e seis anos depois, o grupo volta, fazendo apresentações e gravando o LP "Tamba Trio 20 Anos de Sucesso". A partir de 1989, o baterista Rubens Ohana, que já tinha feito parte do Tamba Trio, se reintegra a este conjunto, substituindo Hélcio Milito. O grupo continuou até 1992, quando Luiz Eça veio a falecer. O trio também acompanhou artistas como Carlos Lyra, Edu Lobo, Nara Leão, Sylvia Telles, Quarteto em Cy e João Bosco.



Confira:

http://rapidshare.com/files/109661847/TambaTrioAvanco-zl.zip

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

DVD - Cauby Peixoto



Não vou me estender muito ao falar deste ícone da música popular Brasileira.

Sem sombras de dúvida, o samba mais bem interpretado que escutei este ano está neste DVD.


- Samba em Prelúdio.



Uma aula de boa música e interpretação.




Esta ai minha dica para este final de semana!!

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Oficina com Pitoco - Estrela Brilhante




Pra galera do Maraca, fica a dica!


Oficina com Pitoco do Estrela Brilhante.






Axé!

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Banda Malungo - Blumenau




A banda MALUNGO é formada por amigos que no início de 2008 resolveram se juntar em prol da boa música brasileira. A banda teve sua primeira formação com três integrantes, mas era preciso inserir mais groove junto as percussões que davam o andamento e a identidade da banda. Hoje a banda conta com mais um Malungo, o baixista Bruno Hellmann.
Apesar do pouco tempo de estrada, a banda possui importantes apresentações na cena local, se apresentando em eventos como o Festival universitário de teatro de Blumenau; eventos com as bandas Tarrafa Elétrica (Itajaí), Tribus da Lua (Bnu), Gaia (Bnu) e Salve-Salve (Bnu), e diversos shows pelos bares de Blumenau e região.
Malungo tem suas principais influências na Black Music do consagrado Tim Maia, no Samba Rock de Jorge Ben e no peso do Movimento Manguebeat do saudoso caranguejo com cérebro Chico Science.
O som vem da guitarra cantante de Jaison Hinkel (voz, guitarra e violão), acompanhada de composições próprias que fogem do óbvio. No andamento da bateria de Natan Hostins e da percussão de Cléb Lima – e seu inseparável cavaco – somados ao groove do Baixo de Bruno, a música mostra sua simplicidade e, ao mesmo tempo, a riqueza de suas linhas rítmicas e harmônicas.

MALUNGO é: Batuque, Balanço e Groove.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Ivan Lins - Cantando Histórias



Conheci este trabalho do Ivan Lins sexta feira passada, logo após tocar no KGB. Pedinho, Jack e Marcio (e que honra em... ) o Bruno chega ai vamos te mostrar um som.
Palavras do Jack -Um dos Melhores solos da música brasileira (Dinorah, Dinorah).

O Grammy Latino de 2005 (premiação que busca destacar os principais artistas latinos de cada ano). Entre os artistas brasileiros o destaque foi Ivan Lins, vencedor do prêmio de melhor álbum do ano (2005). Pianista genial, de sensibilidade ímpar na música brasileira, o compositor nunca obteve o devido reconhecimento por aqui, e sempre foi esquecido nas premiações nacionais. Em um país em que artista pode ser tanto Chico Buarque como Tati Quebra-Barraco, não me impressiona este esquecimento, mas tampouco me conforma. O imediatismo da mídia é tão exacerbado que alguns artistas têm, inclusive, prazo de validade, pois a falta de qualidade não justifica e não sustenta o sucesso instantâneo obtido através da alienação do público.
Como mudar isto? Não há meios. Ao menos que a classe artística se valorize e deixe de se prostituir, mas isto é inviável, pois afetaria interesses de retratos da babaquice juvenil da juventude, como Latino, Felipe Dylon, etc. Estes, sempre existirão. As rádios, continuarão a tocar músicas pagas pelas gravadoras, tornando o programador musical mais um empresário do que um estudioso de música. O que resta é os artistas de valor, os não-putos, os pensadores da cultura nacional, se unirem e continuar a buscar seu espaço honestamente, como sempre fizeram. Ivan Lins é um destes, que não suporta mais ver a cultura-puta brasileira. Sua vitória em um Grammy sempre marcado por vencedores de música pop, como Alejandro Sanz e Glória Stefan, é uma vitória também da música brasileira, e mostra que há mais pessoas no mundo que já não suportam mais esta simplificação da música, esta banalização e descompromisso. A moda, agora, é os artistas dizerem que a música não deve mais ser levada a sério. A minimização da música chegou ao ponto de desconsiderar a inteligência do ouvinte, sempre com frases vazias, sugadas de um passado recente e com harmonias e melodias fáceis ao ponto de soarem ridículas. O glamour, consequência do trabalho artístico, virou agora objetivo principal. A música, ao invés de motivo de vida, virou uma condição de sustento para os artistas se manterem no topo. Mas o tempo vai passar, estes artistas envelhecerão, e o discurso amor-escola-meninas-balada-rock ficará ainda mais vazio. O limbo criativo tragará estes artistas junto com o glamour e a fama. O fim é o esquecimento. As gravadoras agradecerão o apoio, mas o lucro desaparecerá, e o interesse também. Viveremos, então, em um tempo só de funks fulgazes e de festas nos apês dos "artistas" da vez. Ivans, Chicos, Caetanos e Miltons não estarão mais aqui para ver. Melhor para eles. Pior para a gente.

Confira:
http://www.4shared.com/get/91712113/e37e49a5/IvanLins-CantandoHistrias_AoVivo_up_cryppy.html

Músicos:
Zé Carlos (violão, guitarra e cavaquinho);
Leonardo Amuedo (violão e guitarra);
Marco Brito (teclados);
Neuma Antunes (baixo);
Téo Lima (bateria;
Layse Sapucahy (percussão).

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E como a cultura se manifesta assim, um passando pro outro e indicando.
Neste exato momento meu amigo Kaiser me enviou um Link:

http://www.youtube.com/watch?v=TsnhnmGF23c

Vale apena ver!!


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HOJE - FULL TRIO no Butiquin Wollstein.
Melhor da música instrumental brasileira!

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Critica Pocket show: Teka, Gilis e Full Trio








A noite estava agradável em Blumenau, um prenuncio da primavera, e os presentes na Texfair (diga-se de passagem que um péssimo nome) ao entrarem no local do show da Vanessa da Mata tiveram uma surpresa incrível, um poket show de Teka e Full Trio e Gillis no sopro.

Com um pé musical na Jamaica (toco Bob!!), outro na diversidade musical brasileira, agregada com o charme de sua voz manhosa, dengosa, na dose certa, Ester Alano (Teka) com seu riso, por vezes, tímido, mas, sempre cativante, é uma daquelas cantoras que quando abre a boca hipnotiza os presentes, transferindo-os para um universo particular, único.



A cantora esteve acompanhada de sua banda que é tão criativa e original quanto ela, sendo eles Jackson Carlos (Jack) na guitarra, Pedro (Pedrinho) na bateria, Caio Fernando no baixo. Integrantes de um grupo instrumental incrível chamado Full Trio. E nos sopros em grande atuação Gilis, “soprando” com toda intensidade e amor que um musico deve ter!

Follow up:


Carismática ao extremo, sentindo-se em casa, começou a mostrar ao público músicas como A Rã de João Donato e Caetano Veloso, Ronco da Cuíca de João Bosco e Aldir Blanc, um repertório autêntico, pautado na ginga, no beats, na batida e na levada, como a canção “o morro não tem vez”, um samba de Vinicios de Morais e Tom Jobim.



Na continuação do show pode se perceber que ela e banda transitam facilmente, em vários ritmos. O som da banda me lembrou, diversas vezes (mesmo fazendo mpb), o funk norte-americano, swingado,encorpado, dançante, contagiante.



Destaco as música próprias como Jasmim uma música rica e de uma cadência gostosa e Neguinha .



A cantora Teka mistura reggae, samba, funk, e tudo que for bom, na ginga brasileira, com pitadas até de forró. Tudo com grande competência.



Assim, com um clima envolvente, com uma voz sedutora, o clima está pronto para o show da Vanessa da Mata.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Critica Pocket show: Fernanda Takai Trio



Fernanda Takai - Trio.

Ontem tive o prazer de ver um Poket Show da Fernanda Takai tocando em formato "Trio".
Faço o camentário de uma amiga o meu:

"...bela voz e a doçura com que trata o público. Os músicos... nossa, muito aquém da sua capacidade.
...e afinada ao vivo... Hoje em dia é quase um milagre, com esses AutoTunes da vida."


Realmente o que mais me chamou atenção foi a afinação da garota, incrível, eu que nunca fui fã de Pato Fu hoje cheguei a baixar um Albúm.

Quanto a afinação (ao vivo), impressionante, inicio do ano assisti a um show da Céu que ao contrio da Fernanda ao vivo é muito diferente do que no cd.


Vamos ao que interessa...


Em seu primeiro trabalho solo, Fernanda Takai (Pato Fu) mergulha no universo de Nara Leão. Com "Onde Brilhem os Olhos Seus", a artista mantém o público antigo e conquista uma nova safra de admiradores com seu repertório de clássicos de grandes intérpretes da MPB em canções como: “Diz Que Fui Por Aí” de Zé Kéti e Hortênsio Rocha abrindo o show, “Debaixo dos Caracóis dos Seus Cabelos” de Roberto Carlos e Erasmo e Amy Winehouse (não sei o nome da música que ela interpretou).

O repertório do show funciona extremamante bem com a artista à frente de seus dois músicos que fundem o rock pop com a MPB.

Os sentimentos são colocados na presença de palco e doçura vocal de Fernanda Takai.
Tudo é tão belo e explorado que a artista canta uma versão dançante de “O Barquinho” cantanda em japonês.
O veredicto é que Fernanda Takai não é apenas Pato Fu, e sim mais uma estrela da MPB.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Bebeto - Bebeto 1975



Bebeto - 1975

Curte Samba-Rock?!

Com 25 anos de carreira e 27 álbuns gravados o cantor, compositor e violonista Bebeto é um dos mais festejados cantores populares do país e considerado um dos grandes nomes do movimento Samba-Rock.

Bebeto conviveu com alguns nomes fundamentais no samba-rock e no swing em geral, entre eles o cantor, compositor e guitarrista gaúcho Luis Vagner e o percussionista paulista Branca di Neve. Chamou a atenção da gravadora Som e foi contratado, lançando vários LPs sob o selo Copacabana.
Lançou seu disco de estréia em 1975, "Bebeto", e nesse disco já define bem seu estilo: um som muito pontuado pelos arranjos de metais, pela sessão de percussão e pelo violão, que toca até hoje. Há letras bem curiosas como "Adão, você pegou o barco furado" e "Poderoso Thor", ambas de sua autoria. Ainda nesse disco, ele gravou um de seus maiores sucessos, "Segura a nêga", redescoberto nos dias de hoje por DJs e grupos de samba-rock do século XXI, música que registra sua primeira parceria com Luís Vagner. Nesse mesmo disco, aparece "Esse crioulo por você se fez poeta", composição do cantor e compositor mineiro Wando, até então um desconhecido sambista.

"Esse crioulo por você se fez Poeta" - neste albúm é o que destaco, ao escutar se sente o swing, se sente a emoção. Uma bela canção!


Confira:

http://www.4shared.com/file/100216031/ca770061/Bebeto_-_1975.html?s=1

terça-feira, 15 de setembro de 2009

GEM - Grupo Experimental de Música


G.E.M. (Grupo Experimental de Música)

Tive o prazer de ve-los tocar em Curitiba, entre tantos shows (Eddie , Nação Zumbi, Pedra Branca, Copacabana Club (Pior coisa que eu escutei nos últimos tempos! ), Cordel do Fogo Encantado, B Negão e os Seletores de Freqüência) no mesmo dia este foi o que valeu a viagem até lá.

Os integrantes do GEM, controem seus próprios instrumentos musicais com diversos tipos de materiais organicos e sintéticos
Com esses materiais pesquisam os tipos de sons e características físicas, para criar fontes sonoras atualmente denominadas de Aerofones, Idiofones, Membranofones e Cordofones, integrado-os as artes plásticas.

Atualmente o grupo está construindo uma nova instalação sonora e paralelamente fazendo apresentações musicais referente ao lançamento do primeiro álbum “O Dessintetizador”, quem tiver a oportunidade de ve-los não pode perder!

