sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008



Olha ali ohhhhh... MARACATU CAPIVARA =P hahahaha como é lindo nosso Grupo! =P
Até na TV aparecemos!!! hahaha

Vespera de Carnaval!!!
Boraaa povoooo!!!

Sabe quando dizem esperamos 365 dias pelo carnaval!?
Então ele CHEGOUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU!!!

Isso é Braasil nego!!!!!

...ver minha escola perdendo ou ganhando mais um carnaval, antes de me despedir peço ao sambista mais novo o meu pedido final..

CARNAVALLLLLLLLLLLLLLL 2008.


----

Adorei esse texto abaixo a intenção de hoje era colocar algo direcionado para o carnaval, mais não posso deichar de postar esse texto que li hoje pela manhã.


As solenidades de casamento são um verdadeiro laboratório para o estudo do imaginário nas diversas classes sociais brasileiras, e em especial para a classe média alta, que encara a ocasião como um encontro com sua própria legitimidade.
Tudo aquilo que às vezes se esconde no cotidiano aparece de corpo inteiro nesses momentos sagrados onde o imperativo de estar fazendo o melhor e o mais adequado para os filhos - e sempre tendo em vista o olhar da sociedade presente - impera.

Mas exatamente "o quê" aparece de corpo inteiro, além daquelas duas senhoras ali na frente que esbanjaram no shantun e no crepe Georgette, em decotes que tendem a mostrar carnes saltitantes ou saltitosas, e xales europeus de charme e desnecessidade gritantes... Por que será que esses dez modelos de escova progressiva insistem em captar minha atenção? - há sempre uma neo-loura desafiando a cervical e balançando os cabelos de um lado pro outro.

Pois é: entre vestidos de organza, chiffon ou tafetá, aparece esse desejo um tanto grotesco de trazer pra perto de si ares da aristocracia francesa, de roliud em dia de óscar, em suma, de ambiente glamuroso proporcionando de forma palpável uma sensação de sucesso e de prosperidade.

Cercada de pobreza por todos os lados, a classe média alta brasileira convive diariamente com o medo de descer alguns degraus em direção à miséria do populacho. Que o casamento seja justamente uma negação desse perigo, uma afirmação de potência e distinção, não espanta.

A solenidade assume portes de grande produção e pode envolver máquina de fumaça (para uma entrada triunfante da noiva) recepção com DJ, buffet com camarões em cascata, "violino encantado" abrindo alas para o cortejo nupcial, lembranças, manobristas, champagne e tudo mais que a imaginação colonial ofereça como atributo de um paraíso orgástico e cerimonial. O conteúdo poucas vezes é levado em consideração.

A música da solenidade geralmente é organizada em pequenos fragmentos cronometrados pelo tamanho da nave, misturando ave-marias diversas, sucessos antigos, fanfarras e trompetadas, clássicos de sempre, música de filmes famosos, uma ou outra excentricidade escolhida pelo casal, tudo isso amarrado pela coerência infalível da marcha nupcial.

Aliás a gente "fina" vive mudando de regras, inventando modas, e sempre estabelecendo uma fronteira bem clara com relação ao gosto dos pobres ou remediados, que nas mesmas festas de casamento vestem lamê, esbanjam na renda de nylon, preferem mega-hair, mangas bem cavadas e sutiã de alça de silicone, além é claro, das tradicionais soluções visuais que passam pelo prateado brilhante cravejado de pedras...

Nas igrejas mais modestas os casamentos são marcados a uma distância de meia hora. Já presenciei a incrível cena onde a noiva das 19h entrou com o noivo das 18:30h no altar (pois a sua própria havia atrasado). Foi um quiprocó danado. Como resolver a questão? Sai a noiva andando na trajetória contrária, ou sai discretamente o noivo legítimo das 18:30? Ninguém queria ceder. Laúza completa.

Um olhar comparativo sobre os dois imaginários tão brasileiros - o da classe média alta e o dos pobres e remediados - acaba levando a uma pergunta constrangedora. Como decidir qual o mais grotesco: a imitação, ou a imitação da imitação?

Aliás essa é a pergunta que não quer calar com relação à atitude cultural no Brasil. Os casamentos são apenas um dos cenários possíveis. Há inúmeras situações onde esses padrões se repetem...

Uma coisa me parece clara. Pelo menos o estilo dos pobres tem uma inocência tão exposta que quase se aproxima da autenticidade. A classe média podia fazer melhor, mais verdadeiro. Será?

Quando o sermão e demais vocalizações dos celebrantes são meramente formais e vazios, ou simplesmente reforçando os dogmas católicos (como agora parece ser a norma) a ambiência lustrosa e acetinada dos ricos parece potencializar essa dolorosa sensação de vazio.

Entre mulheres que se produziram demais (muitas vezes com efeitos contrários), cavalheiros de terno e gravata, muitas flores e alabastros, pequenas lágrimas de canto de olho, stress e nervoso de produção, e custos bastante consideráveis, vai passando a classe média alta, exagerando em quase tudo pela necessidade visceral de se imaginar menos classe média, menos colônia e menos mestiça.

Paulo Costa Lima,


____


AXÉ!!!

Nenhum comentário: