Coluna do Maicon no Jornal de Santa Catarina ontem.
Faço dele minhas palavras!
Podem me chamar de eco-chato, ranzinza e mal humorado, mas sinceramente não sei pra que tanta luz acesa na cidade. E tão cedo, eis o pior. Parece que o poder público não se deu conta de que, para chegarmos a dezembro, temos primeiro que passar por quase todo o mês de novembro.
Papai Noel ainda está de pijamas, nem se deu ao trabalho de verificar a lista de presentes e consertar aquela folga na boléia do trenó. Enquanto isso, um bando de bobocas que amou pagar o Seguro Apagão bate palmas para os anjinhos e sininhos que, apesar de bonitinhos, consomem milhõezinhos de reaizinhos dos nossos bolsinhos.
Podem conferir: tá tudo dominado, quer dizer, iluminado. A Rua das Palmeiras, o Biergarten, o Museu da Família Colonial, a Fundação Cultural, o Mausoléu, a Rua XV, o Carlos Gomes, a Casa do Comércio. E vem mais pela frente. Conforme noticiário, a prefeitura e a Beira Rio serão acesas hoje à noite. Depois é a vez da iniciativa privada, das pequenas, médias e grandes empresas, das igrejas, das residências particulares. É quem mais pode fazer farol (nesse caso literalmente) e mostrar pra vizinhança quem é que brilha no pedaço!
Contando que a iluminação ficará até depois do ano novo (pela lógica em que foi instalada, ninguém apagará uma lâmpada antes de fevereiro), teremos pelo menos três meses de beleza e desperdício. Quem paga a conta? Eu e você, lógico, além daquelas famílias que não dispõem de energia elétrica dentro de casa. Mas isso nem é o pior. Tem uma senhora aí, uma tal de Dona Natureza, que já está cansada de bancar gastos insensatos. Daqui a pouco ela mete os pés, cuidado.
Os contentinhos dirão que um novembro colorido faz parte de uma estratégia de valorização da cidade, marketing turístico, essas coisas. Tudo besteira. Turista bom é turista consciente, que sabe o preço social e ecológico que se paga por essa iluminação ostensiva e precipitada.
O mundo mudou, moçada, tá na hora de se tocar. Existem problemas estruturais e ambientais que precisam ser combatidos com urgência. Não adianta fazer campanha para o povo escovar os dentes com a torneira fechada e depois sair acendendo lâmpadas por aí. Ou paramos com o fru-fru agora, ou corremos o risco de ficar sem luz - e não só na varanda das nossas casas - num natal não muito distante.
Para os que têm o direito de criticar minha opinião: não estou sugerindo que a decoração natalina seja pura e simplesmente cortada, mas - sejamos razoáveis - não dava para esperar o começo de dezembro?
Ouvindo:
Mestre Ambrosio - Fuloresta do Samba.
Solllllll =)
Paz e Luz!
quinta-feira, 8 de novembro de 2007
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