Confira:

http://www.youtube.com/watch?v=iULt6P3HzW8&feature=PlayList&p=755EE7F92E1D0F28&index=0&playnext=1



*Créditos foto: Eu.
Impressionante a minha capacidade para tirar fotos (rs). Era do celular.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Critica - João Bosco - Não vou pro céu



O novo trabalho de João Bosco é suave e instrospectivo. Aliás, "suavidade" pode ser a palavra-chave desse novo álbum. O disco é econômico, delicado, com ênfase em um instrumental simples, no qual se sobressai o violão.


As letras de "Não Vou Pro Céu, Mas Já Não Vivo No Chão" - primeiro disco de músicas inéditas do artista em sete anos - também estão a altura do instrumental de João Bosco, que canta ainda melhor (e de forma mais “simples”) nesse trabalho. Produzido por Francisco Bosco e pelo guitarrista Ricardo Silveira, o álbum já pode ser considerado um dos melhores da (sólida) discografia de João Bosco. Em "Não Vou Pro Céu, Mas Já Não Vivo No Chão", João Bosco repete a dose de parceria com o seu filho, o ótimo letrista Francisco Bosco e, ao mesmo tempo, marca o retorno da célebre parceria João Bosco / Aldir Blanc - a dupla mais gravada por Elis Regina - em quatro faixas.



A balançante "Sonho de Caramujo" é uma dessas faixas. Nela é possível matar saudades de grandes canções como "Nação" ou "O Mestre Sala dos Mares". A singela "Navalha", por sua vez, possui uma das melhores letras do disco: "Aí, eu fui crucificado / Nos cravos do teu amor / Não me lembro de outra coisa / Que me causasse tanta dor". "Mentiras de Verdade" é aquele tipo de canção com a clássica assinatura de João Bosco, e que já nasce clássico, diferentemente da menos inspirada "Plural Singular". Ao lado do filho Francisco Bosco, João compôs cinco faixas, com destaque para a afro "Tanajura", com participação dos percussionistas Robertinho Silva e Armando Marçal. A bossa nova "Perfeição" e a intrincada "Desnortes" são outros dois destaques da parceria "pai e filho".



Além de Francisco Bosco e Aldir Blanc, João Bosco divide o lápis e o papel com Carlos Rennó e Nei Lopes. Com o primeiro, foram duas canções: "Pronto Pra Próxima" e "Pintura". Já a parceria com Neil Lopes é estreada com uma das melhores faixas de "Não Vou Pro Céu, Mas Já Não Vivo No Chão". "Jimbo No Jazz", apenas com o violão e a voz de João Bosco, já pode ser considerado, fácil, fácil, um dos melhores momentos de sua carreira. A única canção que não foi composta por João Bosco é "Ingenuidade", composta por Serafim Adriano e imortalizada por Clementina de Jesus, e que, curiosa(coincidente)mente está presente também em "Zii e Zie", último trabalho de Caetano Veloso.

Foram sete anos para João Bosco lançar um álbum de inéditas. Mas parece que a espera valeu. Sei não, mas acho que João Bosco tem lugar no céu sim...

http://rapidshare.com/files/276621605/JB09_www.rsmp3.com_.rar.html

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Dica: Nosso Trio




Haviam me falado semana passada que o meu blog estava parecendo um livro de história, então mudando um pouco a pedidos (rs).


Nosso Trio.

Grande exemplo de: Bom gosto, técnica, feeling, domínio do instrumento, capacidade de agir com emoção, mas, ao mesmo tempo, colocando o conhecimento a trabalhar pela musicalidade!


http://www.youtube.com/watch?v=3-yRFpzfodY


No 4shared.com se consegue o CD de 2006 e o Audio do DVD.


E pra quem viu alguma semelhança, sim, são os caras que tocam com o João Bosco. Na verdade eles se conheceram em uma turnê com o João e apartir dai se formou este Trio incrível de Jazz e música instrumental Brasileira.

Nelson Faria- Guitarra;
Ney Conceição- Contrabaixo;
Kiko Freitas- Bateria;



Fica a dica!

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Monet


Monet.


"Te pego sorrindo no pensamento!!!"

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Picasso


Picasso.


"A música é uma revelação muito mais sublime do que todo a sabedoria ou filosofia. Ela é a única introdução incorpóreo no mundo superior do saber, esse mesmo mundo que rodeia o Homem, cujo significado interior não se percebe por conceitos reais."

Beethoven.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

História - Colonização Alemã - Massacre dos índios Vale do Itajai e região

Presidente do Instituto Sesquicentenário de Brusque
O ataque liderado pelo terrível Martinho Bugreiro contra os índios remanescentes da região de Brusque, há 100 anos, ainda desperta controvérsias e questionamentos. São heróis, justiceiros, matadores de aluguel ou frios assassinos os matadores de índios? Conhecidos por bugreiros, tinham o apoio de parte significativa da comunidade brusquense, inclusive da Prefeitura (então Superintendência Municipal).
Os índios que freqüentavam a região do vale do Itajaí Mirim, chamados de bugres, pertenciam aos Xokleng, do grupo lingüístico dos Jê. Eram Arredios, agressivos e de acentuada resistência sócio-cultural. Conservavam seus padrões de cultura e organização social. Andavam nus e enterravam seus mortos nos ranchos que abandonavam. A atividade de subsistência era centrada na caça e na coleta de alimentos na natureza. Não praticavam a agricultura.
Para a busca da compreensão do documento abaixo publicado - de autoria do padre alemão Francisco Schüler scj, vigário coadjutor da Paróquia São Luís Gonzaga em 1905 e traduzido do alemão para o português pelo padre Eloy Dorvalino Koch,scj - é imprescindível nos transportarmos para o ambiente de então. Índios, que há dezenas de séculos ocupavam toda a região e que pelo direito natural lhes pertencia. Europeus, que mediante pagamento, haviam adquirido um lote de terras do governo imperial brasileiro. O conflito configurava-se previsível. Também ressalte-se que o conhecimento e o respeito para com a diversidade étnica e cultural encontrava-se há anos luz do atual estágio da civilização, ainda marcado por barbáries indescritíveis.

Paulo Vendelino Kons
Presidente do Instituto Sesquicentenário de Brusque

O ataque liderado pelo terrível Martinho Bugreiro contra os índios remanescentes da região de Brusque, há 100 anos, ainda desperta controvérsias e questionamentos. São heróis, justiceiros, matadores de aluguel ou frios assassinos os matadores de índios? Conhecidos por bugreiros, tinham o apoio de parte significativa da comunidade brusquense, inclusive da Prefeitura (então Superintendência Municipal).
Os índios que freqüentavam a região do vale do Itajaí Mirim, chamados de bugres, pertenciam aos Xokleng, do grupo lingüístico dos Jê. Eram Arredios, agressivos e de acentuada resistência sócio-cultural. Conservavam seus padrões de cultura e organização social. Andavam nus e enterravam seus mortos nos ranchos que abandonavam. A atividade de subsistência era centrada na caça e na coleta de alimentos na natureza. Não praticavam a agricultura.
Para a busca da compreensão do documento abaixo publicado - de autoria do padre alemão Francisco Schüler scj, vigário coadjutor da Paróquia São Luís Gonzaga em 1905 e traduzido do alemão para o português pelo padre Eloy Dorvalino Koch,scj - é imprescindível nos transportarmos para o ambiente de então. Índios, que há dezenas de séculos ocupavam toda a região e que pelo direito natural lhes pertencia. Europeus, que mediante pagamento, haviam adquirido um lote de terras do governo imperial brasileiro. O conflito configurava-se previsível. Também ressalte-se que o conhecimento e o respeito para com a diversidade étnica e cultural encontrava-se há anos luz do atual estágio da civilização, ainda marcado por barbáries indescritíveis.

UMA CAÇADA DE BUGRES

Pe. Schüler1
Eloy Dorvalino Koch,scj (Tradutor)

É dia de Carnaval. Sendo também feriado escolar, resolvi comunicar-lhes algumas novidades.
Ultimamente, as Colônias daqui, de Brusque e Blumenau, foram assaltadas por alguns bandos de indígenas. É provável que os Botocudos sejam a tribo mais selvagem da América do Sul, e nada amiga dos brancos. Ora assaltam um grupo de pessoas em plena estrada, ora se dirigem a casas isoladas à beira da mata e as saqueiam, para, em seguida, sumirem com a rapidez com que apareceram. Não poucos colonos, em suas isoladas propriedades na mata, foram vítimas de tais assaltos. Por aí se explica o receio deles, e o desejo de vingança mediante perseguições punitivas contra esses bandidos. Quero, pois, segundo a reportagem do jornal Novidades, relatar-lhes o assalto em Brusque.
[a] Na localidade Sibéria [Brusque], os bugres (assim se denominam aqui esses bandidos botocudos), irromperam da floresta e assaltaram a casa do colono Avelino Correia, e a saquearam por completo. Enquanto o marido, estirado num banco, dormia a sesta, a mulher lavava roupa num cocho, que ficava entre a casa e a cozinha. De repente, perto dela, caiu uma flecha. A mulher virou-se e viu os bugres. Aos gritos, alertou o marido dizendo que a casa estava cercada pelos índios. Ela refugiou-se no interior da casa. Enquanto o marido cuidava da casa, a mulher saiu pela porta da frente, em busca de socorro junto aos vizinhos. Ela caminhava pelo milharal. A menos de 50 m distante da casa, saltou um índio diante dela para agarrá-la. Evitou-o um fiel cachorro, defendendo a sua dona. Pelo fato de haver outros índios no milharal, a mulher teve de voltar, e tomar outro caminho. Uma flecha disparada contra ela, pelas costas, felizmente só lhe atingiu o vestido. Mas foi alvejada nas costas por um porrete. Avelino tentava afugentar os bugres. Estes, porém, tornavam-se mais e mais atrevidos, obrigando-o a fugir. Nas proximidades da casa do vizinho, encontrou dois homens e um garoto. Com eles, voltou ao local. Porém, as armas ruins e o medo do pessoal não permitiam que Avelino se decidisse por um ataque aos bugres. Teve que abandonar a sua casa, que foi toda saqueada pelos índios. Podia-se observar como eles carregavam as coisas da casa morro-acima.
[b] Um pouco depois, ocorreu outro assalto em Porto Franco [hoje, Botuverá], onde foi morto um colono. Ele e dois companheiros encontravam-se na mata ocupados com armadilhas. De repente, eis que um índio o assaltou pelas costas, e o traspassou com uma lança. O infeliz logo sucumbiu. Exclamando "ó meu Deus!", morreu. Porto Franco pertence à nossa Paróquia [de Brusque], a 32 km daqui. No dia anterior ao assalto, Pe. João Stolte2 viajara para lá a cavalo, e pôde fazer o enterro do colono. No dia seguinte, devia ele visitar um enfermo. Conquanto muito longe do local do assalto, exigiu que o acompanhassem seis homens armados. Embora cavalgando, por longo tempo, pela mata virgem, não encontraram sinal algum dos bandidos.
[c] No entanto, alguns dias após, repetiu-se o assalto. Desta vez, justamente na estrada geral Brusque – Blumenau. Ocasião em que o caso foi levado ao conhecimento do Governo, que, de imediato, decidiu enviar 500 marcos para a perseguição dos selvagens, mandando, outrossim, um contingente de bugreiros para uma batida. Antes de sua partida [de Brusque], tive ocasião de fotografá-los.
A seguir, passo a descrever-lhes essa batida, baseando-me no jornal católico Der Kompass [A Bússola] de Curitiba. Esse contingente de 16 homens era comandado pelo famoso batedor de bugres: Martinho Marcelino3, de Angelina. Viera ele especialmente com o objetivo de cumprir essa difícil campanha. Aos 4 de fevereiro [1905], o grupo se deslocou na direção da floresta. Antes da partida, já se pusera à disposição do chefe e dos seus comandados tudo quanto fosse necessário para a execução da difícil empreitada.
Até Ribeirão do Ouro, viajaram em carroças. No dia 5, Martinho, acompanhado de três homens, deu início a um trabalho de reconhecimento e de exploração do terreno. E concluiu que o local de permanência dos selvagens não podia ficar muito distante. A tarefa de reconhecimento durou três dias.
No dia 9, bem cedo, os 16 homens se embrenharam na mata, e avançaram em direção ao Sul, seguindo as numerosas trilhas, os novos ranchos de bugres, distanciados de 4 a 5 km um do outro, e abelheiras colhidas pelos selvagens. Nada encontraram no lugar onde esperavam surpreender os índios.
Após terem passado cinco dias no mato, e terem sido obrigados a atravessar, de diversos modos, rios de forte correnteza e avolumados, por eles tidos como afluentes do rio Tijucas -, a expedição encontrou um rancho que, segundo todos os indícios, havia sido abandonado recentemente, e no qual encontraram um pilão, muitas ervas socadas, e um cadáver de bugre envolto em folhas de caeté. A turma fez aqui uma parada. Com três homens de sua comitiva, Martinho iniciou novos reconhecimentos. Bem próximo daí, encontrou duas trilhas: muito limpas, e tendo a forma de cruz. No ponto central da cruz, viu ele um tronco de árvore falquejado, e cujos lados estavam com inscrições ou rabiscos. Sentindo nas imediações algum rumor de índios, Martinho subiu numa árvore, de onde pôde avistar um grande ajuntamento de selvagens. Mas ao descer, foi picado por uma jararaca. Logo após o primeiro curativo, retirou-se com os três companheiros para encontrar-se com os demais da expedição, e comunicar-lhes o resultado dessa exploração.
Martinho chegou à convicção de que seria muito grande o número de selvagens, e insuficientes os seus 16 homens. Razão pela qual contratou, em Ribeirão do Ouro, mais 7 homens. De sorte que o grupo de batedores subira para 24 homens. Com eles, e abastecidos com suficientes mantimentos -, novamente partiram, aos 17 de fevereiro, para o local de onde tinham avistado os selvagens. Aqui chegados, constataram que os índios haviam abandonado o local, e tomado a direção para o Oeste. Provavelmente, porque sentiram a proximidade de seus perseguidores.
Continuando a sua pesquisa nessa direção, e superando obstáculos de toda sorte, conseguiram eles vencer uma grande distância pela floresta. Com jangadas improvisadas, tiveram que transpor correntes fortes e avolumadas. No dia 23 de fevereiro, descobriram 94 ranchos cercados de fortificações. Neles encontraram muitas jararacas mortas que, segundo eles, eram 62. Também havia 112 abelheiras colhidas. Era como se fosse o resultado de uma caçada. Nesse dia 23, sentiram que os bugres estavam nas proximidades.4
Mas antes de dar início ao combate, houveram por bem fazer um levantamento da situação. O ataque foi realizado no domingo de 26 de fevereiro, às duas da madrugada. Alguns do grupo assim relataram o episódio: Naquela escuridão, era preciso cuidar que ninguém dos 24 homens se perdesse. Caminharam, pois, na seguinte ordem: o último homem da fila ia de mão dada com o da frente, até o final. Ao passo que o Chefe Martinho, encabeçando a fila, tinha na mão uma lamparina acesa. Dirigiam-se para o local onde, durante o dia, haviam descoberto os ranchos. Depois que o pessoal, e no maior silêncio, alcançaram a meta, foi dado um sinal, e efetivou-se o assalto. Criou-se uma enorme confusão. Da parte dos selvagens, tudo eram gritos, maldições e um berreiro infernal. Os componentes do grupo nada comentam.5 Mas é fácil de compreender que eles cometeram uma grande chacina. Depois disso, levaram tudo quanto encontravam nos ranchos. Inclusive um menino-índio, na idade de 8-10 anos. Encontraram uma grande provisão de carne de anta, e armas.
Após terem passado quase todo o mês de fevereiro no mato, o grupo voltou a Brusque no dia 4 de março. Como troféus de vitória, o grupo trouxe os encontrados objetos. Sua relação é interessante: mais de cem flechas, uns vinte arcos, muitas grandes e pequenas lanças de exóticas formas, dardos, ferramentas, três sacos de colares, tesouras, navalhas, facas, artefatos de folhas-de- flandres, cordas, bonitas cestas, um cachorro e até uma estola clerical. Além de outras miudezas aqui não referidas, devem registrar-se: braceletes, dedais, espoletas, cartucheiras, fivelas, anéis de prata de corrente, muitas peças de relógio, dentes de animais e unhas de anta. O pequeno capturado índio pertence, ao que parece, à tribo dos botocudos, pois traz no lábio superior uma cavilha.6
Aqui termina o relato do correspondente do jornal Der Kompass. Pelo visto, ele não chegou a ouvir nada desse "mistério" já tornado público: as cenas horrorosas ocorridas na mata virgem de Brusque. Comenta-se, bem de público, que, nesse assalto do domingo de 26 de fevereiro, foram trucidados uns 80 (há quem diga 200). Tudo seguiu o sistema adotado na revolução: já basta a troca de tiros; entre agora em ação a faca...7 (Continua página 11 ->>>>)
É impossível que tão desumana barbárie esteja nas intenções do Governo, que envia as tropas para afugentar ou expulsar os bugres. Ora, tal medida pode efetuar-se à luz do dia. Não é necessária a proteção da noite. Mas quando no homem irrompe a fera, ela é mais sanguinária que a hiena ou o tigre. A noite é sobremodo propícia a tais assaltos. Porquanto, consabido é que os nossos selvagens, em seu despreocupado viver, ficam muito satisfeitos com um sono saudável. Mas assaltados durante a noite, eles estarão totalmente transtornados; e o pânico entre eles toma tais proporções, que não conseguem oferecer resistência, nem tomar a fuga. Devendo ainda levar-se em conta a sua covardia. De maneira que não será difícil liquidar tudo a fio de facão.
Mas com isso, a besta humana ainda não estava saciada. É voz corrente que o grupo capturou oito crianças. Pelo caminho, e talvez por falta de mantimentos, sete delas foram despachadas para uma vida melhor! Será possível pensar algo mais terrível? Qual poderia ser a culpa das crianças, se os pais, premidos pela fome e pela penúria acabam cometendo violências de latrocínio e assassinato? Se for esta a civilização para a qual pretendamos conduzir os nossos silvículas, então não podemos levar a mal que não sejam receptivos à nossa cultura. Terão os índios conhecido os brancos de outro modo que não o bárbaro? Só aqui e ali, acontece que cheguem a ver um branco. E muitos dão prova de que, nesses casos, não tratem logo de lhes apagar a vida. Portanto, exige-se mais humanidade! Só depois de ficar provada a total inutilidade da catequese, podem justificar-se tais cenas selvagens, quais as que vêm acontecendo em nossas matas: onde os gigantes da mata virgem são mudas testemunhas "dessa humana obra cultural".8
[d] Também da Colônia Angelina veio a notícia de um assalto. A vítima foi o colono Jacó Gensleuchter. Além de saquearem a sua casa, mataram-lhe a esposa. Comenta-se que ela se teria defendido com bravura. Em troca, teve de suportar terríveis torturas de lanhos e pontaços no corpo. Mas não morreu logo. Ao cair da noite, ainda continuava dando sinais de vida.
Pouco depois do assalto ao colono Jacó Gensleuchter, os bugres voltaram a manifestar-se, matando algumas reses. Era hábito enviar os assim chamados caçadores de bugres para o mato, sempre que os selvagens praticassem algum mal. Também para este caso. O grupo armado alcançou o 1º rancho. Mas este e os 39 seguintes estavam despovoados. Só no 41º foram encontrados os bugres. Em geral, os ataques eram efetivados durante a noite. Mas desta vez, teve que fazer-se de dia. Um grupo assaltou rancho-adentro e deu início à sua sanguinária operação. Enquanto o outro alvejava com a espingarda os bugres fugitivos. No meio dessa confusão, um dos bugreiros levou um tiro de pistola na perna. Mas foi o único ferimento sofrido pelos bugreiros.
Quando se pergunta acerca do número de bugres mortos, a resposta é: nenhum. Porque o só objetivo, segundo eles, era afugentar os índios, os quais não mais voltariam. Os bugreiros trouxeram daquele assalto objetos que os selvagens haviam roubado em assaltos anteriores, tais como: peças de roupa, ferragens, uma porção de cartuchos miúdos e um pala que pertencia a um viajante de Brusque, o qual, tempos atrás, fôra assaltado na estrada que passa por Angelina. Além disso, também trouxeram flechas e arcos, cestas e outras coisas semelhantes. Daquele assalto também trouxeram: três meninas e dois meninos, e cujo corte de cabelo era tão rente e tão exato, como se feito com máquina de cortar cabelo.9
O Governo encaminhou as crianças para um Orfanato Católico, onde foram batizadas. Tive a alegria de as fotografar. Envio a bonita foto para o seu "Reino do Coração de Jesus".10
Impõe-se-me um pensamento: Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a constroem [Sl 126]. Caso no Brasil a Fé Cristã deixar de impregnar a vida toda, a obra cultural será vã.
Paulo Vendelino Kons
Presidente do Instituto Sesquicentenário de Brusque
O ataque liderado pelo terrível Martinho Bugreiro contra os índios remanescentes da região de Brusque, há 100 anos, ainda desperta controvérsias e questionamentos. São heróis, justiceiros, matadores de aluguel ou frios assassinos os matadores de índios? Conhecidos por bugreiros, tinham o apoio de parte significativa da comunidade brusquense, inclusive da Prefeitura (então Superintendência Municipal).
Os índios que freqüentavam a região do vale do Itajaí Mirim, chamados de bugres, pertenciam aos Xokleng, do grupo lingüístico dos Jê. Eram Arredios, agressivos e de acentuada resistência sócio-cultural. Conservavam seus padrões de cultura e organização social. Andavam nus e enterravam seus mortos nos ranchos que abandonavam. A atividade de subsistência era centrada na caça e na coleta de alimentos na natureza. Não praticavam a agricultura.
Para a busca da compreensão do documento abaixo publicado - de autoria do padre alemão Francisco Schüler scj, vigário coadjutor da Paróquia São Luís Gonzaga em 1905 e traduzido do alemão para o português pelo padre Eloy Dorvalino Koch,scj - é imprescindível nos transportarmos para o ambiente de então. Índios, que há dezenas de séculos ocupavam toda a região e que pelo direito natural lhes pertencia. Europeus, que mediante pagamento, haviam adquirido um lote de terras do governo imperial brasileiro. O conflito configurava-se previsível. Também ressalte-se que o conhecimento e o respeito para com a diversidade étnica e cultural encontrava-se há anos luz do atual estágio da civilização, ainda marcado por barbáries indescritíveis.

