quarta-feira, 30 de abril de 2008

Faz um tempinho aí, numa crônica intitulada Isso é Arte?, questionei a validade de certas extravagâncias dentro do que se convencionou chamar de arte moderna. Hoje parece que não basta pintar um bigodinho na Monalisa ou exibir um penico numa galeria, diabruras que talvez fizessem sentido no tempo de Duchamp; é preciso mais, muito mais. Há quem jogue lixo num canto da sala e chame isso de instalação; há quem pendure uma toalha suja numa parede e a considere um auto-retrato; e há quem faça cocô dentro de uma latinha e o venda como a quintessência da subversão artística.

Interessante é que não faltam críticos e teóricos bobocas para justificar tamanha "bobiça" numa exposição ou bienal. Nessa eu não embarco, de jeito nenhum. Podem até me chamar de burro, caipira e ignorante, não vou bancar o intelectual blablablá e dizer que esse tipo de coisa é arte porque, meus amigos, não é, trata-se apenas da manifestação - e agora sim uma expressão bem blablablá - do "niilismo pseudocriativo" que tomou conta da nossa época.

Pois bem. Pensava eu que já tinha ouvido o suficiente no que diz respeito ao engodo que se tornou a arte moderna quando, através de um artigo de poeta Ferreira Gullar, fico sabendo de algo ainda mais cabeludo. Em 2007, um "artista" costarriquenho chamado Guilhermo Habacuc Vargas, com o fim de criar uma "instalação perecível", amarrou um cachorro na parede de uma galeria e ali deixou o bicho definhando até morrer de fome. Isso agora é arte, meu Deus do céu? Onde estava a sociedade protetora dos animais? E o público, pô? Ninguém se sensibilizou com o padecimento do animal? Vale tudo em nome da liberdade criativa?

Parece que vale. Para o espanto de Gullar, a Bienal de Arte Centro-Americana de Honduras acaba de convidar o "artista" para lá torturar e assassinar outro cachorro e concorrer a um dos prêmios do certame. Se minha avó dizia "morro e não vejo tudo", de minha parte só posso dizer "vejo tudo e não morro", pois abaixo é que vem o pior.

Com uma postura mais radical que a do costarriquenho, o alemão Gregor Schneider enunciou que está à procura de um doente terminal que aceite participar de uma instalação - mais uma! - na qual teria a oportunidade de morrer em público. Sim, você leu isso mesmo: em vez de um cachorro, é um ser humano que vai para a berlinda. É arte esse showzinho mixo de auto-promoção? Em vez de concluir com palavras de espanto, limito-me a admitir que sou burro, caipira e ignorante.

Maicon Tenfen.

Fazendo uma gancho no dia 19 de outubro de 2007, postei aqui no PIRULA DA CULTURA comentando sobre esse "artista". Essa forma bizarra de demonstrar a arte..

"Isso é arte?
Demonstrar o máximo de crueldade de um ser humano contra outra vida mesmo que está vida seja de um animal dito irracional?

http://www.marcaacme.com/blogs/analog/index.php/2007/08/22/5_piezas_de_habacuc

Pra quem não está acompanhando as exposições por ai a fora...
Este "artista" Costa Riquenho chamado Guillermo Habacuc Vargas, expôs um cão de rua faminto numa galeria de arte. O cão estava preso por uma corda curta próximo de um letreiro feito por ração de cachorro. Ninguém alimentou ou deu água ao cão que morreu durante a exposição. Guillermo Habacuc Vargas foi o "artista" escolhido para representar o seu país na "Bienal Centroamericana Honduras 2008".
-->> Existe uma petição na internet onde é pedido que ele não receba este prémio.
Quem quiser assinar a petição deve acessar:
www.petitiononline.com/13031953/petition.html

Peço aos amigos que por aqui passam POR FAVOR assinar essa petição pois é um absurdo a arte virar meramente um show de crueldade.

Está vendo comentários sobre a exposição e um deles falava algo +- assim:
" A arte tem como fundamento tocar o ser humano, criar emoções adversas no homem..."

Você acredita que por essa nova "arte" seres possam ser mortos para chegar a tal ponto?"



Inté!

Um comentário:

Craudinha Egg disse...

qta bizarrice...



simbora nego.. mil fotos esse findi... rsrsr