quarta-feira, 4 de junho de 2008

Confesso que fiquei impressionado - quem não ficou? - com a série de fotografias divulgadas pela Funai na semana passada. Feitas de um avião que sobrevoava as matas do Acre, mostram uma tribo indígena que ainda não teve contato com a civilização. Numa das imagens mais marcantes, dois guerreiros pintados de vermelho retesam seus arcos para atirar flechas no Grande Pássaro Que Não Bate Asas, provável mensageiro da cobiça e da maldade dos homens brancos. Os índios devem ter levado um susto daqueles. Ou estão de sobreaviso, prontos para a guerra, ou já fugiram com suas mulheres e crianças para outro ponto da floresta.

- Não sei quem eles são, não quero saber e tenho raiva de quem sabe - declarou José Carlos Meirelles, sertanista da Funai que participou do sobrevôo e da produção das fotos.

Então pra que divulgar a existência da tribo? Segundo ele, que suspeita da presença de outros 68 grupos indígenas isolados na Amazônia, o objetivo é mostrar à sociedade - leia-se ao Estado conivente com a ação de madeireiras, mineradoras e laboratórios farmacêuticos - que esses povos não devem ser importunados em seus territórios de origem.

Por causa de contatos desastrosos feitos com tribos "virgens" ao longo de todo o século 20 - isso sem falar no genocídio da Grande Nação Tupi, que vivia no litoral brasileiro - a atual geração de antropólogos e sertanistas tem a não-interferência como norma. Com efeito, Peri, Iracema e Jaguarê precisam ficar em paz para levar avante o ideal do Bom Selvagem de Rousseau. Melhor que visitar os índios e matá-los com nossas doenças é criar cordões de isolamento em torno das áreas que habitam.

Que assim seja!

Toda essa história, confesso de novo, fez com que eu mergulhasse numa terrível crise existencial. E se, a exemplo da Funai, alienígenas politicamente corretos estivessem mantendo o nosso planeta a salvo de civilizações intergalácticas mais avançadas e predatórias?

- Vamos deixar os terráqueos em paz com o barbarismo dos seus costumes e o primitivismo da sua tecnologia!

Nada mal se realmente fôssemos como os índios do Acre. Ao contrário deles, que sempre tiveram uma relação saudável com a natureza, estamos dando um jeito de envenenar nossas terras, nossa água e nossa atmosfera.
É de ficar nervoso. Se os alienígenas prevêem a possibilidade de intervenção em casos extremos, isso significa que podem desembarcar a qualquer momento...


Imagens dos índios:
http://www.youtube.com/watch?v=QhhfSUUFmYc


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Hoje com muita alegria... Segue programação do Festival de Itajai:

Programação
- Maria Rita
Dia 6 de setembro (sábado)
Local: Centro Eventos, no Parque da Marejada
- Cláudio Dauelsberg - PianOrquestra
Dia 7 de setembro (domingo)
Local: Teatro Municipal de Itajaí
- Altamiro Carrilho
Dia 8 de setembro (segunda-feira)
Local: Teatro Municipal de Itajaí
- Barbatuques
Dia 9 de setembro (terça)
Local: Teatro Municipal de Itajaí
- Jair Rodrigues
Dia 10 de setembro (quarta)
Local: Teatro Municipal de Itajaí
- Roberto Menescal
Dia 11 de setembro (quinta)
Local: Teatro Municipal de Itajaí
- Zélia Duncan
Dia 12 de setembro (sexta)
Local: Teatro Municipal de Itajaí
- Roupa Nova
Dia 13 de setembro (sábado)
Local: show de rua, em bairro a definir
Mais informações: (47) 3348-3610 ou pela internet em festivaldemusicadeitajai@gmail.com

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