UMA CAÇADA DE BUGRES
Pe. Schüler1
Eloy Dorvalino Koch,scj (Tradutor)
É dia de Carnaval. Sendo também feriado escolar, resolvi comunicar-lhes algumas novidades.
Ultimamente, as Colônias daqui, de Brusque e Blumenau, foram assaltadas por alguns bandos de indígenas. É provável que os Botocudos sejam a tribo mais selvagem da América do Sul, e nada amiga dos brancos. Ora assaltam um grupo de pessoas em plena estrada, ora se dirigem a casas isoladas à beira da mata e as saqueiam, para, em seguida, sumirem com a rapidez com que apareceram. Não poucos colonos, em suas isoladas propriedades na mata, foram vítimas de tais assaltos. Por aí se explica o receio deles, e o desejo de vingança mediante perseguições punitivas contra esses bandidos. Quero, pois, segundo a reportagem do jornal Novidades, relatar-lhes o assalto em Brusque.
[a] Na localidade Sibéria [Brusque], os bugres (assim se denominam aqui esses bandidos botocudos), irromperam da floresta e assaltaram a casa do colono Avelino Correia, e a saquearam por completo. Enquanto o marido, estirado num banco, dormia a sesta, a mulher lavava roupa num cocho, que ficava entre a casa e a cozinha. De repente, perto dela, caiu uma flecha. A mulher virou-se e viu os bugres. Aos gritos, alertou o marido dizendo que a casa estava cercada pelos índios. Ela refugiou-se no interior da casa. Enquanto o marido cuidava da casa, a mulher saiu pela porta da frente, em busca de socorro junto aos vizinhos. Ela caminhava pelo milharal. A menos de 50 m distante da casa, saltou um índio diante dela para agarrá-la. Evitou-o um fiel cachorro, defendendo a sua dona. Pelo fato de haver outros índios no milharal, a mulher teve de voltar, e tomar outro caminho. Uma flecha disparada contra ela, pelas costas, felizmente só lhe atingiu o vestido. Mas foi alvejada nas costas por um porrete. Avelino tentava afugentar os bugres. Estes, porém, tornavam-se mais e mais atrevidos, obrigando-o a fugir. Nas proximidades da casa do vizinho, encontrou dois homens e um garoto. Com eles, voltou ao local. Porém, as armas ruins e o medo do pessoal não permitiam que Avelino se decidisse por um ataque aos bugres. Teve que abandonar a sua casa, que foi toda saqueada pelos índios. Podia-se observar como eles carregavam as coisas da casa morro-acima.
[b] Um pouco depois, ocorreu outro assalto em Porto Franco [hoje, Botuverá], onde foi morto um colono. Ele e dois companheiros encontravam-se na mata ocupados com armadilhas. De repente, eis que um índio o assaltou pelas costas, e o traspassou com uma lança. O infeliz logo sucumbiu. Exclamando "ó meu Deus!", morreu. Porto Franco pertence à nossa Paróquia [de Brusque], a 32 km daqui. No dia anterior ao assalto, Pe. João Stolte2 viajara para lá a cavalo, e pôde fazer o enterro do colono. No dia seguinte, devia ele visitar um enfermo. Conquanto muito longe do local do assalto, exigiu que o acompanhassem seis homens armados. Embora cavalgando, por longo tempo, pela mata virgem, não encontraram sinal algum dos bandidos.
[c] No entanto, alguns dias após, repetiu-se o assalto. Desta vez, justamente na estrada geral Brusque – Blumenau. Ocasião em que o caso foi levado ao conhecimento do Governo, que, de imediato, decidiu enviar 500 marcos para a perseguição dos selvagens, mandando, outrossim, um contingente de bugreiros para uma batida. Antes de sua partida [de Brusque], tive ocasião de fotografá-los.
A seguir, passo a descrever-lhes essa batida, baseando-me no jornal católico Der Kompass [A Bússola] de Curitiba. Esse contingente de 16 homens era comandado pelo famoso batedor de bugres: Martinho Marcelino3, de Angelina. Viera ele especialmente com o objetivo de cumprir essa difícil campanha. Aos 4 de fevereiro [1905], o grupo se deslocou na direção da floresta. Antes da partida, já se pusera à disposição do chefe e dos seus comandados tudo quanto fosse necessário para a execução da difícil empreitada.
Até Ribeirão do Ouro, viajaram em carroças. No dia 5, Martinho, acompanhado de três homens, deu início a um trabalho de reconhecimento e de exploração do terreno. E concluiu que o local de permanência dos selvagens não podia ficar muito distante. A tarefa de reconhecimento durou três dias.
No dia 9, bem cedo, os 16 homens se embrenharam na mata, e avançaram em direção ao Sul, seguindo as numerosas trilhas, os novos ranchos de bugres, distanciados de 4 a 5 km um do outro, e abelheiras colhidas pelos selvagens. Nada encontraram no lugar onde esperavam surpreender os índios.
Após terem passado cinco dias no mato, e terem sido obrigados a atravessar, de diversos modos, rios de forte correnteza e avolumados, por eles tidos como afluentes do rio Tijucas -, a expedição encontrou um rancho que, segundo todos os indícios, havia sido abandonado recentemente, e no qual encontraram um pilão, muitas ervas socadas, e um cadáver de bugre envolto em folhas de caeté. A turma fez aqui uma parada. Com três homens de sua comitiva, Martinho iniciou novos reconhecimentos. Bem próximo daí, encontrou duas trilhas: muito limpas, e tendo a forma de cruz. No ponto central da cruz, viu ele um tronco de árvore falquejado, e cujos lados estavam com inscrições ou rabiscos. Sentindo nas imediações algum rumor de índios, Martinho subiu numa árvore, de onde pôde avistar um grande ajuntamento de selvagens. Mas ao descer, foi picado por uma jararaca. Logo após o primeiro curativo, retirou-se com os três companheiros para encontrar-se com os demais da expedição, e comunicar-lhes o resultado dessa exploração.
Martinho chegou à convicção de que seria muito grande o número de selvagens, e insuficientes os seus 16 homens. Razão pela qual contratou, em Ribeirão do Ouro, mais 7 homens. De sorte que o grupo de batedores subira para 24 homens. Com eles, e abastecidos com suficientes mantimentos -, novamente partiram, aos 17 de fevereiro, para o local de onde tinham avistado os selvagens. Aqui chegados, constataram que os índios haviam abandonado o local, e tomado a direção para o Oeste. Provavelmente, porque sentiram a proximidade de seus perseguidores.
Continuando a sua pesquisa nessa direção, e superando obstáculos de toda sorte, conseguiram eles vencer uma grande distância pela floresta. Com jangadas improvisadas, tiveram que transpor correntes fortes e avolumadas. No dia 23 de fevereiro, descobriram 94 ranchos cercados de fortificações. Neles encontraram muitas jararacas mortas que, segundo eles, eram 62. Também havia 112 abelheiras colhidas. Era como se fosse o resultado de uma caçada. Nesse dia 23, sentiram que os bugres estavam nas proximidades.4
Mas antes de dar início ao combate, houveram por bem fazer um levantamento da situação. O ataque foi realizado no domingo de 26 de fevereiro, às duas da madrugada. Alguns do grupo assim relataram o episódio: Naquela escuridão, era preciso cuidar que ninguém dos 24 homens se perdesse. Caminharam, pois, na seguinte ordem: o último homem da fila ia de mão dada com o da frente, até o final. Ao passo que o Chefe Martinho, encabeçando a fila, tinha na mão uma lamparina acesa. Dirigiam-se para o local onde, durante o dia, haviam descoberto os ranchos. Depois que o pessoal, e no maior silêncio, alcançaram a meta, foi dado um sinal, e efetivou-se o assalto. Criou-se uma enorme confusão. Da parte dos selvagens, tudo eram gritos, maldições e um berreiro infernal. Os componentes do grupo nada comentam.5 Mas é fácil de compreender que eles cometeram uma grande chacina. Depois disso, levaram tudo quanto encontravam nos ranchos. Inclusive um menino-índio, na idade de 8-10 anos. Encontraram uma grande provisão de carne de anta, e armas.
Após terem passado quase todo o mês de fevereiro no mato, o grupo voltou a Brusque no dia 4 de março. Como troféus de vitória, o grupo trouxe os encontrados objetos. Sua relação é interessante: mais de cem flechas, uns vinte arcos, muitas grandes e pequenas lanças de exóticas formas, dardos, ferramentas, três sacos de colares, tesouras, navalhas, facas, artefatos de folhas-de- flandres, cordas, bonitas cestas, um cachorro e até uma estola clerical. Além de outras miudezas aqui não referidas, devem registrar-se: braceletes, dedais, espoletas, cartucheiras, fivelas, anéis de prata de corrente, muitas peças de relógio, dentes de animais e unhas de anta. O pequeno capturado índio pertence, ao que parece, à tribo dos botocudos, pois traz no lábio superior uma cavilha.6
Aqui termina o relato do correspondente do jornal Der Kompass. Pelo visto, ele não chegou a ouvir nada desse "mistério" já tornado público: as cenas horrorosas ocorridas na mata virgem de Brusque. Comenta-se, bem de público, que, nesse assalto do domingo de 26 de fevereiro, foram trucidados uns 80 (há quem diga 200). Tudo seguiu o sistema adotado na revolução: já basta a troca de tiros; entre agora em ação a faca...7 (Continua página 11 ->>>>)
É impossível que tão desumana barbárie esteja nas intenções do Governo, que envia as tropas para afugentar ou expulsar os bugres. Ora, tal medida pode efetuar-se à luz do dia. Não é necessária a proteção da noite. Mas quando no homem irrompe a fera, ela é mais sanguinária que a hiena ou o tigre. A noite é sobremodo propícia a tais assaltos. Porquanto, consabido é que os nossos selvagens, em seu despreocupado viver, ficam muito satisfeitos com um sono saudável. Mas assaltados durante a noite, eles estarão totalmente transtornados; e o pânico entre eles toma tais proporções, que não conseguem oferecer resistência, nem tomar a fuga. Devendo ainda levar-se em conta a sua covardia. De maneira que não será difícil liquidar tudo a fio de facão.
Mas com isso, a besta humana ainda não estava saciada. É voz corrente que o grupo capturou oito crianças. Pelo caminho, e talvez por falta de mantimentos, sete delas foram despachadas para uma vida melhor! Será possível pensar algo mais terrível? Qual poderia ser a culpa das crianças, se os pais, premidos pela fome e pela penúria acabam cometendo violências de latrocínio e assassinato? Se for esta a civilização para a qual pretendamos conduzir os nossos silvículas, então não podemos levar a mal que não sejam receptivos à nossa cultura. Terão os índios conhecido os brancos de outro modo que não o bárbaro? Só aqui e ali, acontece que cheguem a ver um branco. E muitos dão prova de que, nesses casos, não tratem logo de lhes apagar a vida. Portanto, exige-se mais humanidade! Só depois de ficar provada a total inutilidade da catequese, podem justificar-se tais cenas selvagens, quais as que vêm acontecendo em nossas matas: onde os gigantes da mata virgem são mudas testemunhas "dessa humana obra cultural".8
[d] Também da Colônia Angelina veio a notícia de um assalto. A vítima foi o colono Jacó Gensleuchter. Além de saquearem a sua casa, mataram-lhe a esposa. Comenta-se que ela se teria defendido com bravura. Em troca, teve de suportar terríveis torturas de lanhos e pontaços no corpo. Mas não morreu logo. Ao cair da noite, ainda continuava dando sinais de vida.
Pouco depois do assalto ao colono Jacó Gensleuchter, os bugres voltaram a manifestar-se, matando algumas reses. Era hábito enviar os assim chamados caçadores de bugres para o mato, sempre que os selvagens praticassem algum mal. Também para este caso. O grupo armado alcançou o 1º rancho. Mas este e os 39 seguintes estavam despovoados. Só no 41º foram encontrados os bugres. Em geral, os ataques eram efetivados durante a noite. Mas desta vez, teve que fazer-se de dia. Um grupo assaltou rancho-adentro e deu início à sua sanguinária operação. Enquanto o outro alvejava com a espingarda os bugres fugitivos. No meio dessa confusão, um dos bugreiros levou um tiro de pistola na perna. Mas foi o único ferimento sofrido pelos bugreiros.
Quando se pergunta acerca do número de bugres mortos, a resposta é: nenhum. Porque o só objetivo, segundo eles, era afugentar os índios, os quais não mais voltariam. Os bugreiros trouxeram daquele assalto objetos que os selvagens haviam roubado em assaltos anteriores, tais como: peças de roupa, ferragens, uma porção de cartuchos miúdos e um pala que pertencia a um viajante de Brusque, o qual, tempos atrás, fôra assaltado na estrada que passa por Angelina. Além disso, também trouxeram flechas e arcos, cestas e outras coisas semelhantes. Daquele assalto também trouxeram: três meninas e dois meninos, e cujo corte de cabelo era tão rente e tão exato, como se feito com máquina de cortar cabelo.9
O Governo encaminhou as crianças para um Orfanato Católico, onde foram batizadas. Tive a alegria de as fotografar. Envio a bonita foto para o seu "Reino do Coração de Jesus".10
Impõe-se-me um pensamento: Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a constroem [Sl 126]. Caso no Brasil a Fé Cristã deixar de impregnar a vida toda, a obra cultural será vã.
1 Pe. Francisco Schüler scj, da Província Alemã. Na ocasião, há 100 anos (1905), era Coadjutor da Paróquia de Brusque. Também trabalhou em Paraty (Araquari) e São Bento do Sul. Faleceu em Brusque (1926).
2 Pe. João Stolte scj, da Província Alemã. Na ocasião, era Coadjutor de Brusque, e visitava as capelas de Porto Franco (Botuverá).
3 Martinho Marcelino de Jesus Martins, sentado, à esquerda. Nasceu em Índios, na região de Lages (SC). Depois das caçadas em Brusque e Angelina, foi contratado para as de Blumenau. Os bugreiros da foto "eram todos luso-serranos" (Ademir Martins, neto do Martinho Marcelino). Hoje, para os índios da região, o termo científico e adotado é "xokleng". Evitam-se os tradicionais "bugre", "botocudo" e outros.
4 A meu ver, tão elevados números lembram os proverbiais exageros venatórios...
5 Porquanto, oficialmente, os índios só podiam ser afugentados...
6 O menino-índio João Indaiá Schaefer, adotado pelo casal Vicente Schaefer (Pref. Mun.) e Maria Rosa Bauer. Que também adotou a mocinha-índia Ana Angantina Schaefer, de Blumenau. Ver foto final
7 Esta grande diferença numérica vem somar-se às dúvidas suscitadas na nota nº4.
8 Hoje, ainda que rejeitem a Catequese, não se justificam tais crueldades. Note-se que os índios atacavam porque a colonização lhes tomava o espaço de caça e coleta.
9 As 5 crianças foram batizadas, e confiadas à Associação de São Vicente de Paula (São José). Mais informações no livro do tradutor: Tragédias Euro-Xokleng e Contexto, pp.159-167.
10 Era a revista mensal da Província SCJ Alemã. O artigo foi publicado aos 05-07-1905.


http://www.adjorisc.com.br/jornais/tribunaregional/noticias/noticias_imprimir.phtml?id_noticia=49670

sexta-feira, 31 de julho de 2009



DEZ ILHAS E UM MUNDO - Historia Catarina ao som de Tarrafa Elétrica:
A série de documentários “Dez Ilhas e um mundo” conta a história do povoamento de nosso estado em meados do século XVIII por um pequeno grupo de famílias vinda do arquipélago dos Açores. Os três episódios, contam a historia desta épica viagem, suas tradições, costumes e todo o legado cultural que modelou grande parte da cultura de nosso Estado.

