terça-feira, 23 de setembro de 2008



Dia Sem Carro

Quem quiser que atire a primeira pedra: não aderi ao Dia Sem Carro de ontem. Rotina intermitente, horários apertados, minhas tristes experiências com o transporte público de Blumenau e até mesmo comodismo, eis as razões que me levaram a negligenciar o movimento. Aplaudo a ação dos manifestantes - quem não aplaudiria? Na prática, porém, confesso que fraquejei. Quando outras pessoas dependem de você ou cobram sua pontualidade, é quase uma loucura confiar nos ônibus-circulares da região.

Pelo visto, parece que muita gente passaria pelas mesmas dificuldades se deixasse o carro na garagem. Não sei se você percebeu, mas ontem o trânsito se comportou como em qualquer outra segunda-feira de setembro. De manhã, por exemplo, enfrentei um engarrafamento mais pesado que o usual, e à tarde, nas proximidades da universidade, vi um camarada com a camiseta do Dia Sem Carro entrar num automóvel e sair tranqüilamente pela avenida.

Não estou julgando ninguém - quem sou eu para fazer isso? - , mas apenas lembrando que, no momento, é absurda a nossa dependência aos veículos particulares. Apenas a conscientização e a boa vontade não resolverão o problema. Além de caro, o transporte coletivo é desrespeitoso com o usuário. Embora motoristas e passageiros de veículos menores sejam obrigados por lei a usar cintos de segurança, ninguém se preocupa quando as pessoas ficam em pé dentro de um ônibus lotado que, no mais das vezes, corre furioso pelas ruas dos bairros e do próprio centro da cidade.

Em vez de implementar uma ação corajosa e dar condições para as pessoas deixarem seus automóveis em casa, o poder público prefere se desmanchar em desculpas esfarrapadas. De acordo com o Sr. Rudolf Clebsh, presidente do Seterb, "o transporte coletivo está adequado para atender a demanda da população (...) O que ocorre é que todos querem entrar no primeiro ônibus que aparece, mesmo sabendo que logo em seguida já vem outro. Assim, o veículo vai lotado e 10 minutos depois sobra espaço no próximo".

Ah, bom, deixe-me ver se entendi direito: há ônibus à vontade, pena que os usuários, sempre afoitos e um tanto desmiolados, não sabem utilizar o sistema com civilidade. Conta outra, vai. Botar a culpa nas pessoas que são obrigadas a enfrentar a hora do rush não resolve nada. Que tal ampliar o número de ônibus em circulação? Que tal criar novas linhas e horários para realmente atender a demanda? Que tal implementar uma política para diminuir o custo da passagem? Que tal criar mais ciclovias e incentivar o uso prático (e não apenas recreativo) da bicicleta? Ciclovias... Bem, esse tema merece uma crônica à parte.

4 comentários:

Craudinha Egg disse...

ô fio.. tá escrevendo bonito que só..

também acho q dever-se-ia investir mais no transporte coletivo..
tinha q ter trem, ou metro.. coisas mais rápidas e que não ocupam tanto espaço junto com carros.. sei lá..
sei que já foi pesquisado sobre fazer um aeromóvel em blumenau, mas o valor seria inviável, mesmo que em não sei qto tempo ele se pagasse...
mas não é inviável investir mulhões pra construir dezenas de obras dignas de paises de primeiro mundo, que eu vejo como supérfluas.. tá linda blumenau? tá. mas que adianta trazer turistas se não tem infra pros próprios moradores.. pra empresariada tá uma maravilha... sei lá bru..
eu hj acordei querendo ver o mar e tu vem falar de trânsito... uia tbm...

bjuuu

Craudinha Egg disse...

esqueci...
e essa foto?
maravilha!!
só faltaram os créditos né neguim...
nem q seja o link de onde tu copiou...
ai ai ai
hahahahahah

Pirula da Cultura - Bruno. disse...

ah foto foi do google!!! =/

Leandro Destro disse...

Bom, eu consegui fazer aminha parte, mas rezei para não ter que visitar nenhum cliente nesta segunda que passou, e que o meu horário não passa-se das 22:00 para pegar ônibus de volta.

Uma curiosidade é estar num ponto de onibus e reparar, carro é só para uma pessoa!

Não foi fácil pra mim, uma pernada até o ponto, dar bom dia ao motorista e cobrador que estão de cara fechada, porém me senti mais leve por não ter me stressado com este transito lento de Blumenau, além dos acessos serem ridiculos, temos uns e outros atraz do volante que acham estarem dirigindo ha meio século atráz.

Entendo nosso nobre colega que não pode aderirir, pois assim como eu depende do automovel para trabalhar durante o expediente.
Por outro lado acredito eu que não custa nada uma vez por semana ou até mesmo duas x a gente pegar um ônibus, uma bike, ou uma carona para trabalhar.

E existe uma aquestão cultural, algo que se repararmos em paises desenvolvidos teremos uma surpresa, lá é normal independente da posição financeira utilizar onibus ou metro.

Pra finalizar, se cada um não fizer a sua parte vai ser bem pior lá na frente.

Leandro Destro