Para assistir os dois primeiros episódios e saber um pouco mais sobre a TAC PRODUÇÕES, que assinada esse belo trabalho é só acessar www.tac.art.br . O ultimo capítulo vai ao ar nesse sábado, 01 de Agosto, às 12h, na RBSTV SC (Reprise às 13h45 na TVCOM).

A trilha sonora fica por conta do som peixeiro do Grupo Cultural Tarrafa Elétrica, que leva através do seu som ainda mais emoção a esse belo registro de nosso povo.

Então não perca nesse sábado o ultimo capítulo de “Dez Ilhas e um mundo”!

Saiba +:

Tac. Produções: www.tac.art.br

Tarrafa Elétrica: www.tarrafaeletrica.art.br

quinta-feira, 30 de julho de 2009




O Coração Vagabundo de Caetano
Paquito
De Salvador (BA)


Fui ver Coração vagabundo, documentário sobre Caetano Veloso, dirigido por Fernando Grostein Andrade, e que acompanha o cantor-compositor na turnê do disco A foreign sound, de 2004. Fui ver e curti viajar com Caetano, seu peculiar senso de humor, seus comentários sobre religião, cultura, música, enfim, assuntos acerca dos quais discorre com generosidade e poder de síntese: "eu sou do sol, quero ser lúcido e feliz".

Não é um retrato que se pretende absoluto ou historicamente detalhado; são instantes, momentos no Japão e nos EUA, dos quais se pode destacar a resposta a Hermeto Paschoal, que o chamou de "musiquinho", após Caetano ter declarado que achava a música americana mais rica que a brasileira. Caetano usa o próprio discurso de Hermeto para desenvolver o seu raciocínio de maneira brilhante. É o que ele mesmo já chamou de "dança da inteligência". Não é pra, simplesmente, se concordar com o que ele diz, mas pra se pensar sobre.

Há instantes engraçados, como quando ele se vê diante de uma sobremesa japonesa que receia comer, por não gostar no aspecto, e há a conversa com um monge budista que diz gostar da canção Coração vagabundo, que dá título ao filme. Me interessa falar desta música, lançada em 1967, antes da explosão tropicalista, e referida quarenta anos depois neste filme, não por acaso.

Coração vagabundo, a canção, aparentemente uma bossa-nova tardia, é um samba curto que sintetiza o percurso de Caetano: anúncio e prenúncio do que viria a seguir na sua obra, por conta dos versos iniciais - "meu coração não se cansa/ de ter esperança/ de um dia ser tudo o que quer"- e finais, "meu coração vagabundo/quer guardar o mundo em mim". Não só a "lembrança de um vulto feliz de mulher", não só a procura romântica do objeto amoroso único, tema constante das canções da bossa-nova, mas a apreensão da complexidade das coisas do mundo e as utopias possíveis, mais amplas que as utopias da esquerda tradicional. O tropicalismo quer abraçar e guardar o mundo e o Brasil, por isso une o aparentemente inconciliável, bossa-nova e iêiêiê, cafonice e sofisticação, na ânsia de apreendê-lo. Como ele mesmo antecipou no texto para o LP pré-tropicalista de Gil: "que se coloquem em outro nível as relações de nossa música com a realidade. (...) prefiro descobrir e ressaltar que a verdade mais profunda da beleza do seu trabalho está no risco que corre de descobrir uma beleza maior: a capacidade de criar uma obra íntegra, assumindo o Brasil inteiro".

O ponto de partida foi todo um raciocínio de Caetano em cima das lições de João Gilberto e da bossa-nova, o que fez dele um caso único de artista que pensou a música popular. Em Coração vagabundo, ele oferece uma alternativa existencial distinta da do lirismo bossa-novístico, algo que vai desenvolver também em canções posteriores. A Inútil paisagem, de Tom Jobim e Aloysio de Oliveira, tornar-se-á a Paisagem útil, em suas mãos. As Janelas abertas de Tom e Vinicius, "para que o sol possa vir/ iluminar nosso amor" tornar-se-ão "as portas que dão pra dentro" e "janelas pra que entrem/ todos os insetos" de Janelas abertas número 2, de Caetano. E Saudosismo, deste último, relê a Fotografia, de Tom, e cita Lobo bobo, de Lyra e Bôscoli, e A felicidade e Chega de saudade, ambas de Tom e Vinicius.

Se a pós-modernidade prevê a falência das utopias, Caetano é moderno, pois canta "não tendo utopia/ não pia a beleza também" em Love love love. O projeto estético, portanto, comporta uma ética, "um acorde perfeito maior/ com todo mundo podendo brilhar no cântico" de Muito romântico. E há a crença na nossa identidade como algo que pode interferir nos destinos do mundo, apesar e por conta de nossa diferença: "absurdo, o Brasil pode ser um absurdo/ até aí, tudo bem, nada mal/ pode ser um absurdo, mas ele não é surdo/ o Brasil tem ouvido musical/ que não é normal", também de Love love love.

Todo esse vasto universo, no entanto, pode ser visto como desdobramento de Coração vagabundo, em sua simplicidade cristalina, com o que a canção ambiciona - "ser tudo o que quer"- e persegue - "guardar o mundo". As palavras "tudo" e "mundo" abrem prováveis e improváveis portas e janelas, pela variedade, conjugada à unidade, do que significam.

A obra, a vida. Desde que apareceu no cenário da cultura, Caetano dá muitas entrevistas, discute, se expõe, movimenta-se. Até hoje é assim, e assim foi, como quando teve o blog Obra em progresso, antes de lançar o recente Zii e Zie: aos 66 anos, o artista respondia sempre a todos, e estava atento aos que dele discordavam. Da Bahia, onde há um bolsão de resistência, roqueiros iniciaram um diálogo. Nos dois últimos discos e shows, se fez acompanhar por uma banda de rock, com integrantes mais jovens, oriundos do underground carioca. O coração, portanto, continua vagabundo, e os desafios ainda maiores, num Brasil/mundo cada vez mais fragmentado e partido.

quarta-feira, 29 de julho de 2009




Nosso inverno:

M A L U N G O - 8 HORAS DA MANHÃ DE DOMINGO.


SÁBADO a DOMINGO – 01 e 02 de Agosto

16h30 – Abertura – Praça

17h – Show com Pochyua e Cambaçu – Grande Auditório
- Abertas as exposições de Artes Visuais - Salão Centenário e corredores e de Literatura – Salão de Festas
- Exibição de vídeos – Salão de Festas

18h30 – Peça “Fãs”, do grupo Fãs – Pequeno Auditório
- Show com Travesseiro Polar – Salão Centenário

19h30 – Intervenções literárias: “Microcontos”, de Terezinha Manczak e Paulo; poema de Ricardo Brandes e Danielle da Gama; “Retrato da Nudez Eólica”, de Cláudia Iara Vetter – Salão de Festas

20h – Show com Casa de Orates; abertura com Charles Vendrami – Grande Auditório
- Apresentação do grupo Pró-Dança do Teatro Carlos Gomes – Salão de Festas

21h30 – Intervenção literária de Maria de Fátima e Jairo Martins – Salão Centenário

22h – Show com Alegria do Choro e apresentação da Cuerpo Libre Cia de Dança – Salão Centenário
- Peça “Zé do Mato e os Índios Botocudos”, do Grupo K – Sala B

23h30 – Show musical e visual “Transplanos”, do Opióptico – Praça
- Intervenção literária “Colchão Erótico para uma cidade sem tesão”, de Rosane Magaly Martins e Fátima Venutti – Salão de Festas

0h – Peça “Volúpia”, da Cia Carona – Pequeno Auditório

0h30 – Intervenção literária “Lama Seca”, de Fátima Venutti – corredores

1h – Show com Revolver – Salão Centenário

Peça “O monstro de Nutestein”, do grupo AmaDores – Praça

1h15min – Abertura do “Botequim Literário” – Salão de Festas

2h – Show com Delones Blues – Salão Centenário
- Peça “Amálgama”, do grupo P.A. – Sala B

3h30 – Show com Daian Schmitt e Os Comparsas do Rock – Salão Centenário
- Peça “Navalha na Carne”, do grupo “Víscera” – Pequeno Auditório

5h – Show com Salve Salve; abertura com Terra Brasilis – Grande Auditório
- Peça ParalELAS, do grupo SinoS – Sala B

6h – Peça “Sujos”, do Grupo K – Pequeno Auditório

- Show com Chuck Violence – Salão Centenário
- Intervenção literária “Colchão Erótico para uma cidade sem tesão”, de Rosane Magaly Martins e Fátima Venutti – corredores

7h – Oficina de palhaço e malabares – Salão de Festas

8h – Show com M A L U N G O – Salão Centenário

8h30 – Peça “B-612”, do grupo Ganju – Sala B

9h – Apresentação de palhaço com James Beck – Praça

10h – Peça “Andar sem parar de transformar”, do grupo Elementos em Cena – Pequeno Auditório
- Show com Schleppen – Salão Centenário

11h30 – Intervenção literária “Encontro Marcado” e “A paz de nossos dias”, com Fabiana e Cassiane
- Peça “A leste do sol e a oeste da lua”, do grupo Elementos em Cena – Praça

12h – Show com Confraria do Samba – Salão Centenário

13h30 – Show com Torta Flamejante – Salão Centenário
- Intervenção literária “Lama Seca”, de Fátima Venutti – Praça

14h – Mesa-redonda “Literatura e internet”, com equipe do Duelo de Escritores – Salão de Festas

14h30 – Peça “Preciosas Ridículas”, do grupo AmaDores de Teatro – Praça

15h- Show com Ozuê; abertura com Max Bularque – Grande Auditório
- Peça “A Serpente”, do grupo de teatro da Furb – Pequeno Auditório

15h30min – Apresentação do grupo Pró-Dança do Teatro Carlos Gomes – Salão de Festas

16h - Mesa-redonda sobre teatro – Salão de Festas

16h30min – Show com Tribus da Lua – Salão Centenári

segunda-feira, 27 de julho de 2009

LENDA DE DOM SEBASTIÃO,
Ilha dos Lençóis - Maranhão


Dom Sebastião foi o rei português que morreu em 1578, aos 24 anos de idade, quando se lançou com seus soldados em uma temerária aventura guerreira no Marrocos, na esperança de converter os mouros em cristãos. Ele desapareceu na famosa batalha de Alcácer Quibir, durante a qual o exército português quase foi dizimado pelas forças inimigas, e como o seu corpo jamais foi encontrado, muitas lendas foram então criadas pelos crédulos e otimistas, todas alimentando o sonho de que um dia ele retornaria à sua terra para libertá-la do domínio espanhol, restaurando dessa forma o império português.

Uma dessas histórias sustenta que o soberano costuma aparecer nas noites de lua cheia em uma das praias da ilha dos Lençóis, que por sua vez está localizada no arquipélago de Maiaú, litoral do município de Cururupu, lado ocidental da cidade de São Luís. Diz a lenda que o rei sempre se deixa ver na forma de um touro encantado, aguardando esperançoso que algum corajoso finalmente apareça e o liberte da maldição que o colocou naquela situação. E, também, que ele mora em um palácio de cristal que se ergue no fundo do mar, próximo a ilha, mas não consegue sair de lá, por mais que tente, porque seu navio não encontra a rota correta que o leve de volta a Portugal. A mesma versão garante, ainda, que a Ilha dos Lençóis é encantada, e que se tornou morada do rei português porque os montes de areia nela formados pelo vento, se assemelham aos existentes no campo de Alcácer Quibir, onde dom Sebastião desapareceu.

O touro negro que esconde a figura do rei português tem uma estrela de ouro na testa, e se alguém conseguir atingi-la, ferindo o animal, o reino será desencantado, a cidade de São Luís irá submergir, e em seu lugar surgirá a cidade encantada que guarda os tesouros do rei. Os mais crédulos vão adiante, pois acreditam que no dia em que a testa estrelada do touro for machucada por algum cidadão desassombrado, o rei será libertado do encanto maligno que o transformou em animal, emergirá de vez das profundezas do oceano, e que os enormes vagalhões provocados pela emersão da numerosa e reluzente corte real que o acompanha, bem como dos exércitos que não o abandonam e nem deixam de protegê-lo em seu incansável vagar pelas areias das dunas da ilha dos Lençóis, farão desaparecer a cidade de São Luís do Maranhão sob a fúria das águas revoltas.

A Ilha dos Lençóis não deve ser confundida com os Lençóis Maranhenses, parque nacional situado a leste da Ilha de São Luís, (lado oposto), na divisa com o estado do Piauí. Situada no litoral ocidental do Maranhão, com uma área não maior que 900 hectares, a 155 quilômetros a oeste da capital São Luís, e a 82 quilômetros do primeiro parque estadual marinho do Brasil, o Parque Marinho de Manoel Luís, a ilha tem solo arenoso formando um campo de dunas de até 35 metros de altura, que se prolonga por quase toda sua extensão ate se mesclar com o mangue no lado sudoeste, formando lagoas de águas cristalinas durante a época chuvosa, mas que, costumam desaparecer durante o período da seca.

Com fauna e flora típicas, a Ilha dos Lençóis se constitui em um dos lugares únicos do Brasil, e por isso é considerada uma das mais belas ilhas oceânicas do país. O acesso a ela é feito somente por meio de embarcações tradicionais, ou de avião mono ou bimotor, motivo pelo qual ainda hoje a ilha se mantém praticamente no seu estado original. Nela reside uma antiga comunidade de pescadores originada dos portugueses que ali se fixaram há muito tempo atrás.

A Ilha dos Lençóis é um santuário ecológico onde pode ser encontrado, entre outros, o pássaro Guará, uma das aves mais bonitas do Brasil. Revoando por aquela região ás centenas, colorindo os ares com sua plumagem de um vermelho intenso, eles parecem incendiar a floresta de Mangue, uma das mais bonitas que se possa encontrar. Além das dunas de rara beleza, das paisagens bucólicas, dos seus habitantes albinos, da pureza ecológica que se vê, que se sente e que se respira a cada passo, a ilha desperta no imaginário dos que a visitam, inúmeros pensamentos e suposições que se prendem à lenda do rei transformado em touro encantado.

D. Sebastião I (1554 - 1578), décimo sexto rei de Portugal, herdou o trono em 1507, quando tinha apenas três anos de idade; Durante a sua menoridade a regência foi assegurada primeiro pela rainha Catarina da Áustria, sua avó, viúva de D. João III, e depois pelo tio-avô, Cardeal Henrique de Évora. .Aos 14 anos, quando finalmente assumiu o trono, o jovem soberano tinha a saúde débil, o espírito fraco e a mente sonhadora, razão pela qual, ao invés de administrar o vasto império de que era senhor, formulava planos para batalhas imaginárias e conquistas retumbantes, além de projetos visando a expansão da fé católica, profundamente convencido de que seria ele o capitão de Cristo numa nova cruzada contra os mouros do norte de África. Por isso começou a preparar-se para a expedição contra os marroquinos da cidade de Fez.

Por achar que aquela idéia era uma loucura, seu tio Filipe II, rei da Espanha, esquivou-se de acompanhá-lo, e por isso o exército português partiu sem reforços, desembarcando em Marrocos no ano de 1578. Uma vez lá, o rei ignorou os conselhos dados por seus generais e decidiu avançar imediatamente para o interior, em busca do inimigo. Na batalha que se seguiu, a de Alcácer-Quibir, os portugueses foram derrotados humilhantemente pelas forças do sultão Ahmed Mohammed, e perderam uma boa parte do seu exército.

Quanto a Sebastião, provavelmente morreu na batalha, ou depois de aprisionado. Mas para o povo português de então, o rei havia apenas desaparecido, e por isso passou a esperar por seu regresso.

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Vocês sabiam que há uma ilha no Maranhão, chamada Lençóis, que abriga uma comunidade de pescadores onde a incidência de albinismo é bastante alta. Tão alta que eles receberam o nome de Povo da Lua, porque só podem sair pra pescar á noite, devido ao abrasador calor local. Lembro-me de ter visto uma reportagem a respeito, no Fantástico, quando ainda era bem meninote ou adolescente.

Achei um par de links interessantes sobre o tema. Não postarei tudo duma vez, para dar tempo ao leitor de fruir melhor as informações.

Revista Isto É, 06/02/2002

Filhos do encanto
Na Ilha dos Lençóis lendas e assombrações fazem parte da rotina dos pescadores que acreditam viver em uma terra mágica
Madi Rodrigues e Leopoldo Silva (fotos) - Ilha dos Lençóis (MA)

O meio-dia o sol é tão quente que a impressão é que tudo à volta treme. Os pés afundam na areia fina que queima como brasa. O mar fica na porta de casa, assim como os barcos. Em contraste com as dunas gigantes, o manguezal vira floresta. Coqueiros, cachorros magros, cabras desnutridas e crianças descalças completam a paisagem. Esse é o cenário real da Ilha dos Lençóis, comunidade encravada no litoral do Maranhão, onde lendas e assombrações são contadas pela comunidade de pescadores e descendentes de albinos, certa de que vive numa terra encantada.
A ilha, que fica a mais de sete horas de barco do município de Cururupu, tem 103 casas, todas feitas de palha de babaçu. A mitológica região, onde vivem 300 pescadores semi-analfabetos, num passado não muito distante registrava grande incidência de albinos. Isso ajudou no enredo fantástico traçado por aquela gente que faz do mar a principal fonte de sobrevivência. A vida na ilha segue o ritmo da maré e obedece a um ritual invariável: os homens pescam e as mulheres cavam poços nos pés das dunas para abastecer as casas com água doce. Depois se embrenham nos mangues para catar galhos secos e transformá-los em lenha para cozinhar o peixe. Na comunidade não existe escola – as crianças estudam até a quarta série em barracões improvisados. A ilha pertence ao Arquipélago de Maiaú, um dos mais atrasados da costa brasileira. Localizado a 160 quilômetros a oeste de São Luís, não há médicos e outra forma de subsistência a não ser a pesca.

Albinos – Da legião de albinos que povoava a ilha na década de 80, sobraram poucos para contar a história fantástica do rei menino. Muitos morreram de câncer de pele e outros foram embora para cidades vizinhas com medo do mesmo destino. Os albinos que ficaram mantêm a tradição: são chamados de Filhos da Lua, não pela poesia que o apelido sugere, mas pela necessidade que têm de pescar à noite para se proteger do sol. Na comunidade, albinos e não-albinos dão vida às lendas do lugar, implantadas no País pelos jesuítas no século XVII. Os pescadores contam que na ilha existe um reino – um palácio feito de ouro, cristais e diamantes – há muito tempo escondido nas profundezas das águas da Praia dos Lençóis. A ilha e o reino, segundo eles, têm dono. Ambos pertencem a dom Sebastião – o rei menino de Portugal, que foi coroado aos três anos de idade e desapareceu aos 24 na Batalha de Alcacér-Quibir, contra os mouros, na África, por volta do século XVII. Os pescadores acreditam que, depois da derrota, dom Sebastião atravessou o oceano e veio se refugiar na Ilha dos Lençóis onde tornou-se encantado, assim como suas riquezas.
No imaginário dos pescadores, o rei nunca mais deixou a ilha. Vive lá vigiando seu palácio e protegendo os habitantes. Nas noites de lua cheia um touro preto coroado e com uma estrela na testa passeia pelas dunas, soltando fogo pelas ventas. É dom Sebastião querendo pôr fim ao encanto. O rei também aparece em forma de gente, vestido de cavaleiro e montado em um cavalo branco.
“Nessa ilha mora um rei e o nome dele é dom Sebastião”, garante o pescador albino Manoel de Oliveira, 67 anos, mais conhecido como Macieira, nascido e criado em Lençóis. “Aqui tambores tocam no fundo da terra e eu já ouvi muitas vezes isso acontecer”, afirma. Pai de nove filhos e avô de 25 netos, dois deles também albinos, Macieira tenta a todo custo encontrar-se com o rei. “Nas noites de lua cheia, subo as dunas na esperança de vê-lo. Minha curiosidade é saber como ele é: se é branco, preto ou albino como eu. Meus avós viram muitas vezes o touro passeando nas dunas e me disseram que essa ilha é dele e eu acredito nisso.” Apesar de acreditar que mora num paraíso encantado, Macieira reivindica mais atenção: “O povo aqui é esquecido de medicina e educação. Temos um posto de saúde, mas não temos médico e a escola das crianças é um barracão.” Por causa do sol, já teve dois cânceres, um na perna e outro na orelha. “Não gostaria que o mesmo acontecesse com os meus netos, Robert e Ronald, que nasceram albinos como eu.” Sobre a viabilidade de um dia o rei vir a desencantar Macieira, é categórico: “Não vai ser nada bom. Já diziam os meus antepassados que se isso acontecer a ilha vira cidade e São Luís desaparece nas profundezas do mar.”

Sonhos – “Rei, rei, rei Sebastião, quem desencantar Lençóis vai abaixo o Maranhão.” Essa é a cantiga que não sai da boca da viúva Telma Maria Silva, 35 anos. Ela é outra que diz que já perdeu a conta das vezes em que viu o rei. “Sonho com ele sempre. Ele é moreno, tem olhos azuis e usa um boné vermelho na cabeça”, descreve Telma, que ganha R$ 15 por mês carregando água para abastecer uma das duas pousadas do local. Telma já teve 12 filhos, todos albinos. “Dez morreram, um deles com seis meses”, lembra, dizendo que apenas dois sobreviveram, entre eles Cleber, cinco anos. O pai- de-santo José Mário de Araújo, 64 anos, é mais um que confirma o passeio do rei menino em forma de boi pelas dunas da ilha: “Eu já vi o touro em plena luz do dia.” Uma vez por semana, José Mário conta que sonha com o rei e o descreve como Telma, só que, em vez de um boné, ele usa uma veste branca. Neuza Miranda, 76 anos, a dona Nini, reforça a tese de que o encanto passa de pai para filho: “Meus pais cansaram de ver o touro. De minha parte, já ouvi cavalos rinchando, sendo que aqui não existe nenhum cavalo.”
Maria Isabel de Araújo Ferreira, 43 anos, é líder comunitária e diz que faz questão de contar para os filhos histórias e lendas do lugar. “Até bem pouco tempo atrás, era comum a gente encontrar na praia brincos de pérola, correntes de ouro, pulseiras, xícaras de porcelana e até potes de cerâmica, vindos não se sabe de onde”, afirma Isabel. Tiago, filho de Isabel, tem 17 anos, estudou até a quarta série. Pescador como o pai, Tiago gosta das histórias. “Sou filho de uma ilha encantada. Adoro este lugar”, afirma.
Antes que os aventureiros lancem mão, os moradores advertem: dom Sebastião é ciumento e nada pode ser levado da ilha sem a sua permissão. Quem desobedece se arrepende amargamente. Casos ilustrando o apego do rei pelas coisas do lugar não faltam. Recentemente, um gerente de um mercado de Cururupu esteve na ilha e encontrou três búzios dourados. Levou para casa e foi o suficiente para perder o sono e o sossego. “Ele ficou sem dormir durante uma semana, ouvindo vozes ordenando que devolvesse os búzios o quanto antes. Devolveu e voltou a ter paz”, contou Macieira.


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Tentei achar o Documentario completo mais não rolou..

Mais tem um pedaço ai..

http://www.youtube.com/watch?v=Hv8Isyfddbc

quarta-feira, 15 de julho de 2009




Sem comentários, sobre a ignorancia do ser humano!


O Irã tem capacidade para construir uma bomba atômica e realizar, em condições similares às da Coreia do Norte, seu primeiro teste de detonação subterrânea em seis meses, assegura a revista alemã Stern em sua próxima edição. "Se quiserem, podem detonar uma bomba de urânio em meio ano", afirma na revista um agente dos serviços secretos alemães (BND) cujo nome não foi citado.

A fonte acrescenta que, de acordo com os técnicos do BND em matéria nuclear, o Irã já domina totalmente o processo para o enriquecimento de urânio e conta com centrífugas suficientes para produzir a versão militar desse mineral.

"Há dois anos, ninguém acreditava nessa possibilidade", afirma o agente consultado. Segundo a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), o Irã já tem 7 mil centrífugas em sua usina de enriquecimento de urânio em Natanz. Até junho deste ano, 4.920 delas se encontravam em funcionamento.

Com esses recursos, os técnicos nucleares iranianos já podem ter enriquecido 1,3 t de urânio em níveis de aplicação militar, material suficiente para produzir uma ou duas bombas atômicas.

A Stern assegura que o Irã trabalha de maneira acelerada no desenvolvimento de mísseis com capacidade para transportar ogivas nucleares e suficiente alcance para atingir alvos no continente europeu.

As fontes do BND consultadas pela revista assinalam que o programa de mísseis iraniano se concentra "exclusivamente" na construção de ogivas nucleares. Além disso, destacam que o Irã precisará de mais três anos para contar com ogivas nucleares para armar seus mísseis de médio alcance.

Finalmente, a Stern revela que os componentes para a construção desse tipo de mísseis são adquiridos pelo Irã no mundo todo, até mesmo na Alemanha, mediante uma rede de empresas camufladas dirigidas pelo iraniano Said Mohammad Hosseinian, "um dos homens mais procurados do mundo" pelos serviços secretos ocidentais, de acordo com o BND.

EFE - Agência EFE - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização escrita

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Uma temporada de farsas
Noam Chomsky
Dos Estados Undios

As eleições no Líbano e Irã, e o golpe militar em Honduras, são relevantes não apenas por sua mera existência, mas também pelas reações internacionais que causaram. Em comparação, há de se mencionar a pouca atenção dada ao recente ato de pirataria israelense no Mediterrâneo.

Líbano

A eleição de 7 de junho causou celeuma na opinião pública.

"Eu sou fã das eleições livres e justas", disse Thomas Friedman, em sua coluna no New York Times, no dia 10 de junho. "No Líbano a eleição foi verdadeira e os resultados foram fascinantes: O presidente Barack Obama derrotou o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad".

Crucialmente, "uma vasta maioria dos libaneses - muçulmanos, cristãos e drusos - votaram na coligação 14 de março, liderada por Saad Hariri", o candidato apoiado pelos EUA e filho do ex-primeiro ministro assassinado Rafik Hariri.

Precisamos dar o crédito devido ao triunfo dessas eleições livres (e de Washington também): "Se George Bush não tivesse se imposto aos sírios em 2005 - fazendo-os deixar o Líbano após o assassinato de Hariri - esta eleição livre nunca teria acontecido", disse Friedman. "Bush criou a oportunidade. E o discurso de Obama no Cairo, foi a cereja no bolo".

Dois dias depois, as visões de Friedman ecoaram na coluna de Elliott Abrams, do Conselho das Relações Estrangeiras, que também foi um alto oficial dos governos de Reagan e Bush filho: "A votação no Líbano passou em todos os testes de legitimidade. Os libaneses tiveram a chance votar contra o Hezbollah, e não hesitaram em abraçá-la".

Qualquer "teste de legitimidade", no entanto, deveria incluir o voto em si. A coligação 8 de março, ligada ao Hezbollah, ganhou com a mesma diferença de votos que Obama venceu McCain em novembro, aproximadamente 54% do voto popular, de acordo com os números divulgados pelo Ministério do Interior libanês.

Portanto, se levarmos em conta o argumento de Friedman e Abrams, deveríamos lamentar a derrota de Ahmadinejad - que também é de Obama.

Como muitos outros, Friedman e Abrams se referem aos representantes do Parlamento. Os números são afetados pelo sistema de votação libanês, que é confessional, o que reduz de forma aguda o número de vagas para a maior das seitas, os xiitas, que apoiam amplamente o Hezbollah e seu aliado, o Movimento Amal.

Mas os analistas sérios apontaram que as regras do sistema "confessional" libanês debilitam o conceito de "eleições livres e justas" das mais variadas formas. O analista político Assaf Kfoury observa que essas regras não permitem a participação de partidos não sectários e cria uma barreira para a introdução de políticas socioeconômicas e outras questões relevantes no sistema eleitoral.

Para Kfoury, essas regras abrem espaço para "uma interferência externa maciça", pouca participação do eleitorado e "manipulação e compra de votos", todos observados, mais do que nunca, na eleição de junho.

Em Beirute, onde reside quase a metade da população do Líbano, menos de um quarto dos eleitores conseguiu votar sem precisar retornar à sua zona eleitoral de origem. O efeito disso é que os trabalhadores imigrantes e as classes mais pobres acabam efetivamente perdendo seu direito ao voto, "numa espécie de gerrymandering ao estilo libanês", escreveu Kfoury.

Irã

Como no Líbano, o sistema eleitoral do Irã viola direitos básicos. Os candidatos precisam ser aprovados pelos líderes religiosos, que reprovam as políticas com as quais não concordam.

Os resultados eleitorais divulgados pelo Ministério do Interior iraniano carecem de credibilidade, tanto pela forma com que foram divulgados quanto pelos números em si - retratando fidedignamente o descontentamento popular reprimido brutalmente pelas forças armadas dos religiosos no poder. Talvez Ahmadinejad tivesse conquistado a maioria justa dos votos, mas os governantes não estavam dispostos a arriscar.

Nas ruas do Teerã, a correspondente Reese Erlich escreveu: "É um movimento de massa iraniano genuíno, composto por estudantes, trabalhadores, mulheres e integrantes da classe média" - e possivelmente uma grande parcela da população rural.

Eric Hooglund, acadêmico e estudioso da zona rural iraniana, relata que houve um apoio "impressionante" ao candidato da oposição, Mir Hossein Mousavi, por parte dos habitantes das regiões por ele estudadas, além de "um ultraje moral palpável, no que se acredita ser uma eleição roubada".

É bastante improvável que o protesto venha a abalar o regime clérico-militar em curto prazo, como diz Erlich, "estão sendo plantadas sementes para lutas futuras".

Israel-Palestina

Não se deve esquecer que houve uma eleição "livre e justa recentemente no Oriente Médio - em janeiro de 2006 na Palestina, onde os Estados Unidos e seus aliados puniram a população que "votou errado".

Israel impôs um cerco a Gaza e, no inverno passado, atacaram sem clemência.

Amparado pela impunidade que recebe dos EUA, Israel forçou novamente seu bloqueio, sequestrando o navio do movimento Free Gaza, "Spirit of Humanity" (Espírito da Humanidade), em águas internacionais, forçando-o a ancorar no porto israelense Ashdod.

O navio havia saído do Chipre, onde a carga foi inspecionada: medicamentos, material de construção e brinquedos. Os trabalhadores de direitos humanos a bordo incluíam Mairead Maguire, laureada com o prêmio Nobel, e o a ex-congressista norte-americana Cynthia McKinney.

O crime praticamente não chamou a atenção de ninguém - até com alguma justiça, dizem alguns, já que Israel vem saqueando navios entre o Chipre e o Líbano há décadas. Então por que agora noticiar essa recente situação vergonhosa de um estado traiçoeiro e seu líder?

Honduras

A América Central é também cenário de um crime eleitoral. Um golpe militar em Honduras removeu o presidente Manuel Zelaya e o expulsou para a Costa Rica.

O golpe reafirma o que o analista de assuntos latino-americanos, Mark Weisbrot, chama de "uma história recorrente na América Latina", embargando "um presidente reformista, que tem apoio dos sindicatos e organizações sociais e que lutava contra a elite política, apoiada pela máfia e o tráfico de drogas, acostumados a escolher a dedo seus representantes na Corte Suprema, no Congresso e até mesmo na presidência".

A opinião pública descreve o golpe como um retorno infeliz ao passado negro de décadas atrás. O que não é verdade. Esse é o terceiro golpe militar da última década, confirmando a noção da "história recorrente".

O primeiro, na Venezuela em 2002, foi apoiado pela administração Bush, mas recuou depois da desaprovação maciça na América Latina e a volta do governo eleito por pleito popular.

O segundo, no Haiti em 2004, foi levado a cabo pelos algozes habituais do país, França e Estados Unidos. O presidente eleito, Jean-Bertrand Aristide, foi expulso para a África Central.

O que há de novo no golpe de Honduras é que Washington não o apoiou.

Em vez disso, os EUA montaram oposição ao golpe juntamente com a OEA, ainda que expressando uma oposição mais branda do que os outros países e sem tomar atitude alguma. Ao contrário dos estados vizinhos, como a França, Espanha e Itália, os Estados Unidos optaram por não remover seu embaixador.

É muito difícil acreditar que Washington não tivesse conhecimento prévio do que estava prestes a acontecer em Honduras, um país extremamente dependente da ajuda norte-americana e cujo exército conta com armas, treinamento e aconselhamento dos EUA. As relações militares entre os dois países começaram na década de 1980, quando Honduras servia de base para a guerra terrorista do presidente Reagan contra a Nicarágua. Se a "história recorrente" se repetirá ou não depende muito das reações vindas dos Estados Unidos.

terça-feira, 7 de julho de 2009

"Pela quantidade de filmes dublados que começam a invadir os canais fechados, concluo que o número de analfabetos no país tem aumentado. Uma pena".

quarta-feira, 17 de junho de 2009

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Para constar, saiu uma entrevista e citações minhas, no blog do escritor MAICON TENFEN.

Segue link:

http://www.clicrbs.com.br/blog/jsp/default.jsp?source=DYNAMIC,blog.BlogDataServer,getBlog&pg=1&template=3948.dwt&tipo=1§ion=Blogs&p=1&coldir=2&espname=jsc&blog=690&topo=4254.dwt&uf=2&local=18

Domingo, 31 de maio de 2009
Projeto Túneis - 2
Quando iniciei essa história dos Misteriosos Túneis de Blumenau, recebi vários e-mails de pessoas ou grupos que em algum momento resolveram sair a campo e fazer investigações por conta própria. Um deles foi um ex-aluno cujo nome omito para protegê-lo de complicações, pois os dados que ele me passou são verdadeiramente intrigantes. Segundo ele, o morro atrás do Shopping Neumarkt é o lugar mais estranho a que chegaram depois de “interrogar” os habitantes mais antigos de Blumenau. No parque que existe na área, no meio do mato, entre um bambuzal, há uma espécie de entrada subterrânea fechada por cimento, “o mesmo de que foi feito o Colégio Sagrada Família”. Mas por que a boca de um túnel lá atrás, tão longe, no meio do nada?
Como sempre, as explicações começam no Teatro Carlos Gomes. Como citei no outro post, pelo menos um túnel viria do rio até os porões do palco, dali a passagem se estenderia até o Colégio Santo Antônio, depois ao Sagrada Família e, dali, numa bifurcação, ao Pedro II e ao meio do mato, mais precisamente atrás de onde hoje fica o shopping. As conspirações nazistas entram rapidamente na história. Construído com dinheiro vindo da Alemanha hitlerista, o teatro possui uma fachada em forma de quepe e uma sacada que seria o púlpito ideal para um discurso do Führer caso ele vencesse a guerra e começasse a visitar as colônias germânicas espalhadas pela América do Sul. Os túneis serviriam como rotas de acesso, para evitar atentados, ou de fuga, caso algum imprevisto acontecesse.
Para complementar sua teoria, meu ex-aluno conversou via net com um experiente pesquisador da história local. Reproduzo abaixo o diálogo dos dois, com algumas adaptações e a exclusão de fragmentos nos quais aparecem os nomes de pessoas que não autorizaram as citações.
Estudante: Bom dia.
Pesquisador: Bom dia.
Estudante: Primeiramente, gostaria de parabenizá-lo pelo excelente trabalho que o senhor vem realizando sobre a história e o povo de Blumenau.
Pesquisador: Agradeço pelas palavras de carinho.
Estudante: Acredito que o senhor já tenha ouvido falar dos túneis que cortam o centro da cidade. Essa história é verídica?
Pesquisador: Na minha opinião, é sim. Entretanto, há muitas lendas obstruindo a verdade dos fatos.
Estudante: Há algumas coisas aí que me deixam com a pulga atrás da orelha.
Pesquisador: Quais são?
Estudante: Em primeiro lugar, dizem que o túnel na frente do shopping não foi escavado, ele já existia e apenas deram uma “melhorada”. O senhor se recorda das obras?
Pesquisador: Sim. Realmente, esse era o comentário da época.
Estudante: Em segundo lugar, quando houve a reurbanização da Rua XV de Novembro, havia lá pessoal do exército dando uma “verificada” nas obras. Por que o interesse em obras que nada tinham a ver com o serviço militar?
Pesquisador: Nunca entendi esse fato.
Estudante: No livro Mein Kampf, Hitler fala que viria para uma colônia alemã fora da Europa e que essa colônia era Blumenau.
Pesquisador: Sim, verdadeiro.
Estudante: O Teatro Carlos Gomes visto de cima é um capacete alemão.
Pesquisador: Também verdadeiro.
Estudante: Há cerca de três anos, haveria um recital no Carlos Gomes organizado por um colega meu. Infelizmente, choveu muito naquele dia, e o pessoal do Corpo de Bombeiros não permitiu que se realizasse no local o recital. Motivo? A parte subterrânea do Carlos Gomes estava cheia de água. Se o senhor for ao teatro e perguntar sobre essa parte subterrânea, eles negam, dizem que não existe. Mas quando o Corpo de Bombeiros deu a notícia, eu estava junto e ouvi claramente que os “porões” estavam alagados e que a realização do recital seria perigosa.
Pesquisador: Negam, sim. Já consultei muita gente sobre isso. Ficam chateados e pedem para mudar de assunto. Afirmam que nada disso é verdadeiro, apenas coincidências.
Estudante: Caso seja verídico, há uma possibilidade de confirmar minha teoria. Hitler daria um discurso no Carlos Gomes. Caso houvesse algum problema, ele fugiria pelos túneis. Procuraria abrigo no Colégio Santo Antônio que, por pertencer à Igreja, não poderia ser invadido. Depois seguiria até o Sagrada Família e por fim sairia no morro atrás do shopping.
Pesquisador: Sua afirmação pode ser correta, mas é preciso cuidado. O que me intriga é que as pessoas a quem pergunto sobre isso sempre dão um jeito de desconversar.
Estudante: O senhor soube que agora, nas obras realizadas no Castelinho, foram encontrados vários documentos, munição e objetos ligados ao nazismo?
Pesquisador: Soube, sim.
Estudante: Sabe-se que Blumenau abrigou muitos nazistas que fugiram depois da Segunda Guerra Mundial.
Pesquisador: Ouvi falar sobre isso, mas não há provas concretas.
Estudante: O senhor acha que toda essa história é lenda ou verdade?
Pesquisador: Muita coisa é lenda, mas acho que alguma verdade existe. Mas quais são as verdades? Infelizmente, não posso contribuir muito com você, pois as respostas nunca me foram dadas com clareza. Gosto de fazer um trabalho baseado em certeza, não em dúvida, mas acho importante essa pesquisa. Parabéns a você que dará continuidade a esse assunto que faz parte da nossa cultura e história. Um forte abraço.

Aguardem mais revelações nos próximos posts.



Para Provar, caso alguém duvide que o tal "estudante" é a minha pessoa, segue e-mail enviado ao Maicon:

Subject: Túneis Blumenau.
From: bruno@... (apaguei pq é meu e-mail da empresa)
Date: May 14, 2009 10:03:01 AM GMT-03:00
To: maicon.tenfen@santa.com.br

Grande Maicon,


Vamos lá...


Vou começar por dizer que eu e alguns amigos a um tempo atras resolvemos pesquisar sobre os túneis e tentar achar as tais entradas...

O Lugar mais entranho que agente achou foi no morro do shopping, lá no parque, no meio do nada, na verdade fica entre o shopping e a cerca que começa o parque (tem que entrar escondito ali, pular a cerca), bem lá no meio, entre alguns bambus, tem como se fosse uma entrada no meio do mato fechada por cimento, sabe aquele cimento que foi feito o Sagrada Família? Bem antigo, então... Muito estranho. Na verdade vou te contar por onde acreditamos que pasam os túneis...

Inicio no teatro, saídas pelo Rio (teatro tem algo interessante, a um certo tempo atras agente iria tocar no teatro e neste dia choveu muito cancelaram nossa apresentação, como eramos amigos de quem estava organizando o motivo dado pelos bombeiros, "abaixo do teatro "há porões" e estão todos inundados, isso pode causar sei lá o que na estrutura" estranho não? Porões tão fundos assim? Abaixo do teatro? No subsolo? Isso é fato, ocorreu de verdade) voltando aos túneis, tunel passando pela Igreja Matriz (Santo Antonio), passando pelo Sagrada se extentendo até naquele hotel no inicio da XV (Grande Hotel? não recordo o nome) se tu olhar ali sai uma tubulação gigante, e se perceber naquele corrego que desemboca ali umas entradas estranhas assim, a esses túneis tb iriam até a entrada do daquele bairro que sobe pro morro da compania que não recordo o nome e lógico o tunel subindo ao morro atras do shopping, pois tem uma visão privilegiada (Meu Pai é alemão, sou filho adotivo, então ele conhecia mtos alemães aqui em Blumenau, conta ele que naquelas casas antigas ali daquele bairro ele já visitou, e uma vez um amigo dele mostrou um porão cheio de coisas Nazistas e neste porão tinha uma entrada para o subsolo, estranho não?" E nesta história do Nazistas em Blumenau meu Pai conta que tinha um cara, até posso perguntar para ele o nome, o cara era nazista, veio fugido aqui para blumenau com documento de padre ou algo ligado a igreja eu sei que o fim do cara foi ele se matando.

Acho que uma pessoa que eu já conversei (e até vou te colocar um e-mail que mandei para ele a mto tempo atras) e pode te ajudar, pq ao contrario da Petri que tem o rabo preso e nunca fala nada cheguei a marcar uma reunião com ela no acervo histórioco sem exito, pode te dizer algumas coisas interessante é o Aldaberto Day (http://adalbertoday.blogspot.com/) aqui segue a cópia do e-mail, vou te enviar o e-mail original.

Segue e-mail enviado a ele:

De: Adalberto e Dalva Day (familiaday@terra.com.br)
Enviada: quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008 14:12:58
Para: brunohellmann@hotmail.com

Bom dia Bruno
Bom dia Sr. Adalberto.
Tudo bem?
Tudo Bem
Primeiramente gostaria de parabeniza - lo pelo trabalho realizado pelo Sr. no seu blog.
E gostaria de questionar algo, pois acredito que o Sr. deve saber melhor do
que muita gente.
- Te agradeço pelas palavras de carinho
Acredito que o Sr. já deva ter ouvido falar sobre os túneis que "cortam" o
centro de Blumenau. O Sr. que estuda e tem acesso a tantos documentos, é
verídica essa história?- Na minha opinião é sim, porém algumas coisas são lendas.
Pois se o Sr. observar tem alguns pontos que me deixam sempre com a "pulga
atrás da orelha".
SIm exatamente
Seguem eles:
1-) O túnel na frente do shopping não foi escavado, ele já "existia" eles
apenas deram uma melhorada, o Sr. se recorda das obras?
Sim - realmente este era o comentário da Época.
2-) Quando houve a reurbanização da rua XV de novembro, havia lá pessoal do
exército dando uma "verificada" nas obras. Pq o interesse do exército em
obras que não tinham nada haver com o exército?
Nunca entendi deste fato.
3-) No livro Mine Kampf Hittler fala que veria para única colônia alemã fora
da Europa e esse lugar seria Blumenau.
Sim verdadeiro
4-) O Teatro Carlos Gomes visto de cima é um capacete alemão.
Também verdadeiro
5-) A cerca de 3 anos teria em Blumenau um recital no Carlos Gomes
organizado por um colega meu, infelizmente no dia deu tanta chuva que o
pessoal do corpo de bombeiros não deichou que se realizasse no local o
recital, o motivo, a parte subterrânea do Carlos Gomes estava toda cheia de
água.Se o senhor for no Teatro e perguntar sobre está parte subterrânea eles
negam e dizem que não existe. Mais quando o corpo de bombeiros deu a notícia
eu estava junto e ouvi claramente que a parte subterrânea estava toda
alagada sendo assim não poderia ter o recital, pois era perigoso e etc.
Negam sim, eu sou amigo do Presidente Ricardo Stodieck, quando consulto ele sobre esses assuntos, ele fica chateado e pede para mudar de assunto. Me afirmou não ser nada verdadeiro, apenas coincidências.
6-) Caso for verídico esse assunto segue minha teoria:
Hittler (ou alguém do poder na época) daria o discurso no Carlos Gomes caso
houvesse alguma coisa ele fugiria pelos túneis, primeiro local a ser
abrigado seria no Bom Jesus antigo Santo Antonio (por ser um local de padres
não poderia ser atacado) o túnel segue até o Sagrada Família ao lado do
hospital, que tb liga ao morro que dá atrás do Shopping local mais alto no
centro de Blumenau dando uma visão privilegiada seguindo o túnel até... e
por ai segue. Pode ser correto sua afirmação, mas não sei porque se nega essas informações. Já conversei com a Sueli Petry sobre este assunto, ela diz não ser verdadeiro... e desconversa
7-) Sr. sabe que agora nas obras realizadas no Castelinho foram encotrados
vários documentos, munição e coisas ligadas ao nazismo. Soube sim
8-) Sabe-se que Blumenau abrigou muitos nazistas que fugiram na segunda
guerra, esses vieram a Blumenau com documentos falsificados de Padres,
freras... Ouvi falar sobre isso, mas nunca tive certeza
9-) Estudei anos no Sagrada Família e aquele colégio é um labirinto.
Sim- minha esposa e filha estudaram lá, e dizem ter visto algo parecido mas que é proibido o acesso.
O que o Senhor acha dessa história lenda ou verdade?
Muita coisa é lenda, mas acho sim que alguma verdade existe. Mas quais são verdades? Também se você observar, o prédio em frente ao Castelinho - que também era da Moellmann - foi desenhado com siglas creio nazistas. Acho que vamos acabar morrendo sem saber da verdade...é difícil, quem sabe,não quer falar, e sempre haverá duvidas, lenda ou verdade...até que ponto. Infelizmente não posso contribuir pois pouco acesso tive, e as respostas nunca foram me dadas, estou na mesma situação que você. Eu estou fazendo um trabalho baseado em certeza, e não em duvidas, mas acho muito importante essa pesquisa, parabéns a você que dará continuidade sobre este assunto, que faz parte de nossa cultura e história, porque não. Quando souber de alguma coisa mais concreta, lhe mando um e mail, está aqui em meus favoritos. Sou amigo de muitos que possam passar essas informações, porém como coloquei, não querem falar sobre este assunto e dizem ou afirmam que nada é verdadeiro.
Um forte abraço e obrigado por ver nosso blog.
Adalberto Day
Existem outros fatos que acredito apontarem para a veracidade dessa história
(não posso me estender muito no e-mail pois estou no trabalho), caso o Sr.
se interesse em debater tais questões meu celular é 8403 5272.


Ou me manda um e-mail que já ficaria grato.



Grande abraço.



Maicon, seguinte, essa hisória do teu blog dos Nazi, tu invento ou é verdade!?
Poww tais fazendo muito suspense meu, libera ai as informações!!!


Outra coisa, segue meu celular (47) 8403... - que tu acha de juntar uma galera e sair fussando por ai as entradas!? Aquela do shops eu sei direitinho onde ficava já é uma para se olhar e discutir o pq dela estar ali?

As outras, sabe se lá né?

Ahh ia esquecendo, tem aquela entrada ali do Pedro Segundo, tu estando na frente do IBIS e olhando para o Pedro quase em frente onde fica a Tia do Cachorro quente, parece ser um depósito, então, ali dizem que tem outra entrada. Acho que eles chamam de Ginastico.


Maicon, nesta comunidade http://www.orkut.com.br/Main#CommTopics.aspx?cmm=1470361 a um tempo atras tinha uns tópicos interessates, como estou no trabalho não tenho posso ficar fussando ali, e ver se ainda existem os tópicos bons, pq tem muito lixo também.


De inicio é isso, vou ver em casa se ainda tenho algumas anotações que fizemos qndo resolvemos pesquisar sobre os túneis...


Já estou lhe enviando o e-mail original do Adalberto.


Abraço Maicon.